someone lyke you

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Leviandade que me intriga



Leviandade que me intriga
Velha conhecida, bom dia!
Os louros,  que acumulo
Espremem-me no submundo
Já cansei de té-té-té
Favor largar do meu pé.

Nada contra a candura
É que cansei de contraturas.
Estou mal de régua
Já andei mais que mil léguas
Em becos que já passei
Realçando  o que já errei.

Não beberei desta água novamente
Vai-se o tempo e faço-me leniente
E o castigo que me fustigou
Foi-se,  nas sombras dissipou
E as advertências do perigo
Surgem com ares lenitivos.

Agora entendes o que são lágrimas de crocodilo?
 Mesmo quando apanhando ainda flerta com o perigo
Soldado bom não apanha no mesmo beco
Diz o ditado que ressoa como eco
Se há uma advertência esquecida...
O prazer não é maior que a vida.

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Poços que me agarro



Poços que me agarro
Numa ilusão perdida
Se paro,  parto
E se  paro,  feridas

Indo na contramão
Dos gostos deferidos
Quase sempre encalho
Olhando pro meu umbigo

Eu busco retalhos
Pra lembrar você
Desesperadamente
Tentando entender

E o peito me comprime
Com toneladas de magoas
E a vontade incide
Buscando tudo no nada.

E a busca é incessante
Mas nunca suprida
Nem os  brilhos do diamante
 aplacam  a  ira

E as tempestades que atravesso
São batalhas perdidas
Se me viras do avesso
Vê que é  causa  perdida

E nos corpos que sacio
A fome de você
Esta o vazio
Pois quem me  supre não vê.




o Baú



Procuro  no baú das minhas confidências
Algo que acalme minha consciência
Revirando,  retirando o indeterminado
Aquilo que nem  sei  se foi guardado


Procuro em pensamentos disformes aquiescência
Para sanar minhas divergências
Que nutridas causam este vazio
No coração que é terreno baldio


E cada item do coração retirado
Não satisfaz um  coração desesperado
Que  procura  mas que não sabe o que
Se necessidades, vontades ou  prazer

Eis, que  continuo procurando
O coração desarrumado organizando
Procurando entre tantas incongruências
O achado que me traga indulgência.

É isto entao



Você olha me julga e condena
Sem defesa me dá a sentença.
É Assim então.
Fruto da sua conclusão

Narra meus atos como de um personagem
Criando e resignando as minhas verdades
Sou obra de ficção
Narrado sob a sua visão.

Teu tormento se faz Deus
Determinam os desígnios meus
E como faziam os fariseus
Também fazem  os saduceus.
.
É isso então
Acabou a nossa prosa
Você com sua glosa
Pois termos a  altercação
 E abriu o céu com a mão.

Sorriso



Hummm!Seu  sorriso é lindo!
Ilumina seu rosto
Como  é gostoso
Ver você sorrindo

Um momento  divino
Que faz transparecer
Um ato   indescritível
Um raio de prazer

Seu  sorriso retinindo
Logo contagia o meu
Sincronizando o  estímulo
Reflito o seu

E seu sorriso?
Que eu quero remedar
Dele preciso
Pode acreditar

Há muitos benefícios
Que um sorriso traz
Não saberás disso
Se  não sorrir jamais

Se,  ouvires  que o sorriso cura
Deveria acreditar
Permita que a sua doçura
Venha lhe contagiar


Um sorriso tímido
Revela  receios genuínos
Para  um desconhecido
Ele diz pare
Mas quando desinibido
De temores destituídos
Ele sinaliza: siga!
Mas se não tem compreensão
É um tremendo sem noção
Ele diz: preste atenção!

Um sorriso resplandece  o coração
Dando graça a um momento vão
Brincando com a seriedade da nossa coerência
 Assim: pura displicência.


Mal humorado
Sorria, você esta sendo curado.

Um sorriso quando é quase gargalhada
Revela um momento que agrada
Um sorriso é como um espirro
Vem mas já está indo

Rir é o melhor remédio
Cura para o tédio

Diante de um sorriso gostoso
Dá até vontade de sorrir
Se o momento é desejoso
Porque não rir.

