Hoje
faz alguns dias que uma vida se foi. Era alguém de suma importância ... Na vida de
alguém. Tinha filhos, tinha ex mulher, tinha muitos problemas pessoais e
muitos vícios. Este último contribuiu muito para o que culminou na
sua desencarnação. Não podemos definir nosso trajeto de vida, mas uma vez que
nosso comportamento começa capengar para lado errado presumimos que
chegaremos onde nossas inclinações nos levaram. Claro que impossível não considerar
que os imprevistos, as intempéries e outros acontecimentos ajudam completar nosso
destino. A palavra destino me parece tão incerta já que a ideia de destino é predestinação. Acredito que nossas
crenças fazem-nos céticos quanto a outras saídas senão o destino. Temos nossos
dogmas, convicções e crenças que influenciam a forma que encaramos o destino mas,
me parece tão injusto que nossa história esteja previamente traçada, como que manipulados sem termos o direito de exercer o livre
arbítrio - Se bem que até nossa liberdade é cerceada por nossas ambições,
vícios, fraquezas, amores, promiscuidade
só para citar algumas e estas
influenciam bem mais do que o que chamam destino e estes nos tiram da rota de um caminho promissor. Queria tanto dizer que ele foi um bom homem,
mas torço o nariz ao tentar encontrar uma forma justa de descrevê-lo. Talvez mais severo que Deus, endureço minha cerviz e reconheço minha insignificância. Posso dizer que foi um bom irmão enquanto seus
demônios não o atormentavam, chamo demônios todos aqueles que o aprisionavam e sufocavam sua personalidade original. Lembro-me
de tantas e tantas vezes que juntos fazíamos coisas bem legais como quando nas rodas
de samba que eram divertidas, os jogos que me orgulhava de vê-lo jogar entre outras. Hoje me
pergunto o que foi que nos afastou... Orgulho, diferenças pessoais motivadas
por conclusões erradas e infames ou a quebra de algum mandamento que deveria
honrar os irmãos? Sei que fui um péssimo irmão
e pior do que se podia esperar. Agiria ele tão infamemente como eu?
Duvido. Ele tinha um coração leve, uma mente mais amistosa, um coração mais
cordial. Talvez por não poder fazer uma homenagem decente sinto que deveria me remir ao silencio absoluto abstraindo desta dor invisível que me cobra aquilo que não fiz quando se fazia necessário por falta de sentimento, de
urgência, de visão e principalmente pela descrença de que ele era apenas um ser
mortal imperfeito e que como tal vítima das próprias imperfeições. Infelizmente é na morte que encontramos remissão dos pecados e que nos tornamos puro novamente como deveria ser.
Nenhum comentário:
Postar um comentário