someone lyke you

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Pensamento estranho



 A sala estava repleta de sapatos espalhados pelo chão. Passariam desapercebidos, mas quando se começa tropeçar neles alguma coisa no seu subconsciente  diz que você precisa organizar.  Cinco pares  de sapato,  um para cada dia da semana, todos ali jogados. Um absurdo. Tanta bagunça nao seria de estranhar que, se ao abrir a sapateira  me deparasse com os olhos de um roedor assustado, tão assustado quanto eu pela surpresa do encontro indesejado.   Ele no afã de sair dali  pularia instintivamente a procura da fuga   e eu com o mesmo instinto tentando me desvencilhar dele. Depois do susto inicial, talvez depois achasse graça do ocorrido. Nao antes de praguejar aquele animalzinho desprezível. Esta é uma cena de ficção, nao aconteceu. Mas duvido muito que  alguém já não tenha vivido cena semelhante  verdadeiramente.  Um rato lhe daria um tremendo susto, mas é pouco provável que lhe atacasse.  mas o que dizer de uma aranha altamente venenosa.  Você certamente ficaria em apuros. Só sentiria a picada e depois veria as consequências por intermédio da dor e seus  efeito. Agradeci aos céus. Ainda que hipoteticamente eu poderia realmente me deparar com um rato  ou pior uma aranha, menos provável, mas, ainda possível, um animal peçonhento. Já vi noticias em que o camarada vai colocar o sapato e  sente aquela dor excruciante,  fruto de uma picada de um hospede indesejável que se alojou no seu sapato. 
Um ato simples como guardar ou colocar  um sapato pode terminar em tragédia. A vida é cheia de surpresas com um desfecho nem sempre positivo. Você pode planejar  ir a padaria e não voltar pra casa. São muitos desfechos prováveis e improváveis. "Porque não é do homem que anda dirigir os seus passos..." Os imprevistos são imprevisíveis. Parece engraçado, mas, é assim. Ouvi muitas histórias de pessoas que saíram para comprar cigarros e nunca mais foram vistos. Ou alguém que intencionava ir ali na esquina e sofreu um grave acidente. Ressoa em meus ouvidos palavras de alguém dizendo: Vou ali e já volto. E nunca mais voltar. Enquanto pensava, lembrei do caso da menina que foi passar  férias numa região praiana. Aquilo tinha sido planejado meses a fio, era aguardado com ansiedade, e quando chegou o momento da diversão, foi atacada por um tubarão. 
Uma pessoa que sai de casa atrasada, já  desesperada pensando na quantidade de trabalho que tem para fazer, assombrada, considerando que seus atrasos podem terminar   em demissão. Perdida em seus pensamentos inquietantes.   Quando do nada um motorista maluco, invade o ponto de ônibus onde ela estava e põe ponto final a qualquer pensamento. Vai entender.  Parece sinistro. Sei, parece. Mas é tão estranho como não temos controle do tempo adiante, segundos, minutos e  horas; Tudo uma incógnita. Realmente o futuro não nos pertence.  Maldito rato que nem existiu e que fez eu pensar tanta bobagem.  Nossa, preciso arrumar esta bagunça. 