Sorriso é prazenteiro
Não há contraindicação
Se não pode ser inteiro
Meio sorriso então

Sorrir é a melhor solução
Para acabar com a solidão

Se a tristeza parece profunda
E parece não ter medida
Procure quem desbunda
E a gargalhada é garantida

Sorrir está associado ao momento
Ri-se forçado quando se quer ser simpático
Ri-se amável quando é companhia é agradável
Ri-se  encabulado  quando  observado
Ri-se contrito quando espírito esta abatido
Ri-se desavergonhado quando o momento é apropriado
Ri-se amistoso quando quer parecer bondoso.
Ri-se rindo quando alguém está sorrindo.
Ri-se empolgado quando cortejado.

Sorrir libera serotonina
Que alegra seu dia

Sorrir deveria ser obrigado
Não haveria tantos coitados

Porque sorrir é lindo



Sincero falso e sedutor
Arma poderosa



E rostos resplandecem na reflexão
Um súbito momento que um gracejo
Atesta um cortejo ao coração

Sorriso é reflexo de descontração
Sorriso é constatação

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Olha o contexto



Um contexto tem berço
Ele não é o acaso
Ele não é órfão
Ele é sorumbático

Alguém o pariu
Ele não se inventou
Ele é varonil
Ele é bombástico


Não pensa que o contexto se ausentou
O contexto está ali pra explicar
A vida não lhe sabotou
Você colheu não adianta chorar.

O Amor acabou
Te fez chorar
É dor que se alojou
É difícil aceitar

Você aprontou?
Fez o que pra  nisso acabar
Se o contexto não notou
Melhor começar.

O contexto dá frutos
O que plantar ira colher
Uma árvore frondosa
Frutos bons há de ter.

Mas se não  rega e  não  cuida
Bom fruto não adianta esperar
A história não muda
O que plantou colherá.

Castelos do tempo



O tempo destrói castelos
Que não são feitos de areia
Castelos feitos de sonhos
De forma que viram poeira

Nas ruínas de nossos castelos
Vão-se nossas vaidades
Nos sonhos que  depositamos
A nossa mediocridade

Ingênua constatação
Seduzidos pelo poder
Refletida em nossa conduta
De a qualquer preço vencer

Semelhante a  rosa e sua  beleza
Murchamos com similar desprendimento
E os castelos que dantes valorosos
Vão-se como pé de vento.

E o  tempo  a vilipendiar
Tripudia de nossas aspirações
Faz troça de nossas  vaidades
Mofina de  nossas pretensões 

A  ampulheta do tempo é cruel
O que hoje enche os olhos com encantos
Amanha como nuvens no céu
Que disformes  vão se desgrenhando

E quem em varonil arquétipo
Pode se orgulhar do que o aguarda
Se no passado insiste em vier
O frescor da idade roubada.

Tempero lá.



O entardecer tem ares de despedida
Deve ser porque você mudou
E todo ardor da minha vida
Como flor murchou

O Entardecer está nublado
Deve ser porque  se esgueirou
E o sol tão esperado
No meu coração tardou

O coração está apertado
Parece um agouro esperar
Não estou desesperado
Mas ainda posso ficar

A esperança foi solapada
Deve ser porque  mentiu
Se a verdade  subjugada
A confiança deveras sumiu.

E esta dor que meu peito abriga
Deve ser mal do coração
Devo procurar um especialista?
Para tal desorientação?

E o coração em carne viva
De tantas intenções  salmourar
O  sal necessário a vida
Também pode matar.

Como José



Pequena ilusão de maleficências
Envolta  em reticências
Olha o campo verdejante
E são tantas flores interessantes

Sua canção é bonita
Como sereia  enfeitiça
Um querer doidice
Deusa da meiguice

Tantos querem teu amor
E eu não duvido
Eu mortal que sou
Também reivindico

E partilhamos sonhos
E partilhamos sons
E partilhamos fantasia
Até o que não devia.

E estou no limbo
Lamentando intenções
Deflagrando comícios
Minhas imposições


E sustento com sustagem
Minhas maleficências
Que crescem de coragem
E proficiências

Não sou senhor de mim
Quando estou  dobrado aos seus pés
E desejo  enfim
Ser forte como José.

Boas vindas a sollidão



No momento sou triste
Mas não foi  sempre assim
Se o tempo no tempo existe
A infelicidade não é tão ruim.


