Bate em mim tamanha apatia
Foge-me a vontade de viver
Minha mente que é meu guia
Saturada a se perder
Um vácuo faz-me longe
E a realidade parece cruel
Perdi o rumo ele se esconde
Os pensamentos vão-se ao léu
E vejo tantas avarias
Frutos da minha frustração
Minha cabeça vadia
Penúria é constatação
E o mundo rodopia
Será que o mundo acabou?
Acabou a utopia que trazia alegria
A fonte da água
secou?
E meus dias consequentes
São só dilacerações
E meu corpo dissidente
Ressente das minhas aflições
E as noites tornam-se dias
E os dias ficam sem graça
Distante eu vejo a alegria
Tristeza é minha comparsa
Declame o meu revés
Dobro-me em servil escravidão
Capacho aos seus pés
Pedindo o seu perdão
Mas se seu coração voa livre
Não se resignará
Ainda que no peito estime
Tal ato considerar
Espero por um milagre
Seu coração ser só meu
Livre-me deste impasse
Renasça o que se perdeu.
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