sábado, 27 de dezembro de 2014

GROSSERIA



Já mandou seu irmão pastar hoje? Ou sua mãe? Ou seu pai ?  Chocante não? Não são coisas comuns de se ouvir. Mas, você sabia que isto acontece?  Sei que esta boquiaberto  duvidando que  possa ser verdade.    Acredite se quiser: acontece. Aquele milésimo de segundos em que sua ira se transforma em palavras e sai bombástica,  como um soco, direto no rosto do seu adversário. Ou melhor, do seu   amado. Você é uma retardada! Sua  burra! Frases corriqueiras ditas  por nada mais nada menos que:  seu marido,  sua esposa.   Uma comunicação um tanto rude. Indicador claro de desrespeito e agressividade. Eu não sei  a quanto vai a pressão de quem  desfere palavras deste calibre,  mas, é comprovado que ocorre uma  alteração considerável e nociva pra quem fala e principalmente para quem ouve. Um círculo vicioso entre ofensor e ofendido.   Seu coração neste instante é como uma fossa aberta que inala um fedor direto sobre o nariz do ofendido. Causando prejuízos invisíveis, mas marcantes. Para quem agride um pedido de desculpas parece razoável, mas nem sempre há uma cauterização da ferida para quem é ofendido. Aquilo fica em carne viva, corroendo, fomentando uma dor causticante e inesquecível que influi diretamente no comportamento que a pessoa lhe disporá.  Resultado? Deterioração. A palavra tem tudo a ver... Em todos os campos que atua o resultado é danoso.  A boca fala do que está cheio o coração e  suas expressões revelam que tem um coração ferido. Seu coração está envenenado pelo rancor e  precisa de cura. A cura se dá por transposição, conscientização e empatia.  Antes de desferir ofensas transponha  uma palavra negativa por uma positiva. Em vez de vai tomar no...Tente: Como você está linda hoje. Ainda que artificial o constante uso,  tornará o ato natural. Se conscientize que toda ação resultará numa reação e,  separe alguns minutos do dia para pensar em:  como as palavras que saem da sua boca repercute na outra pessoa. Lembrete velho mas muito reflexivo: Faça aos outros o que gostaria que fizessem a  você. Ninguém gosta de ser maltratado.  Se alguém o insultasse como reagiria?
Uma fossa para voltar a ser água cristalina precisa de um processo com várias fases, mas só de pensar que está tomando uma agua que veio do esgoto a torna repulsiva. .   Se você se incomoda com um provável cheiro ruim  que possa estar saindo de sua boca imagina se este estiver vindo do seu coração!

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Fruto Proibido



Fruto proibido
Inebriante
Onde estão as rédeas
Deste romance?

A razão nocauteada
Humilhada
Já não pode dizer  nada
Nem vê as consequências  adiante
Ou  verá quão distante
Vai a estrada.

Os pensamentos em desafeto
Com o resto
O corpo exaltado e indiscreto
Ignora o risco
Não, não faça o proibido!
Obedeça a placa de restrito
 Mas que nada!
Curvas insinuantes, boca excitante.
Pomos, Vênus, pernas torneadas.
Viralata!
Mexe comigo, revira meus instintos.
Como é que fico?
As rédeas tentam frear
Pra lá e pra cá..
E nada!
Arrebata tudo,
Meu céu, ,meu chão,  meu mundo
De quatro
O cheiro repousante
Desperta cortante
A carne.
A razão jaz um trapo;
O desarme.

Sou vencido
Sim, declaro-me  derrotado
Sim, perdido
De quatro
Um pedido
Novo pecado
Serei sua quantas vezes quiser
E quantas vezes,  te farei mulher
E o  quanto ficará sem sal
Aquilo que é convencional
Seguro, estrutural
Em nome do amado
Cuja vertente arde em fogo ardente
Ali, tudo misturado
Consumindo tudo.
Tudo consumado
A grei, o laço  omisso
O céu, o chão e o juízo.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

No palco da vida



Quando em cena desejamos  representar bem nosso papel. Vivenciamos a vida com nossos personagens tentando fazer o melhor que pudemos. No trabalho temos uma postura mediante nossa personalidade e objetivos. Neste ambiente temos normas e regras a serem seguidas. A ética profissional que assimilamos das  pessoas do meio com quais  aprendemos,  transparecerá nas nossas atitudes. A cada novo emprego acrescentaremos ou ganharemos uma bagagem de comportamento que refletirão  na nossa conduta. Neste aprendizado aprenderemos a reconhecer nossas habilidades, fraquezas, aptidões, inclinações e etc.   Nossa ambição também influenciará   nossa conduta. E uma vez que reconhecermos o jogo do poder estaremos a mercê do que é corruptível. O jogo do poder é sedutor e quanto mais jogar mais envolvente  será. Ele transforma seu caráter.  E, até mesmo quem  se julga incorruptível  poder ser corrompido se não  manter certa vigilância  e não amortecer os desejos da carne que sempre andam de mãos dadas com o poder que atrai consigo facilidades, domínio, mulheres e dinheiro. Num cenário cativante e permissivo que,  caso não  reprimido fará a voz dos seus valores serem inaudíveis quando precisar de socorro. O jogo do poder é envolvente e sufoca todas as vozes recriminatórias que possam tentar lhe avisar. Nossa conduta pode ser alterada dramaticamente a ponto de você se olhar no espelho e  perguntar: No que afinal me transformei? Quem sou eu afinal?  Quando pessoas de renome acabam na prisão por infringirem leis, surrupiarem patrimônios, desviarem verbas para o benefício próprio, não raro, confessam que o declínio moral  foi fruto de  desbastes  pequenos e sorrateiros,  quase imperceptíveis na sua índole e,  quando se deram conta já eram outra pessoa e,  para muitos a cadeia foi  o puxão de orelha que uma mãe daria como reprimenda  se soubesse do comportamento transviado do filho.
 Atrás dos bastidores estamos desnudos dos personagens que precisamos viver. No mundo real precisamos enfrentar nossos medos, inseguranças e tudo,  inclusive consequências dos atos que praticamos enquanto representamos no palco da vida.  Nossas atitudes,  néscias como as sábias,  resultam em frutos, algo semelhante a lei do retorno. Afinal ninguém planta uva e colhe  abrolhos.
Na ceara da vida nossos frutos plantados serão colhidos apesar das intempéries da vida. Pois,  é atrás das cortinas que  demonstramos o que verdadeiramente somos.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Ela falava eu nao acreditava