Triste  por um amor não vivido
Não vivido mas experimentado
Um coração pálido e lívido
No peito sacramentado


Dizem que há momentos felizes
Alternados  entre tristeza e solidão
Pra mim a felicidade parece um indício
De migalhas deixadas  no chão.

Há dias atrás estava feliz
O coração  estava repleto
A alegria pairava infinda
Mas, pra  solidão desejei boas vindas.

No mundo, tudo



No mundo que estou
Olhando pra tudo
Vejo que tudo é possível no mundo
Quando  vou lá no fundo
Mergulhando  no submundo
No mundo há de tudo
Pessoas com seus absurdos
Com seus sonhos  profundos
E os que se mantêm duros.
Com seus vãos discursos.



No mundo em que estou
A gente pra tudo
Os que  vagam avulsos
Aqueles que não param um segundo
E aqueles que ficam em cima do muro
Pra se sentirem seguros.

É um mistério profundo
Entender as mentes que andam no mundo
E as que vagam no submundo
E as que se perdem em interlúdios.
Diante das dores ficam mudos
Aguardando  desdobramento ocultos.
Para não ficarem malucos

Desconfio que se foram as chamas



Desconfio que se foram as chamas
Quando o vento forte soprou
Vento das Dissidências
Que a harmonia levou


E as fronteiras da harmonia
Colidiu com nosso orgulho
De todo espólio sobrou reminiscências
Que guardei neste embrulho

E divagam entre dilemas
Os pensamentos de outrora
E questão de sobrevivência
Deflagrar o que foi nossa história.

 E o pensamento discorre
Entre tantos burburinhos
Será que toda benevolência
Vai-se  quando acaba o carinho?

Esta dor que o   peito machuca
Não traz ternura  traz sofreguidão
Porque deseja ansiosa sua benevolência
Pra apaziguar o meu coração.

E por mais que deseje estou a esperar
Que o mundo repare o que abriu a ferida
Vede com bons olhos a minha inocência
Seja complacente te peço guarida.


Das janelas que veem meus passos



Das janelas os que veem meus passos
Vislumbram presente e passado
Naquele  ínfimo pequeno espaço
Que sob seus olhos passo.

E como estes,  estive a olhar
Outros que como eu vieram  passar
Sob  olhares  a escrutinar
Em diferentes óticas o caminhar

Não que tivesse a pretensão
De sobre olhos chamar atenção
Pois no tempo que  estive acolá
Só pensava em velejar

E o tempo se faz presente
Quando a rotina demarca meus passos
E nos dias que vão em frente
O presente  se faz  passado.

Outrora um  jovem mancebo
Arrogante  em pé aprumado
Sob a janela do tempo
Vai ficando curvado.

E os olhos que o seguem
Distraídos não percebem
Que aquele momento  no espaço
Perde-se quando dou mais um passo.
[.

Pois cada passo no tempo
É um segundo a menos
No tempo apressado
Que impõe  seu legado.


Esta é a magia do tempo
Que sem ter menor pretensão
Vai desdobrando o momento
Unindo olhos atentos a desatenta visão.






Bate em mim tamanha apatia



Bate em mim tamanha apatia
Foge-me a vontade de viver
Minha mente que é meu guia
Saturada  a se perder

Um vácuo faz-me longe
E a realidade parece cruel
Perdi o rumo ele se esconde
Os pensamentos vão-se  ao léu

E vejo tantas avarias
Frutos da minha frustração
Minha cabeça vadia
Penúria é constatação

E o mundo rodopia
Será que o mundo acabou?
Acabou a utopia que trazia alegria
A fonte da água  secou?

E meus dias consequentes
São só dilacerações
E meu corpo dissidente
Ressente das minhas aflições

E as noites tornam-se dias
E os dias ficam sem graça
Distante eu vejo a alegria
Tristeza é minha comparsa

Declame  o meu revés
Dobro-me em servil escravidão
Capacho aos seus  pés
Pedindo o  seu perdão

Mas se seu coração voa livre
 Não  se resignará
Ainda que no peito estime
Tal ato considerar

Espero por um milagre
Seu coração ser só meu
Livre-me deste impasse
Renasça o que se perdeu.

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Razão, coração...



O coração reclama
Como reclama a razão
O coração por seus motivos
A razão eu não sei não.

