Em que
ambiente traçamos nosso destino?
Será que
está em nossas mãos direcionarmos ao destino uma assinatura subjugada pela
emoção?
Porque
escolhemos caminhos duvidosos e
preferimos dar asas a ilusão quando isso foge do que é razoável.
Porque nos
envolvemos em situações que se fosse para outros advertiríamos que é furada?
Porque permitimos
as lacunas preenchidas com fantasias quando nossa
intuição diz que tudo não passa de mentiras?
Porque
debruçamos sobre o improvável anelando que ele seja verdade mesmo sabendo que iremos
nos machucar se nele acreditar?
Porque subjugamos a verdade com mentiras ignorando os fatos?
Porque
alimentamos possibilidades quando ela é menos que nada. Quando temos 99% de
recusa e 1% de precisão.
E porque
elevamos o nada das probabilidades quando a probabilidade é tão evidente.
Porque entregamos nossa intimidade a quem carece de ajuda,
achando que resolveremos seus problemas quando não damos conta dos nossos, um
cego guiando outro.
Porque procuramos intimidade quando a carência nos põe a
flor da pele e traga nossa dignidade.
Porque na carência disponibilizamos tudo em troca de tão
pouco que nos é ofertado?
Porque traçamos nosso caminho com motivações dúbias?
Dúbias
intenções: a que sabemos que é de fato e aquela que fingimos ser para saciar
nossas conveniências; dúbias verdades: a
que acreditamos e a que fingimos não ver. dúbias enganações: porque queremos tanto que
acreditamos e a que expressamos quando no intimo não acreditamos que possa ser.
Porque
entramos em relações quando um quer piamente
o amor enquanto o outro se diverte?
Um vislumbra
e sonha com momentos a dois, o
outro se empenha num jogo a três.
Quando assimilamos a dor de um amor desfeito, estamos
desfeitos e remexidos por dentro.
Neste estado nos prostramos
diante do altar da reflexão e analisamos se valeu a pena desdobrar-se em prol
de quem não se dispôs.
De quem se
esmaeceu em nuvens quando você precisava tocar
De quem nas
profundezas da alma não queria dar nada e ter tudo
De quem ouviu
enquanto você lhe confiava seus medos, mas em contrapartida não se desproveu
porque segredos revelam emoções.
Que manteve
segredos ocultos para não eclodir a verdade.
Que manteve suas emoções trancadas a sete chaves para não desbastar os
segredos.
A incógnita
prevaleceu como forma de manter a distância
E a
distância ingressou nas fileiras dos
porquês sem respostas
A palavra
lacrada reverbera desconfianças.
As verdades
lacradas reverberam pesar
Esvaem-se
em lamentos, lamúrias, cobranças e contestações.
A prostração
diante do desconhecido é chula.
Tem ares de
superioridade, mas não passa de refugo
E causa uma
onde de inquietação tenaz e perversa
A
perversidade disfarçada com nome de sexo
De voz
macia, de corpo atraente e de pura sedução.
A sedução
que abre uma cratera no coração abstraído.
Abstraído da maldade pela boa disposição de amar.
Mas, a
sombra do dolo é evasiva e ganha amplitude na inocência
Porque
perversão e pervertidos banham-se no mesmo lago
O lago dos
que preferem à dilaceração a verdade
E que se
inebriam com aquilo que não podem dar
Não podem
dar porque deles tiraram. Por quem lhes impôs a dor
Então
maculam o que lhes foi dado, criando uma fileira de doloridos e vingativos
zumbis do amor.
Dizem que o
destino já vem formatado e que este formato é imutável
Mas, se nos
debruçamos em sonhos romântico estamos
inebriados pelo irreal.
Se o beijo
dado obscurece nossa razão é carência.
Se a cama significa distração. Somos objeto.
O destino é
formatado ou o estamos formatando?
Em que
preâmbulos traçamos nosso destino.
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