Razões que desconheço  e uma lógica nebulosa para os que olham de fora. Assim defini o que me dizia aquela moça. É pouco provável que concordássemos tendo  ponto de vistas tão divergentes. Então escutei quieto. Quieto porem incomodado. As palavras que concretizavam pensamentos soavam como se pudessem ser brincadeira. Como se ditas com a finalidade de me irritar. E que não eram necessariamente fruto do exercício de um comportamento. Ouvia cético. Agora questionando se estava muito antiquado  para os tempos modernos, preso a paradigmas ultrapassados e que jazem  sem sentido. Seria possível alguém ver com naturalidade o que tantas pessoas rotulam como imoral? Escutava e não acreditava no que ouvia. Refutava o que os ouvidos ouviam. Será que consideramos menos  impudente  aquilo que fazemos quando comparados com ações semelhantes feita por outras  pessoas? Justificamos nossos atos com clemência, mas, crucificamos  quando os mesmos são cometidos por outros?  Por assim dizer somos advogados defensores de nossas causas e juízes tratando de casos alheios?   Dois pesos e duas medidas para o mesmo comportamento. “Sou solteira e tenho vontades”,  ela dizia, justificando seu comportamento. É,  talvez 10 anos de diferença foram suficientes para uma degradação moral não existente na minha época. Degradação? Quem disse que posso dizer que um comportamento é degradante só porque vai de encontro ao que acredito? Porque uma mulher não pode sair com quantos caras ela quiser sem o menor envolvimento emocional  se assim sentir vontades?  É pernicioso. Mas,  longe das amarras dos conceitos morais ou desprovido deles qualquer referência a um conceito religioso proibitório torna-se inapto. Conheço outras pessoas da mesma geração que não encaram tal comportamento com tamanha naturalidade.  Aqueles cujos pais “arcaicos” presentearam com uma educação religiosa reflexiva. Não sei. Até onde os princípios que me cerceiam contribuem com a benesse dos meus semelhantes? Precisamos ter freios morais para que possamos ter valores que moldem nosso caráter? Onde desaguamos quando guiados pelos nossos princípios morais ou  ausência deles? Nossa conduta sexual pode ser usada como indicativo para o que nos denigre ou nos enaltece? Não sei. Talvez esta seja a questão. Aceitar todo tipo de conceito, comportamento e conduta. Não admitir preconceitos. Aceitar todas as causas. Talvez o mundo globalizado criou uma janela aberta escancarada demais para admitirmos refutar aquilo que não aceitamos . Porque se assim fizemos somos antiquados, preconceituosos, moralistas. Descambamos numa trincheira de incertezas  tão imensurável  que perdemos a noção do que é aceitável ou não. Do que podemos reprovar sem estarmos imputando julgamento a alguém. Onde vamos parar com nossas mentes livres nos  moldando a tudo que nos possa comprimir?

PS - A palavra arcaico grifada – não define meu ponto de vista, apenas ressalta a possibilidade de alguém considerar que  a religião pode ser. 