A boca anseia os seus lábios
O ouvido a sua voz
O corpo anseia seu corpo
E a razão é tão algoz

As palavras secas não falam
Não encontram ouvidos atentos
Ouvidos atentos? Não seriam capazes
De ouvir os meus lamentos.

Eis que o vazio é meu vizinho
Mudou-se de  mala e cuia
A casa que antes alegria
Agora jaz espúria.

E os dias são lentos
Rápida a indisposição
Se,  conhece o contratempo
Sabe que tenho razão.

A esperança comprometida
Vai de longe quase sem vida
Muda, seca, dolorida
Causando no peito feridas.

Vai a mente castigando
Os pensamentos descarrilando
A dor, amargura e o pranto
O sorriso desvencilhando.

Ou o sorriso vem sem graça
Mostrando todo tormento
Se a dor viceja na praça
Ta me matando por dentro.


IRMÃO




Hoje faz alguns dias que uma vida se foi. Era alguém de suma importância ... Na vida de alguém. Tinha filhos, tinha ex mulher,  tinha muitos problemas pessoais e muitos vícios. Este último  contribuiu muito para o que culminou na sua desencarnação. Não podemos definir nosso trajeto de vida, mas uma vez que nosso comportamento começa capengar  para  lado  errado   presumimos que chegaremos onde nossas inclinações nos levaram. Claro que impossível não considerar que os imprevistos, as intempéries e outros acontecimentos  ajudam completar nosso destino. A palavra destino me parece tão incerta já que  a ideia de destino é predestinação.  Acredito que nossas crenças fazem-nos céticos quanto a outras  saídas senão o destino.  Temos nossos dogmas, convicções e crenças que influenciam a forma que encaramos o destino mas, me parece tão injusto que nossa história esteja previamente traçada, como que  manipulados  sem termos o  direito de exercer o livre arbítrio - Se bem que até nossa  liberdade é cerceada por nossas ambições, vícios, fraquezas,  amores, promiscuidade só para citar algumas e estas influenciam bem mais do que o que  chamam destino e  estes nos tiram da rota de um caminho   promissor. Queria tanto dizer que ele foi um bom homem, mas torço o nariz ao tentar encontrar uma forma justa  de descrevê-lo. Talvez mais severo que Deus, endureço minha cerviz e reconheço minha  insignificância.  Posso dizer que foi um bom irmão enquanto seus demônios não o atormentavam, chamo demônios todos aqueles que o aprisionavam e  sufocavam sua personalidade original. Lembro-me de tantas e tantas vezes que juntos fazíamos coisas bem legais  como quando nas rodas de samba que eram divertidas, os jogos que me orgulhava de vê-lo jogar entre outras.  Hoje me pergunto o que foi que nos afastou... Orgulho, diferenças pessoais motivadas por conclusões erradas e infames ou a quebra de algum mandamento que deveria honrar os irmãos?  Sei que fui um péssimo irmão e  pior do que  se podia esperar. Agiria ele tão infamemente como eu? Duvido. Ele tinha um coração leve, uma mente mais amistosa, um coração mais cordial. Talvez por não poder fazer uma homenagem decente  sinto que deveria me remir ao  silencio absoluto abstraindo desta dor invisível que me  cobra aquilo que não fiz  quando se fazia  necessário por falta de sentimento, de urgência, de visão e principalmente pela descrença de que ele era apenas um ser mortal imperfeito e que como tal vítima das próprias imperfeições. Infelizmente é na morte que encontramos remissão dos pecados e que nos tornamos puro novamente como deveria ser. 

Ponto e meio



Um tom, um tom e meio
Reflexão, reflexão e meia
Discórdia, discórdia e meia
Um ponto que desfia a meia

Sonho que enche o travesseiro
Um nó que agora é  entrevero
Pensamento que vira perturbação
Sob o manto da contradição.

Noite que passa a ser  dia
Dia que vira tortura
A alma que outra atura
Quando o amor é quase desventura.

Nuvens que  choram
A visão que  vira   cegueira
A esperança que é passageira
Nesta viagem sem eira nem beira

Um ponto que é quase um desgosto
Na semântica que se mostra tão ambígua
Vou encarando a morte como a vida
Nesta batalha de paz dividida.