Voar cabe aos pássaros
Meus pensamentos voam também
Não posso desvendar os pensamentos de ninguém
Não posso obrigar-te a revelar devaneios
Desejos que em ti permeiam
Vôos que ti convém
Dentro de ti há uma morada
Mobiliada com seus desejos
Neles não há intrusos dando pitaco
Ditando parâmetros
Criticando anseios
Medindo o impacto
Há fina tênue das razões
Mirabolantes num contexto estranho
Tristes, enfadonhos
Cálculos mal planejados
Saltos dados sem diretriz alguma
Jogo na linha de horizontes
Vago em conclusões
Nau de espuma
Agora repousa serena
Mas valeu a pena?
Voar em devaneios
Recrutar o passado recalcitrante
Lapidar diamante
Fundir desejos
Minas terrestres por todo lado
Onde piso agora, causará dor?
Pensamentos febris que se insinuam
Namoro a turba, vivo de horror
Um piso em falso fico aleijado
Dá-se pitaco: envenenam
Denomino-me lasciva
Vôos furtados, navegador
Horizontes perdidos
Causa, efeito, dor
Desmonte a cena
Contrarie o jogo
Repousa serena, como?
Lá fora estão os cães
Ladram sem parar
Quem vai entender
Quem vai chorar
Dane-se a estupidez
Faria tudo outra vez?
Dá pra entender?
Deixar voar?
A turba de sonhos sonhados
Os vôos nunca revelados
A serena precipitação
Mentes desvairadas
Velas assobradas
Imperfeita conclusão
Condiciono, obrigo, imponho
Calo-me. Liberto-me
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