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Visao ao acaso



Do 14º andar do  prédio  onde estou,  observo  desconhecidos andando lá embaixo. Nada demais. É um vislumbre  bem comum. Pessoas andando.  Lá  vão elas para  para algum lugar que  francamente não sei o destino. Estou   observando-as  sem elas notarem. Sinto-me  privilegiado. Além das câmeras que agora ocupam toda região, meus olhos captam a imagem. Algo naquela cena insípida de tão comum, vista em tantas outras ocasiões  neste  dia me chama atenção.  O atravessar da rua de um jovem que entre os carros passa apressado, a mulher com sacolas que denunciam que esteve num mercado... O homem de blusa vermelho vivo  puxando seu filho pela mão indo pra um destino qualquer ou quem sabe voltando para seu lar. A mistura das cores vistas  lá de cima misturada com a dinâmica das pessoas  pareceu-me tão bela. A continuidade da cena de cores e andares transmitiam uma peculiaridade. Ou talvez aquele dia meus olhos estivessem generosos e enxergavam por  um prisma até então desconhecido. Cores, pessoas e carros, nada mais. Idas e vindas, destinos e obrigações. Eu mesmo estava ali a desígnio de uma obrigação só que hoje como observador e não como observado.  Não sei ao certo o que naquele dia fez de uma  cena tão  comum motivo para  atenção. Certamente, aquela não era uma cena que um jornalista ávido  por uma boa notícia  buscaria, nem tampouco seria digna de nota para um fotógrafo talentoso, ou mesmo um  mediano. Entretanto fiquei ali inebriado inexplicavelmente.  Talvez aí esteja a graça da vida. Não no fato de ver uma cena sem graça sendo descrita mas,  em ver vivacidade e se sentir vivo. Buscar em coisas singelas, no cotidiano, num sorriso, numa palavra aquilo que possa ser interessante. Aquilo que possa abastecer uma cena aparentemente monótona em algo pujante, visto pelos olhos clínicos da peculiaridade  e não com os olhos mornos da mesmice.    Há uma energia impressionante  que paira sobre tudo que se move. Pense na dinâmica de um formigueiro, no gorjear matutino dos pássaros, na frota de abelhas que sobrevoam lugares longínquos polinizando flores, disseminando vida. É tudo tão dinâmico. Se observarmos em tudo há uma explosão de energia. Desde um ser  microscópico até o maior dos mamíferos. Vida em abundância. Mas, as vezes nossos olhos caem na normalidade, vemos as coisas como sem vida, como nada.  Talvez naquele dia, naquele momento único, registrado pelo meus olhos de forma notável eu sentisse o poder de  Deus. A força motriz por trás de todas as coisas. Quem vai negar que o  mundo é uma colosso  de energia misturada em ação, emoção e vivacidade! Embora tenhamos nossos lampejos de admiração o mundo é um fomento de energia em transformação.Nada no mundo é monótono. O mundo é um grande coração pulsante, livre,  libertino, escancarado de vidas, gêneros e espécies. Não importa se uma cena corriqueira será captada decentemente por nossos olhos. Não importa se o canto de um pássaro pareça banal. Certo é que estas atividades incessantes anunciam e dignificam uma grandeza extraordinária. Um ser supremo. E como mero observador que sou que naquela  fração do tempo observo lúdico uma cena tão comum, posso imaginar em cada canto do  mundo, pessoas admiradas com cenas parecidas. Só posso concluir:  É notável a força da crianção vista na simplicidade das coisas .

sábado, 29 de novembro de 2014

Porque nos tornamos chatos?




