Quem
não gosta de gentileza, camaradagem, solidariedade? Quando não há um interesse por trás. A transparência das intenções é tão crua. A consciência de um interesse revelado sem nenhum pudor cheira tão mal. Somos do tipo: me engana que gosto.
Parece bom quando no frigir dos ovos não temos que acreditar que as coisas são feitas pelo simples interesse do dar em troca de receber
Parece bom quando no frigir dos ovos não temos que acreditar que as coisas são feitas pelo simples interesse do dar em troca de receber
Parece que cada vez menos as pessoas se precisam. Mentira! Porque precisamos.. Se os motivos não são ortodoxos, são velados, mas não somos tão autossuficientes. Carecemos de coisas ínfimas e abstratas. Não somos só matéria. Precisamos do que não é palatável. Motivação pouco louvável sempre pinta. Farei isto para ter aquilo. Quando confabulamos com nosso interior mostramos nossas caretas: Elas são feias, mas diz quem somos e o que não queremos ser. Puxamos nossa orelha com o intuito de parecer melhor. Melhor? Melhor que o que? Melhor para que? Queremos ser melhor para conseguir o que queremos? Queremos ser melhor para sermos melhor a quem? Nossas conveniências. O homem bom não parece tão bom quando o resultado é ruim. E o ruim é bom quando nos convence da sua bondade. Qual disfarce usamos quando não temos nada a perder? Quando apontam o dedo na nossa cara e dizem: você é um bosta! Despertam sua deidade demoníaca. Agora aguentem. Não era isso que queriam? Com ferro ferem e não querem ser feridos? Com descaso te tratam e querem ser bem tratados. Aonde está a coerência do fazer aquilo que gostaria que fizessem se você só espera que lhe façam o bem que você não faz?
Mas,
o que afinal são valores? Medimos valores pela forma que as pessoas se comportam
diante de nós? E como ficamos quando descobrimos que há um objetivo além do que nos é demonstrado? Ingenuidade
de nossa parte acharmos que as pessoas são boas? Ou fingimos não saber que etiqueta é apenas um
selo de qualidade que apresentamos para sermos bem vistos.
Não,
não deve ser tão ruim.Tem pessoas boas, boníssimas, dotadas de qualidades e que não pensam e não fazem mal a ninguém. Amam até os cachorros, gatos e todos e quaisquer animais. Quem não conhece um franciscano com este perfil. Eu conheço vários. De longe, sem a proximidade da intimidade. Melhor assim. As vezes penso que somos como correspondência sigilosas que precisam de um protocolo para mostrar sua importância. Protocolo meu comportamento para ser aceito num meio que não gosto só para sobreviver. As escolhas que faço não são as minhas. Tiudo faz parte do jogo, do cenário do ambiente que
habitamos. Nada demais...Estamos no jogo e pronto.
Devemos aprender jogar conforme o jogo. E o
jogo tem regras e elas devem ser obedecidas ainda que não concordemos. Não
precisamos sair dizendo que não concordamos... Não precisamos demonstrar nosso
repúdio, porque se estamos em campo e
precisamos seguir as regras sem que nossas intenções sejam declaradas ao mundo.
Visão pessimista das coisas? Voi lá! Mas, um número crescente de pessoas e fatos tem
demonstrado que valores estão sendo vistos como obstáculos. Confiança torna-se
sofrimento quando na outra ponta existe um oportunista. Bastam nossas próprias inseguranças que nos põem
vulneráveis diante de certas coisas.E ela cheira e revela-nos.
Sim,
isto mesmo. Nosso medo é vidente. Esta sempre
acertando seus prognósticos. Só quando aprendemos realmente a jogar sem sentimentalismo,
levando em conta pros e contras que entraremos no
jogo. Quando soubermos
separar o trigo do joio poderemos conduzir
nossa vida sem o ressentimento decorado por um comportamento gentil
vinculado a segundas intenções.
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