someone lyke you

terça-feira, 11 de abril de 2017

DESENLACE



Um homem não avalia sua situação antes da derrota. Ele se prostra diante da sua mulher, ex mulher,  que agora já envolvida com outro,  e tenta desesperadamente uma reconciliação. Um tiro pela culatra se ele soubesse que antes mesmo do ocorrido tantas coisas aconteceram pelas  suas costas.  Volte tempos atrás e encontrará 2 pessoas encantadas um pelo outro. Ele 10 anos mais velho que ela e ela na sua candura dos 16 anos empolgada pelo enlace com o que ela afirmava ser o homem de sua vida.  

Avaliamos as pessoas pela dimensão de convivência que temos com ela. Se, ranzinza, antipática, chata, melindrosa, ciumenta no ambiente de convívio longe do lar é como os vemos dentro do convívio familiar. Não sei se deveríamos pensar como a diferença de idade pesa no decorrer dos anos. Afinal muita estrada há para se trilhar e esta estrada não é um mar de rosas. Sem dúvidas há  muitos obstáculos.

 Dado momento alguém olha para ela e vê o que  tem por fora e aponta as vantagens de alguém mais jovem. Só uma hipótese. Ainda não se descarta que você tenha desqualificações que a pessoa já não tolera. Pra justificar o abandono um motivo irrelevante: Quero sair mais e nunca temos dinheiro pra isso. Fala sério! Porque mentimos assim? Claro que aquele cara perfeito ressaltando suas qualidades viris e juvenis, a custa da exposição das desvantagens de um cara mais velho mexe com ela. Claro que o dissabor de anos de casamento e as tribulações dos filhos, a monotonia dos dias rotineiros, o pouco dinheiro, a  falta do lazer imprimem agravos adicionais que poderiam ser determinantes. O diabo nos vence porque nos oferece o melhor. Se sentimos desprivilegiados  ele nos privilegia, se desestimulados ele nos estimula, se mal amados ele abre a porta para amores incríveis, se massacrados ele nos enaltece. Ainda não estou dizendo que não foram  as desqualificações pessoais que  selaram o desenlace.

  Quantos maus hábitos, adquirimos no decorrer de uma vida em comum. Quantos vacilos, tantas discussões, tantas pedrinhas corrosivas lançadas até que não aja mais conserto. Tantas humilhações impostas para mantermos nossa posição. Quantas mágoas injetamos no coração alheio... Que quando tentamos recuperar a beleza dos primeiros anos estamos desguarnecidos irremediavelmente da paciência, do tempo, da esperança. Basta que um não queira fazer esforços que são estrondosos para se consertar o que parece tão quebrantável.
 Aquelas palavras desesperadas que anseiam o conserto são tardias. A roda girou. E a rota de fuga tem tantos pretextos que qualquer um serve para justificar. Até o mais simples e menos verdadeiro.

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