someone lyke you

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Não sou isso nem Aquilo



Quantos eu  sou?  Não um só.
De cada vez sou um, não o mesmo.
Como sou? Como  um nó.
Em cada camada um desvelo.

Como estou? Estou só.
Vejo como a solidão
Tem traços como o pó
Que enleva o coração

Nas fronteiras dos meus medos
Tantos,  sou no mesmo dia
Às vezes sou como me vejo
Às vezes como sou:  quimerasia


Não me julgue não me olhe
Como se conhecesse meus atos
Não sou dado aos moldes
Sou de DNA refratário.

Não me julgue não me molde
Sou fácil de ludibriar
Não sou anjo nem diabólique
Sou difícil de aturar

Mas não gosto que me enquadre
Que me possam interpretar
Neste jogo não me pode
Sou semente singular.

Sou de difícil conclusão
Sou doce e dado aos pecados
Sou misero de coração
E de conclusão complicado.

Mas, não diga que não amo.
Se por você já pulei um cortado
Dificulto qualquer plano .
Se o amor for complicado.

Não me  reduza a uma palavra
Quando seu ódio me cerceia
Se  lhe digo abra cadabra!
Pode ser que a lua é cheia.





Sei que magôo quem me ama
Entrego ouro como farinha
Se nas  minhas ações a fama
Eu não rezo aves Maria.  

Sou no fundo dissoluto
Faço de tudo para agradar
Quando sou pouco, sou muito
Para de vez não afundar

Não sou ouro reluzente
Não tenho dos homens a fama
Estou mais pra dissidente
Quando sobre mim a trama.

Se me chamas cafajeste
E quando rebato: canalha
Se por mais que objete
Sobre ti meu sangue talha

Sei que nobre coração
Cortado com a navalha
Sobre o altar da remissão
Sacrifícios são medalhas.

Não! Eu não sou seu inimigo
Quisera ser seu amante
Estarei sempre contigo
Mesmo se me quiser distante. 

Não sou isso nem aquilo
 Sou um ponto de interrogação
Nem uma grama nem um quilo.
Sou de um  todo uma fração
 

Se lhe provoco a ira.
Por não ser do seu reinado
Saiba que num novo dia.
Novo rei será coroado.

E serei apenas alguém
Que floriu seu coração
Muito mais do que ninguém
Muito menos que a pretensão.

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