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sexta-feira, 19 de maio de 2017

COMO PENSAMOS



Eu passo por ela e com um  sorriso e a  cumprimento: Oi como vai, tudo bem? Mas,   penso: nossa como está velha! E este vestido, o que é isto? Ela responde: Oi, estou bem. E você? E pensa: Nossa como está velho! E sem noção. Está  se achando um  garotão usando esta camisa tamanho p.  Que  ridículo!

Sempre pensamos algo sobre alguém que em contrapartida está pensando algo sobre a gente. É justo. Embora divirja daquilo que pensamos de nós mesmos. Achamos que as mudanças impostas pelo tempo ocorrem nos outros, não em nós. Sim,  nossa mente é cruel e sem nossa autorização   faz comentários condizentes com o que vemos, mas nem  sempre condizente com a forma que a pessoa enxerga a si próprio.  As vezes  a boca ganha vida própria  e manda um: Você está muito bem!  Quando na verdade queria dizer: você está uma piada: gorda, velha e... 

Outras agimos com maior sensatez e mandamos  uma cara de espanto, embora nem  notemos, que deixa duvidas sobre o que queremos dizer é aquilo mesmo. se nossa expressão ou nossas palavras que estão falando a verdade. Depois do susto quando na intimidade de uma conversa de amigos  abrimos o jogo: Você viu fulano? Será que ele está doente? Ele está tão magro.  

A forma que nos vemos é pura ilusão.  Até que alguém nos chama de senhor.  Somos tão bonzinhos com nos mesmos. Achamos que o tempo não fez estragos em nós. Só nos outros. Olhamos pro espelho e vemos nossa imagem de vinte anos atrás.

Uma outra situação que revela nossas disparidades é quando avistamos de longe alguém que faz tempo que não vemos e saudosos dizemos:  que saudade estava de você. E ele que vem em  direção oposta a nossa:   La vem o chato!

A ironia é ou não irônica?  Você se achando o galã esquece que o tempo fez estragos relevantes  no seu perfil embora você se engane achando que não. Por sua vez o outro que você detonou se achando um galã  vê o estrago que o tempo te causou. Uma mútua e recíproca perversão reflexiva  de espelhos.



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