Pretensão, claro! Quem poderia transcrever o porquê nos tornamos chatos.  Mas, pense em ramificações. Quando você lê a palavra no que você pensa?  Eu  imagino fios vindos de toda parte, se estendendo desordenadamente.  Talvez como os neurônios. É difícil imagina-los já que o que conhecemos é o que os especialistas dizem . Milhões e milhões ativos e trabalhando dentro de nosso corpo, conexões infinitas dentro do nosso cérebro. Eis, aí a questão. Trabalho demais requer praticidade, praticidade, rotina e rotina automação. Um caminho que agiliza muito as coisas e nos faz perito em atividades que de outra forma seríamos eternamente abobados. Tirar e  colocar roupa, pegar xícara, tomar café, escovar dentes, dirigir carro, executar  um trabalho diário.  Diria que nossa mente começa a fazer coisas do cotidiano como se no piloto automático. Mas, há um  revertério nesta conduta de precisão: a zona de conforto. Quando somos jovens zonas de conforto são constantemente desafiadas, quase não temos uma rotina preestabelecida para comportamento, afinal estamos em fase de aprendizado e toda novidade é bem vinda. Então um dia,  ficamos independentes, ganhamos nosso próprio dinheiro, escolhemos nosso  próprio modo de fazer as coisas... Parece bom, e é. Não fosse os tais padrões criados de automação. Eles são ótimos, como disse. Ai,  chamo atenção para  a palavra ramificações. Somando-se  a automação de comportamentos, temos nossas  preferências, gostos, vontades, egoísmo, medos: do desconhecido, de se aventurar, de se dar mal, de adoecer entre outros. Porque nos tornamos chatos? O que é ser chato? Quando penso numa pessoa chata logo penso naquele tipo que não deixa você falar. Você começa expressar uma ideia e ele logo atropela. É chato demais isso. E aquela pessoa que você esta fazendo algo e ele te olhando com aquela cara de desaprovação, parece que nada nunca o  agrada.  Ou então aquela que quando você pergunta se tudo está bem. Reclama, reclama e reclama... Existe aquela que pra tudo que você sugere ela diz : Ah, não quero!  Ei, está passando um filme ótimo  vamos ver?  Ah, não quero... Poxa, vamos, vai!  Ah, não quero! Vai ser legal, depois podemos comer uma pizza.  Ah, não quero!  Nossas ramificações sempre interagem com nossos padrões estabelecidos. Assim, se deixei um copo lavado em determinado lugar e quando  for procurá-lo aquele intruso que está invadindo meu espaço tirou-o do lugar, vou dar um chilique. A tampa do vaso precisa estar fechada. Nada de toalha em cima da mesa. E nada, sério! Nada pode ser diferente daquilo que quero. Nossos padrões de comportamento  berrando nossas vontades e desventuras. O centro do mundo é meu  umbigo e ele é tão bonitinho!  Mas e os outros que me circundam e que deles preciso? Foda-se?  Com o  decorrer dos anos vividos tendemos a ficarmos mais chatos. Porque o status, o cansaço  e a vivência traz mais processos automáticos de que quando jovens e,  quebrá-los precisa-se de esforços. E quem diz que queremos esforços. Já trabalhamos muito, já nos divertimos muito, já batemos muito  a cabeça, deixa isso para os mais jovens. É como se atestássemos o fim das novidades. Nosso mundo é o vivido e não o experimentado. Aí, concordo: fudeu!.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Olhando pro céu.



Deitei no chão
Buscando perfeição
Daí mudou tudo:  pra reflexão
Reentrei em lembranças  passadas
Ali no chão olhando pro céu,  do nada.

Quis como outrora sonhar
O passado nas nuvens resgatar
Transformar nuvens em fantasias
Ali  tentando ... E  nada acontecia.

Caçando nas nuvens um tesouro antigo
Que no  passado era divertido
Fiquei ali buscando,
E nada   encontrando.
O que será que perdi?
O que dantes tão fácil
Agora:   um vazio no espaço.

 
Há tempos idos,  olhando pro céu
Das nuvens fazia meu  pincel.
Agora ali caçando no infinito
E nada parecendo definido.

Agora nuvens são só  nuvens
Realidade transformada
Perdi a inocência com a dureza da estrada?
Ou perdi o portal  da alma?
Nasce-se tão provido de beleza
Fartura de ilusões  sobre a mesa
E no caminhar fica-se desmilinguido.
Um homem num menino perdido.

Porque se foi a  simplicidade
E  levou a felicidade.
Porque se dá e depois se tira?
É um gozador este tirano de uma figa
Que lhe dá a sublimação, depois reivindica.
Um desperdício de sabão. Curta vida.


E as nuvens lá no céu, intento.
Imagens e fantasias  resgatar.
O homem que há em mim, tentando,
O menino  libertar

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Canalha



Gente vil, reles, infame  ou velhaco, segundo  o dicionário.

