someone lyke you

quarta-feira, 26 de abril de 2017

Rapsodia triste



Soou  tão alto  aos ouvidos
Como uma faca  abrindo  feridas
Rapsódia   de versos proibidos
Ressoam como   velhas cantigas  

O uivo de dor ecoando
O caos entre vozes perturbadas
O pranto que verbera aos ouvidos
Revelam  a sede  desafortunada

Narra a tua dor como arma
O espectro que sobre mim advêm
A bala que dilacera a alma
Fere-me como não feriu ninguém

Ao som dos arrependidos me prostro
Como fazem os  desenganados
Que sobre novo fôlego de vida, o voto,
Esquecem  quando o mal superado.

A dor que a outro impõe
Não sentes se a outro é devida
Quando o inconsciente depõe
Sua culpa  na pele é  sentida.

As lágrimas  vislumbro em teus olhos
Lágrimas que se vertem em sangue.
Os atos que dilaceram a alma
Revelam   o brilho  exangue


O ardil que camuflava  o encanto
Perdeu-se na sua  indecência
O conto que antes adorado
Hoje na dor transparência.

Um canto que induz outro canto
Rapsódias de corações aturdidos
O conto desmascarando
O canto que foi encanto agora é proibido.

terça-feira, 25 de abril de 2017

Ilusão do pecado



Que fazes a fama sobre lençol
Branco, cetinoso, limpo e cheiroso
Imaculada visão que vem do coração
Não vês as trevas que sobre ele

Alcovas que permeiam a luxuria
Brada inconsciente em louvor ao êxtase
O mundo para naquele instante
Não vês a treva que sobre ele.

Olhares cobiçosos que se cruzam
Na intimidade de corpos nus que se profanam
Vicissitudes do tempo escancaradas
Que cega a lucidez de todo ser.

Confissões reveladas na madrugada
Em corpos sedentos que se sobrepõem
Sussurros na garganta aprisionados
Revela do pecado o sabor. 

Mas em paredes encurraladas
Há olhos que veem na madrugada
E quando segura sobre lençóis imaculados
Maculado é o solo que beijou.

Corpos cálidos não ocultam olhos vistos
Expõem-se perdendo do tempo a noção
O coração que perdeu a dimensão
Comete suicídio da razão. 

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Se liga!



Se liga, a China não vive mais na política do filho único,  os  Estados Unidos não representam  mais o sonho americano e o Brasil, conforme acreditávamos,  não é  o melhor país para se viver. Estamos ficando um povo triste. Sim,  o país do carnaval e do futebol tristes? Bem vindo a realidade. Nossa realidade inclui  Estado islâmico botando terror. Acuando quase todo mundo. Ressuscitando antigos demônios: Imigrantes  estrangeiros. Familiarizamo-nos com a palavra Establishment, deixando claro quem manda. Governos e poderosos brincam de deuses e os peões dançam conforme a música.

Estamos mais tristes é verdade,  mas estamos fazendo muita gente rir  e de quebra ocupamos o lugar de Portugal, o mundo inteiro ri de nós. Se bem que Portugal ri da gente faz tempo. Mas, também  quanta piada! Olha nosso governo. Não da vontade de rir? Talvez ouçamos alguém dizer:   atire a primeira pedra quem nunca roubou, parafraseando uma frase de Jesus.  E Jesus se contorceria mediante tamanha hipocrisia. Se fossem dar valor aos ensinamentos bíblicos aceitariam o conselho de Paulo que dizia: Más companhias estragam hábitos úteis. Que dica elementar para representantes da justiça  que se corrompem com políticos como se fossem farinha do mesmo saco.  A carne é franca está vinculada com mais um motivo de nossa  performance desastrada e jocosa. Lembra outro ensinamento de Jesus que advertia sobre nossa constituição fraca e por isso a necessidade de mantermos uma postura vigilante.  Nada a ver com carne fraca vinculada a mídia nos últimos dias.  Somos uma piada? Trabalhamos tanto nos dedicamos a ser honestos mas, insistimos em  escolher políticos  despreparados que nos roubam. Como vamos acertar noutras coisas. Estamos  sendo empalados sem reclamar como paga  por nossas escolhas e,  que escolhas. Quer piorar? Políticos corrompem políticos que corrompem juízes que corrompem a mídia e nós assistimos de camarote. Que cascata de horrores!

