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segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Nosso mundo crítico.



Mundo estranho mundo – Sou trabalhador mais me chamam de vagabundo. É assim que funciona, diz uma amiga. Se as pessoas começam te ver muito em casa,  logo o tacham de boa vida  o que para bom entendedor é o popular vagabundo. Se você temporariamente está desempregado e sua mulher dando um duro danado neste período  com a finalidade de equilibrar o orçamento seu bom nome corre risco, seu aproveitador de mulheres.  Vivemos rotulando pessoas, coisas, comportamentos... Aquele professor é um tarado! Só dá atenção para as menininhas. Não é de admirar que ele seja odiado já que por motivos de ciúmes o boato espalhado atingiu seu objetivo.  Daí, vem aquelas mães super, super protetoras criticando professores pelo conteúdo indevido dado em aula... Até parece, né?  Implicância a parte, livros educacionais não, mas,  novelas com cenas de sexo de cair o queixo, telejornais com matéria recheada de violência comparada a Quentin Tarantino, tudo bem. Isto pode! O tal de criticar, achacar outros é antigo e funciona muito bem.  Se você tem um desafeto e ele manda bem naquilo  que faz, se é bem quisto pelos vizinhos... Aliás,  nem precisa de tanto. Se está  cuidando da vida dele e deixa uma imagem positiva para os outros é  candidato para olhos gordos que destilam venenos  gratuitos  por aí. A crítica nasce porque você tem um comportamento que incomoda o outro. Incomodar pode significar que alguma coisa em você não agrada e não importa se isto é qualidade ou não. Às vezes isto incomoda tanto ao outro que ele pega raiva, isto mesmo, raiva. Mas, porque? Minha mãe vivia dizendo que praga de Urubu magro não mata cavalo gordo... E no contexto que ela dizia fazia sentido. Hoje, entretanto um urubu magro pode trazer uma fase negra  para um cavalo gordo. Hoje parece que estar bem, que ter destaque em algum sentido incomoda as pessoas. Não sei bem ao certo por que. Inveja  parece ser um fator relevante.  Penso na ideia de alguém sentir que alguém está ocupando um lugar que deveria ser seu. Interiormente até diga: Como este bostinha está fazendo tanto sucesso e eu que sou praticamente um deus, estou nesta merda?
Parece improvável que alguém pense assim? É improvável, mas,  pensa. E  não são poucos que ficam incomodados com o sucesso alheio.  Bate uma sensação de frustração do porque não eu? Negócio é o seguinte nesta era da imposição de ser perfeito o ser perfeito nos incomoda. Sim, é maluco, é  antagônico querermos passar a imagem de perfeitos, mas se alguém ultrapassa nossa falsa imagem de perfeição porque tem talento, nossa! Tá mal visto.  Mas, não é só isso. Ser diferente também é ingrediente para malhação alheia... O problema é que mantemos um arsenal de questões de coisas mal resolvidas dentro de nosso armazém do:  ninguém pode saber que penso assim. Até que um dia incentivado por uma revolta inexplicável o veneno salta de nossos caninos descontrolados e causamos... Causamos estrago na vida do outro. A vida está assim, em vez de procurarmos qualidades nas pessoas ficamos colocando defeito nas suas qualidades. É bonito? Não. É empático? Não. Mas, fazer o que? Num mundo onde criticamos um professor por ensinar cultura boa ao filho com a explicação de conteúdo impróprio quando na nossa casa todo conteúdo impróprio esta a inteira disposição. Fica difícil achar uma explicação para nosso comportamento excêntrico, intrínseco  e deturpado.

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