 Você já foi chamado de canalha? Se sim, provavelmente a pessoa que o fez estava imbuída de uma ira incontrolável desencadeada por algo que você fez e que a afetou diretamente, ainda que o feito,  ao seu ver,  não fosse  motivo  para tal.  Pressupondo que para alguém  ter-lhe  chamado assim, precisaria  estar numa relação e quebrar a confiança,  da pessoa com você envolvida, sem prévio aviso. Clássico caso de um homem que tem compromisso com alguém e anda com outra ou,  outras... e para nenhuma delas diz a verdade. Assim, quando descoberto, a vítima sente-se imensamente humilhada, enganada, traída...  Geralmente o termo está associado ao sexo masculino, eu particularmente nunca vi uma mulher ser chamada de canalha e sim do seu corresponde, e não sinônimo, puta (libertina).  Diferente do homem a mulher não precisa ter um relacionamento de compromisso, basta que ela resolva se envolver com vários homens  para que seja rebatizada.  Um comportamento condizente com as profissionais, mas sem que ajam ganhos, embora aja  dolo, porque nem sempre os envolvidos sequer suspeitam do seu comportamento. Se sentindo exclusivos ou parte de uma relação que só existe unilateralmente. A falta de opção de escolha sugere que existe enganação, o que, por conseguinte, se descoberto, causará os mesmos ressentimentos causados por um canalha. Neste sentido a palavra canalha e puta se correspondem embora divergentes porque no final das contas causam irremediavelmente a sensação de traição, de descaso... de humilhação. Fico surpreso quando penso no bovarismo que assola há  tantos, que os leva à procura de uma satisfação nunca encontrada  e no sofrimento que uma procura aparentemente frívola gera. E se por uma lado somos responsáveis pelo que cativamos  também somos quando nos deixamos levar pela candura   fomentada pelos nossos próprios anseios.  Vítimas e vitimados num mesmo script.  Modulando uma frequência até então desconhecida despertada por necessidades não supridas.

Ps: Esta é uma observação pessoal.

domingo, 16 de novembro de 2014

Somos farinha do mesmo saco?



Lembro-me ter ouvido esta frase algumas vezes na infância e no decorrer da vida outras tantas. Nunca parei pra pensar muito nisso. Mas, hoje, pergunto-me. Lembro-me da primeira vez que a ouvi. Foi numa  discussão entre duas pessoas conhecidas. No meio da confusão, um dos  ofendidos soltou a  frase.  Aprendi que há uma contextura considerável de valores que distinguem pessoas. Existe aqueles que terão uma integridade impar e inabalável. Valores incutidos que permeará toda sua vida. Talvez na visão de alguém cujo perfil não seja tão estável , nem considere que isso seja possível e questione o que digo. Verdade, eu  sou um mutante quando se trata de valores. Já aderi tantos e já descartei tantos que realmente almejo que como eu, existam poucas pessoas. E que além do meu vislumbre da realidade, existam tantos outros  e estes sejam inseridos elevando o padrão moral das pessoas. Claro que existem pessoas declinando de valores que considero absolutamente necessários. Quando digo necessário não penso na individualidade de cada um, mas no coletivo que exige que  se tenha  certa restrição daquilo que acreditamos para  no final das contas beneficiar a maioria.  Sei que cada ser tem sua individualidade, crença, personalidade e que muitos fazem um caminho inverso:  saem do abismo para a luz  e outros que saem da luz  para o abismo.  E que estes extremos não são os únicos. Apesar de toda esta variedade, será que  somos farinha do mesmo saco,  como diz o ditado? Batatas, quando penso  nelas  penso  no seu sabor.. Batata tem sabor de batata, embora saiba que exista  uma diversidade de tipos e esta diversidade contribui para que continuemos a ter batatas: fritas, cozidas, purês... O sabor da batata é inconfundível e sua diversidade a torna resistente. Como humanos. Temos  necessidades de amor, intimidade e passamos por experiências semelhantes quando se trata de sentimentos. Nutrimos dos mesmos princípios, sentimentos, medos, inseguranças. Ainda que nos sintamos diferentes nossas necessidades básicas de amor são muito parecidas. Sim, somos farinhas do mesmo saco. Todavia nosso caráter é marca registrada que nos individualiza como pessoas e que habilita para  em certas circunstâncias podermos levantar a questão Alguns a utilizam para declararem sua superioridade social, outros para dizerem que são refinados nos tratos com os outros  e outros até para se gabarem da sua força moral. Mas como batatas nosso sabor por assim dizer não é muito diferente um do outro.  Pense num floco de neve. Não há sequer um deles que seja igual, e eles sao milhares, milhões.  Mas se você olhar aquela massa branca no chão quase não dá pra fazer distinção. Nossa diversidade faz-nos compatíveis... e inconscientemente nossa sobrevivência como espécie precisa de associações que garantam seres mais fortes, como a variação das batatas. Em suma somos sim, farinhas do mesmo saco  apesar  de  nossas diversidades, gostos, necessidades.. Mesmo que alguns sintam-se no direito de bater no peito mostrando sua superioridade somos apenas pó  e como dito: Do pó fomos feitos e ao pó voltaremos.  

