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segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Ela falava eu nao acreditava



Razões que desconheço  e uma lógica nebulosa para os que olham de fora. Assim defini o que me dizia aquela moça. É pouco provável que concordássemos tendo  ponto de vistas tão divergentes. Então escutei quieto. Quieto porem incomodado. As palavras que concretizavam pensamentos soavam como se pudessem ser brincadeira. Como se ditas com a finalidade de me irritar. E que não eram necessariamente fruto do exercício de um comportamento. Ouvia cético. Agora questionando se estava muito antiquado  para os tempos modernos, preso a paradigmas ultrapassados e que jazem  sem sentido. Seria possível alguém ver com naturalidade o que tantas pessoas rotulam como imoral? Escutava e não acreditava no que ouvia. Refutava o que os ouvidos ouviam. Será que consideramos menos  impudente  aquilo que fazemos quando comparados com ações semelhantes feita por outras  pessoas? Justificamos nossos atos com clemência, mas, crucificamos  quando os mesmos são cometidos por outros?  Por assim dizer somos advogados defensores de nossas causas e juízes tratando de casos alheios?   Dois pesos e duas medidas para o mesmo comportamento. “Sou solteira e tenho vontades”,  ela dizia, justificando seu comportamento. É,  talvez 10 anos de diferença foram suficientes para uma degradação moral não existente na minha época. Degradação? Quem disse que posso dizer que um comportamento é degradante só porque vai de encontro ao que acredito? Porque uma mulher não pode sair com quantos caras ela quiser sem o menor envolvimento emocional  se assim sentir vontades?  É pernicioso. Mas,  longe das amarras dos conceitos morais ou desprovido deles qualquer referência a um conceito religioso proibitório torna-se inapto. Conheço outras pessoas da mesma geração que não encaram tal comportamento com tamanha naturalidade.  Aqueles cujos pais “arcaicos” presentearam com uma educação religiosa reflexiva. Não sei. Até onde os princípios que me cerceiam contribuem com a benesse dos meus semelhantes? Precisamos ter freios morais para que possamos ter valores que moldem nosso caráter? Onde desaguamos quando guiados pelos nossos princípios morais ou  ausência deles? Nossa conduta sexual pode ser usada como indicativo para o que nos denigre ou nos enaltece? Não sei. Talvez esta seja a questão. Aceitar todo tipo de conceito, comportamento e conduta. Não admitir preconceitos. Aceitar todas as causas. Talvez o mundo globalizado criou uma janela aberta escancarada demais para admitirmos refutar aquilo que não aceitamos . Porque se assim fizemos somos antiquados, preconceituosos, moralistas. Descambamos numa trincheira de incertezas  tão imensurável  que perdemos a noção do que é aceitável ou não. Do que podemos reprovar sem estarmos imputando julgamento a alguém. Onde vamos parar com nossas mentes livres nos  moldando a tudo que nos possa comprimir?

PS - A palavra arcaico grifada – não define meu ponto de vista, apenas ressalta a possibilidade de alguém considerar que  a religião pode ser. 

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