Procuro explicações do inexplicável
Sondar seu coração é inconcebível
Não depuro rins, nem designo corações
O meu próprio é um enigma..
Penso em árduos estigmas..
Nutro esperanças tísicas
O pobre coração não se distrai
A razão anêmica combalida
Na desfaçatez da vida atípica.
Tudo vazio, tudo sem cor
O mundo está vazio.
Sem formas, sem vida, sem cor.
Aguardo uma luz que não chega.
Pratos azeitados não emenda
Acabrunhado sob minha dor
Prostrado sob trevas infinitas
A vida agoniza moribunda
Bebo um elixir de ilusão
Espectros zombam de mim
Não sou dono de mim.
Escravo de minha dor.
Sorvo sonhos de esperanças
Acaricio as lembranças
De atos que ainda não vivi.
Não, não sou dono de mim
Pecados relembrados
Açoitado pela minha consciência
Tantos foram eles que somados
Traçam ponto final, exclamação e reticências
Quem passa me chama coitado:
Eis, aí um pobre diabo.
Não sabem que ali esta um demônio
Na sua prisão imposta.
Pela voz da amada que foi embora.
Chora porquês.
Chora solidão
Vaga no mar de desilusão.
Chora arrependido
Chora doído
Nasce a dor.
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