A expressão mais conhecida num momento em que estamos a
beira da desilusão é: a esperança é a última que morre. Diante deste ditado nutrimos a esperança que uma situação adversa vai
mudar... e custamos a se desfazer desta esperança que, agarramos com unhas e dentes, até! Esperança de tolo é quando nutrimos esta, até
quando não temos mais porque sustentá-la.
Exemplo. Você está num prédio em chamas, a fumaça tomou conta do lugar, as labaredas consomem tudo que está ao alcance
de suas vistas e por algum motivo desconhecido pela lógica, você espera que um anjo entre pela janela e o
alce prédio afora. Exemplo afórico mas, há situações em que agimos exatamente deste jeito. Exemplo dois: O relacionamento está destruído, ela deixou claro que não
gosta mais de ti e que não vai mais voltar. Parece claro e ponto. Mas, você
baseado na esperança de tolo, continua alimentar um retorno. Por QUE? Pra QUE?
Dá doido? Só de pensar na possibilidade de retorno já revela que você está com
problemas. De dignidade, de perspicácia, de esperteza. Há, pode acontecer dela voltar, você insiste
nisso? Pode. Pode sim. Como um rato
volta quando encontra comida fácil. Acorda!
Numa abordagem paralela vamos citar alguns exemplos
miraculosos que a esperança poderia ser de tolo e não foi porque houve
intervenção divina. O caso de Daniel nas covas dos leões, o caso da derrota do
exercito de Senaqueribe. A queda de Jericó e o caso de Nabucodonosor. Mas, como dito. Intervenção divina. Hoje em dia não podemos contar com ela,
principalmente porque existiu um motivo para que estes relatos fossem
preservados e chegados até nos.
Noutra ponta cabe perguntar por que insistimos em nutrir
esperança quando tudo indica que não devemos? Temos uma pugna. Tudo aquilo que parece oposto
a nossa felicidade causa-nos indigestão. Alguns exemplos: a morte, doenças, a
derrota de nosso time, um acidente que perdemos alguém que amamos, injustiças.
A lista é grande e interminável. Em 1771, Mercier um escritor francês escreveu
o conto A ano 2040, ali relata um sonho de como deveria ser Paris, capital da
Franca. Em seus devaneios descrevia uma cidade perfeita sem injustiças, árvores
ladeando as avenidas e tudo que nos permitiríamos sonhar se tivéssemos o poder
de realizar nossos sonhos. Sonhos, palavra
muito ligada a esperança. Mas, que geralmente habita nosso imaginário que está
associado a nossas vontades que flutuam constantemente em nossa cabeça. Sonhar
não custa nada, nem exige esforços. A
verdade é que continuamos a nutrir esperanças de tolo de que tudo vai se
resolver: Um governo justo, a cura das doenças, a igualdade entre os humanos....
Temos que acordar. Realidade é realidade e não mar de rosas... Esperanças tem
um teto, além dele são nuvens de fumaça da nossa vontade baseada num
querer irracional. Não somos super
homens dotados de capacidade fenomenal e
não podemos contar com intervenção divina. Acordemos. A esperança tem limites.
Quando ela foge do natural ele é lógico: desnatural.
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