 Mas, tem algo de bom! Estamos economizando com manicures. Teremos que roer muitas unhas esperando ansiosos para saber qual o próximo benefício que perderemos. Pena que fazemos o mundo rir  com coisas que fazem o povo chorar. Será que ficamos tão doidos que estamos vendendo carne podre? É piada não é]?  Seria irônico já que lá fora somos conhecidos por vender carne nova. Por isto os gringos vem pra cá.. Nossas carnes novas são de primeira.

 E nossas empresas que era tão conceituada agora enlameadas de tal forma que nossa economia está andando para trás. Que triste realidade.  Nosso governo muito preocupado com nosso futuro agora está unicamente empenhado em tomar providências que tapem brechas que de outra forma comprometerão o futuro de nossos filhos. Argumentos não faltam, é, talvez! Talvez,  falte a verdade.  
Nosso povo roendo unhas esperando uma providência divina. Somos sossegados, mas graças a Deus, acreditamos nós,   que a previdência é divina.

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Esperança de tolo.



A expressão mais conhecida num momento em que estamos a beira da desilusão é: a esperança é a última que morre.  Diante deste ditado nutrimos  a esperança que uma situação adversa vai mudar... e custamos a se desfazer desta esperança que,  agarramos com unhas e dentes, até!  Esperança de tolo é quando nutrimos esta, até quando não temos mais porque sustentá-la.  Exemplo. Você está num prédio em chamas, a fumaça tomou conta do lugar,  as labaredas consomem tudo que está ao alcance de suas vistas e por algum motivo desconhecido pela lógica,  você espera que um anjo entre pela janela e o alce prédio afora. Exemplo afórico mas,  há situações em que agimos exatamente deste jeito. Exemplo dois: O relacionamento está destruído, ela deixou claro que não gosta mais de ti e que não vai mais voltar. Parece claro e ponto. Mas, você baseado na esperança de tolo, continua alimentar um retorno. Por QUE? Pra QUE? Dá doido? Só de pensar na possibilidade de retorno já revela que você está com problemas. De dignidade, de perspicácia, de esperteza.  Há, pode acontecer dela voltar, você insiste nisso?  Pode. Pode sim. Como um rato volta quando encontra comida fácil. Acorda!

Numa abordagem paralela vamos citar alguns exemplos miraculosos que a esperança poderia ser de tolo e não foi porque houve intervenção divina. O caso de Daniel nas covas dos leões, o caso da derrota do exercito de Senaqueribe. A queda de Jericó e o caso de Nabucodonosor.    Mas, como dito. Intervenção divina.  Hoje em dia não podemos contar com ela, principalmente porque existiu um motivo para que estes relatos fossem preservados e chegados  até nos.

Noutra ponta cabe perguntar por que insistimos em nutrir esperança quando tudo indica que não devemos?  Temos uma pugna. Tudo aquilo que parece oposto a nossa felicidade causa-nos indigestão. Alguns exemplos: a morte, doenças, a derrota de nosso time, um acidente que perdemos alguém que amamos, injustiças. A lista é grande e interminável. Em 1771, Mercier um escritor francês escreveu o conto A ano 2040, ali relata um sonho de como deveria ser Paris, capital da Franca. Em seus devaneios descrevia uma cidade perfeita sem injustiças, árvores ladeando as avenidas e tudo que nos permitiríamos sonhar se tivéssemos o poder de realizar nossos sonhos.  Sonhos, palavra muito ligada a esperança. Mas, que geralmente habita nosso imaginário que está associado a nossas vontades que flutuam constantemente em nossa cabeça. Sonhar não custa nada, nem exige esforços.  A verdade é que continuamos a nutrir esperanças de tolo de que tudo vai se resolver: Um governo justo, a cura das doenças, a igualdade entre os humanos.... Temos que acordar. Realidade é realidade e não mar de rosas... Esperanças tem um teto, além dele são nuvens de fumaça da nossa vontade baseada num querer  irracional. Não somos super homens dotados de capacidade fenomenal  e não podemos contar com intervenção divina. Acordemos. A esperança tem limites. Quando ela foge do natural ele é lógico: desnatural.

terça-feira, 11 de abril de 2017

DESENLACE



Um homem não avalia sua situação antes da derrota. Ele se prostra diante da sua mulher, ex mulher,  que agora já envolvida com outro,  e tenta desesperadamente uma reconciliação. Um tiro pela culatra se ele soubesse que antes mesmo do ocorrido tantas coisas aconteceram pelas  suas costas.  Volte tempos atrás e encontrará 2 pessoas encantadas um pelo outro. Ele 10 anos mais velho que ela e ela na sua candura dos 16 anos empolgada pelo enlace com o que ela afirmava ser o homem de sua vida.  

