Mundo estranho mundo – Sou trabalhador
mais me chamam de vagabundo. É assim que funciona, diz uma amiga. Se as pessoas
começam te ver muito em casa, logo o
tacham de boa vida o que para bom
entendedor é o popular vagabundo. Se você temporariamente está desempregado e
sua mulher dando um duro danado neste período com a finalidade de equilibrar o orçamento seu
bom nome corre risco, seu aproveitador de mulheres. Vivemos rotulando pessoas, coisas,
comportamentos... Aquele professor é um tarado! Só dá atenção para as
menininhas. Não é de admirar que ele seja odiado já que por motivos de ciúmes o
boato espalhado atingiu seu objetivo. Daí,
vem aquelas mães super, super protetoras criticando professores pelo conteúdo
indevido dado em aula...
Até parece, né? Implicância
a parte, livros educacionais não, mas, novelas com cenas de sexo de cair o queixo,
telejornais com matéria recheada de violência comparada a Quentin Tarantino,
tudo bem. Isto pode! O tal de criticar, achacar outros é antigo e funciona
muito bem. Se você tem um desafeto e ele
manda bem naquilo que faz, se é bem quisto
pelos vizinhos... Aliás, nem precisa de
tanto. Se está cuidando da vida dele e deixa
uma imagem positiva para os outros é candidato para olhos gordos que destilam
venenos gratuitos por aí. A crítica nasce porque você tem um
comportamento que incomoda o outro. Incomodar pode significar que alguma coisa
em você não agrada e não importa se isto é qualidade ou não. Às vezes isto
incomoda tanto ao outro que ele pega raiva, isto mesmo, raiva. Mas, porque?
Minha mãe vivia dizendo que praga de Urubu magro não mata cavalo gordo... E no
contexto que ela dizia fazia sentido. Hoje, entretanto um urubu magro pode
trazer uma fase negra para um cavalo
gordo. Hoje parece que estar bem, que ter destaque em algum sentido incomoda as
pessoas. Não sei bem ao certo por que. Inveja
parece ser um fator relevante. Penso na ideia de alguém sentir que alguém está
ocupando um lugar que deveria ser seu. Interiormente até diga: Como este
bostinha está fazendo tanto sucesso e eu que sou praticamente um deus, estou
nesta merda?
Parece improvável que alguém
pense assim? É improvável, mas, pensa. E
não são poucos que ficam incomodados com
o sucesso alheio. Bate uma sensação de
frustração do porque não eu? Negócio é o seguinte nesta era da imposição de ser
perfeito o ser perfeito nos incomoda. Sim, é maluco, é antagônico querermos passar a imagem de perfeitos,
mas se alguém ultrapassa nossa falsa imagem de perfeição porque tem talento, nossa!
Tá mal visto. Mas, não é só isso. Ser diferente também é ingrediente para malhação
alheia... O problema é que mantemos um arsenal de questões de coisas mal
resolvidas dentro de nosso armazém do: ninguém pode saber que penso assim. Até que um
dia incentivado por uma revolta inexplicável o veneno salta de nossos caninos
descontrolados e causamos... Causamos estrago na vida do outro. A vida está
assim, em vez de procurarmos qualidades nas pessoas ficamos colocando defeito
nas suas qualidades. É bonito? Não. É empático? Não. Mas, fazer o que? Num
mundo onde criticamos um professor por ensinar cultura boa ao filho com a
explicação de conteúdo impróprio quando na nossa casa todo conteúdo impróprio esta
a inteira disposição. Fica difícil achar uma explicação para nosso
comportamento excêntrico, intrínseco e
deturpado.
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