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terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Não preencha as lacunas



Fato é que aquela expressão de raiva visto no rosto dela causou um mal estar nele… Pensou: o que fiz para ser recebido com esta cara? Sua mente começou confabular se havia feito algo que justificasse aquela expressão. De tanto remoer aquilo e nada encontrando sentiu uma indignação crescente  e logo uma raiva sobrepujou sua razão. 

Pessoas temperamentais destemperam a vida delas e a dos outros, pensou.  Do outro lado perdida em seus pensamentos a moça estupefata pelo que lhe tinha acontecido estava repassando na sua mente o episódio do assédio que sofrera do seu chefe. Nem notou quando seu amigo lhe cumprimentou sorrindo....

Dá pra entender o risco que cometemos quando preenchemos lacunas para satisfazer nossa mente. Sim, temos este ímpeto de querermos respostas para tudo. Assim, não raro damos desfecho a incógnitas que ficam zanzando em nossa cabeça. Exemplo.  Se alguém lhe conta uma história é evidente que não conta mostrando os reais motivos que perfazem a história toda. Conta aquilo de acordo com seu ponto de vista que é sempre parcial... Baseado naquilo que ouvimos criamos um quadro quase sempre maledicente da parte que não pode se defender. 

Outro exemplo. Se vemos dois conhecidos juntos sem seus determinados cônjuges num local em que julgamos inconveniente, como num restaurante almoçando,  nossa mente  dá um desfecho para os acontecimentos.  Esta maneira de nossa mente procurar uma resposta para tudo geralmente faz com que precipitamos no julgamento do que de fato acontece... Só que não só isso. Quando estamos incomodados com um acontecimento que parece  duvidoso queremos compartilhar aquilo com outros e acabamos  envolvendo  outras pessoas com nossos comentários questionáveis... distorcendo algo que nem sabemos ser verdade. 

  Mas, como entendermos que nem sempre um sorriso é demonstração de gentileza e nem sempre uma cara feia sugere aversão ou um débito com determinada pessoa? 

 Só não preenchermos as lacunas daquilo que não sabemos o porquê das coisas.  As vezes ficamos mal com uma pessoa porque ao preencher lacunas criamos uma história fictícia em reposta aos nossos anseios e nossas próprias inclinações ou seja se a pessoa está conversando com alguém e imaginamos que daquela conversa poderia existir algum  interesse é porque se estivéssemos no lugar da pessoa agiríamos conforme sugerimos? Não sei mas as lacunas que preenchemos o fazemos baseado no nosso histórico baseado no nosso comportamento? Talvez seja difícil admitir. Talvez imaginarmos uma conduta seja uma forma de nos protegermos daquilo que supostamente tememos  e que enfatiza uma experiência que já tenhamos passado ou pode ser que as evidências realmente  estejam gritantes bem como pode ser que você está tão desacreditado nas pessoas pelas séries de experiências relatadas que sua mente criou um roteiro catastrófico para coisas óbvias.

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