domingo, 2 de novembro de 2014

INTUIÇÃO



Ouço falar que não existe e dos muitos debates que já ouvi sobre o assunto uma coisa é certa não há um consenso comum. Intuição é uma palavra mística pela incerteza que gera nos meios, sim entre nós.  Dizem até que as mulheres possuem um senso intuitivo mais aguçado  que  os homens.  É, pode ser sim. Há tantas questões incertas e que ao advento  de novas descobertas caem como fruta podre.  Mas, também acho que o sexto sentido como já ouvi tanta gente chamar  seja um misto de ações acionadas  pela mente, poder de observação e consciência do que ocorre do seu lado, se bem que num nível inconsciente. Confuso, né? Em palavras sim, mas presenciamos isto a todo instante.  Lembro-me quando criança tinha uma percepção muita aguçada. E isto fazia eu ver coisas que outras pessoas não viam. Alguns até chamam de desconfiança. Mas, como ter desconfiança de alguém que você acabou de conhecer e não sabe nada a respeito? Talvez apenas mais uma incógnita; ou talvez não.  Quem garante que como tantas outras coisas que a ansiedade, medo e insegurança nos roubam, a intuição não seja um sentido além dos cinco que temos que agraciam certas pessoas.  Em nível de exemplo. Dizem que nascemos  respirando corretamente,  respiração  pelo diafragma. Bem,  esta seria a forma correta de respirar, mas por algum motivo, alheio a nossa vontade, perdemos esta capacidade, em alguma fase da vida. Desdenhamos a forma correta e adotamos talvez uma respiração mais condizente com as intempéries que a vida nos apresenta. Isto é apenas uma teoria, mas, existe uma lógica incrível nas teorias induzidas pela razão.  E de certa forma isso faz muito sentido. Porque senão como se explicaria e você, provavelmente já pressentiu ou conhece alguém que pressentiu uma situação surgida do  nada. Um pensamento errático, de uma situação que não se tinha dados para mera conclusão.  O pensamento apareceu ali como um bolo sem receita. Você não se deu ao trabalho de misturar os ingredientes, não mexeu a massa, e quando olhou dentro do forno, lá estava ele, prontinho. Como se explica pensamentos e ideias que surgem assim?  As vezes trazendo duvidas sobre comportamentos, às vezes denegrindo um caráter aparentemente íntegro, às vezes lembrando de uma pessoa que  há muito você não tinha  notícias.  Dizem que em nível de subconsciente nada conhecemos.  Esta,  talvez seja  mais uma habilidade tirada  mas, garantem que é no  subconsciente que as coisas acontecem. É nele que nosso nível de conhecimento se manifesta magnânimo. Todavia é  um tesouro que não sabemos usar. Temos um grande orquestrador de realizações, de manifestações, de desdobramento mas não  conseguimos usá-lo.  Porque? Onde perdemos estas habilidades que parecem inerentes em nós,  e que não temos acesso?  Certa vez um livro  descrevia  perfeitamente a diferença entre nossa mente consciente e o nosso subconsciente. Dizia:   Nossa mente consciente é como vermos um poço com água.  Sabemos que ali tem água  limitada pelas dimensões do poço.  Não há muito que explorar. Nosso subconsciente, entretanto  é como se entrássemos no poço e no fundo dele desembocássemos num  mar  infinito, gigantesco, com milhares de possibilidades  a desvendar.   Certo é que quando penso na intuição, ainda que hoje já não desfrute da habilidade que um dia tive, e apesar dos  insights que ainda tenho, penso,  se realmente não é um sentido vituperado pelas ansiedades da vida.   Minha intuição   pulula feito  água fervendo  levando minha mente ao desconhecido, a conclusões,  questionamentos, aflições que  mediante fatos  submergem inexplicáveis. Com que finalidade? Qual objetivo?   Será que se não fechássemos os olhos para ela erraríamos menos?   Sei que a  intuição é um grande dilema mas,  aqueles que não a reprimem acabam descobrindo que estavam certos naquilo que os afligia. Bom, mas também pode  haver  pessoas que  foram frustrados por ela. Não sei. Mas eu temo um confronto daquilo que minha mente trás à tona com o conforto da minha credibilidade. Parece que na vida moderna abrir os leques das possibilidades é sinônimo de solidão.