Quantos eu sou? Não um só.
De cada vez sou um, não o mesmo.
Como sou? Como um nó.
Em cada camada um desvelo.
Como estou? Estou só.
Vejo como a solidão
Tem traços como o pó
Que enleva o coração
Nas fronteiras dos meus medos
Tantos, sou no mesmo
dia
Às vezes sou como me vejo
Às vezes como sou:
quimerasia
Não me julgue não me olhe
Como se conhecesse meus atos
Não sou dado aos moldes
Sou de DNA refratário.
Não me julgue não me molde
Sou fácil de ludibriar
Não sou anjo nem diabólique
Sou difícil de aturar
Mas não gosto que me enquadre
Que me possam interpretar
Neste jogo não me pode
Sou semente singular.
Sou de difícil conclusão
Sou doce e dado aos pecados
Sou misero de coração
E de conclusão complicado.
Mas, não diga que não amo.
Se por você já pulei um cortado
Dificulto qualquer plano .
Se o amor for complicado.
Não me reduza a uma
palavra
Quando seu ódio me cerceia
Se lhe digo abra
cadabra!
Pode ser que a lua é cheia.
Sei que magôo quem me ama
Entrego ouro como farinha
Se nas minhas ações a
fama
Eu não rezo aves Maria.
Sou no fundo dissoluto
Faço de tudo para agradar
Quando sou pouco, sou muito
Para de vez não afundar
Não sou ouro reluzente
Não tenho dos homens a fama
Estou mais pra dissidente
Quando sobre mim a trama.
Se me chamas cafajeste
E quando rebato: canalha
Se por mais que objete
Sobre ti meu sangue talha
Sei que nobre coração
Cortado com a navalha
Sobre o altar da remissão
Sacrifícios são medalhas.
Não! Eu não sou seu inimigo
Quisera ser seu amante
Estarei sempre contigo
Mesmo se me quiser distante.
Não sou isso nem aquilo
Sou um ponto de interrogação
Nem uma grama nem um quilo.
Sou de um todo uma fração
Se lhe provoco a ira.
Por não ser do seu reinado
Saiba que num novo dia.
Novo rei será coroado.
E serei apenas alguém
Que floriu seu coração
Muito mais do que ninguém
Muito menos que a pretensão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário