Razões que desconheço e uma lógica nebulosa para os que olham de
fora. Assim defini o que me dizia aquela moça. É pouco provável que concordássemos
tendo ponto de vistas tão divergentes.
Então escutei quieto. Quieto porem incomodado. As palavras que concretizavam
pensamentos soavam como se pudessem ser brincadeira. Como se ditas com a
finalidade de me irritar. E que não eram necessariamente fruto do exercício de
um comportamento. Ouvia cético. Agora questionando se estava muito
antiquado para os tempos modernos, preso
a paradigmas ultrapassados e que jazem sem sentido. Seria possível alguém ver com
naturalidade o que tantas pessoas rotulam como imoral? Escutava e não
acreditava no que ouvia. Refutava o que os ouvidos ouviam. Será que
consideramos menos impudente aquilo que fazemos quando comparados com ações
semelhantes feita por outras pessoas? Justificamos
nossos atos com clemência, mas, crucificamos
quando os mesmos são cometidos por outros? Por assim dizer somos advogados defensores de
nossas causas e juízes tratando de casos alheios? Dois pesos e duas medidas para o mesmo
comportamento. “Sou solteira e tenho vontades”,
ela dizia, justificando seu comportamento. É, talvez 10 anos de diferença foram suficientes
para uma degradação moral não existente na minha época. Degradação? Quem disse
que posso dizer que um comportamento é degradante só porque vai de encontro ao
que acredito? Porque uma mulher não pode sair com quantos caras ela quiser sem
o menor envolvimento emocional se assim
sentir vontades? É pernicioso. Mas, longe das amarras dos conceitos morais ou
desprovido deles qualquer referência a um conceito religioso proibitório
torna-se inapto. Conheço outras pessoas da mesma geração que não encaram tal
comportamento com tamanha naturalidade.
Aqueles cujos pais “arcaicos” presentearam com uma educação religiosa
reflexiva. Não sei. Até onde os princípios que me cerceiam contribuem com a
benesse dos meus semelhantes? Precisamos ter freios morais para que possamos
ter valores que moldem nosso caráter? Onde desaguamos quando guiados pelos
nossos princípios morais ou ausência
deles? Nossa conduta sexual pode ser usada como indicativo para o que nos
denigre ou nos enaltece? Não sei. Talvez esta seja a questão. Aceitar todo tipo
de conceito, comportamento e conduta. Não admitir preconceitos. Aceitar todas
as causas. Talvez o mundo globalizado criou uma janela aberta escancarada
demais para admitirmos refutar aquilo que não aceitamos . Porque se assim fizemos
somos antiquados, preconceituosos, moralistas. Descambamos numa trincheira de
incertezas tão imensurável que perdemos a noção do que é aceitável ou
não. Do que podemos reprovar sem estarmos imputando julgamento a alguém. Onde
vamos parar com nossas mentes livres nos
moldando a tudo que nos possa comprimir?
PS - A palavra arcaico grifada –
não define meu ponto de vista, apenas ressalta a possibilidade de alguém
considerar que a religião pode ser.
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