Avaliamos as pessoas pela dimensão de convivência que temos com ela. Se, ranzinza, antipática, chata, melindrosa, ciumenta no ambiente de convívio longe do lar é como os vemos dentro do convívio familiar. Não sei se deveríamos pensar como a diferença de idade pesa no decorrer dos anos. Afinal muita estrada há para se trilhar e esta estrada não é um mar de rosas. Sem dúvidas há  muitos obstáculos.

 Dado momento alguém olha para ela e vê o que  tem por fora e aponta as vantagens de alguém mais jovem. Só uma hipótese. Ainda não se descarta que você tenha desqualificações que a pessoa já não tolera. Pra justificar o abandono um motivo irrelevante: Quero sair mais e nunca temos dinheiro pra isso. Fala sério! Porque mentimos assim? Claro que aquele cara perfeito ressaltando suas qualidades viris e juvenis, a custa da exposição das desvantagens de um cara mais velho mexe com ela. Claro que o dissabor de anos de casamento e as tribulações dos filhos, a monotonia dos dias rotineiros, o pouco dinheiro, a  falta do lazer imprimem agravos adicionais que poderiam ser determinantes. O diabo nos vence porque nos oferece o melhor. Se sentimos desprivilegiados  ele nos privilegia, se desestimulados ele nos estimula, se mal amados ele abre a porta para amores incríveis, se massacrados ele nos enaltece. Ainda não estou dizendo que não foram  as desqualificações pessoais que  selaram o desenlace.

  Quantos maus hábitos, adquirimos no decorrer de uma vida em comum. Quantos vacilos, tantas discussões, tantas pedrinhas corrosivas lançadas até que não aja mais conserto. Tantas humilhações impostas para mantermos nossa posição. Quantas mágoas injetamos no coração alheio... Que quando tentamos recuperar a beleza dos primeiros anos estamos desguarnecidos irremediavelmente da paciência, do tempo, da esperança. Basta que um não queira fazer esforços que são estrondosos para se consertar o que parece tão quebrantável.
 Aquelas palavras desesperadas que anseiam o conserto são tardias. A roda girou. E a rota de fuga tem tantos pretextos que qualquer um serve para justificar. Até o mais simples e menos verdadeiro.

quarta-feira, 5 de abril de 2017

Olha a ruindade!



A palavra ruindade   tem conotação negativa. Basta  lembrar-se de como se sentiu a última vez que a ela foi associado.  Quando pensamos na palavra ruindade associamos com o que é mal.  Desde tenra idade manifestamos nossas inclinações para o mal  em menor ou maior escala.  Uma criança  que investe contra outra com  tapas, mordidas e puxões de cabelos expressa uma tendência inerente ao ser humano  e posteriormente desenvolvemos diversas formas de mostrar estas  inclinações. A maldade advêm  por prazer, por influência de outros, para nos dar bem, por raiva, por retaliação, pelo egoísmo e ganância, pelo poder, por interesses, por ciúmes  entre outros. A maldade é concretizada  quando externamos por ações  e palavras aquilo que é prejudicial a outro. A palavra  prejudicial por si só não é resultado da maldade mas, a maldade em si gera o que é prejudicial. Exemplo: Imagina que você como casal torna-se vítima do ciúme exagerado do seu par. Depois de várias tentativas de conserto você resolve que o melhor a ser feito é a separação. Sua decisão causa dor na outra parte embora  tenha consciência de ter  feito a coisa certa, principalmente porque se assim não fosse o mal que lhe  sobreviria posteriormente seria maior.   Esta ocorrência diante da circunstância  parece justificar sua decisão e suas conseqüências mas, há situações em que esta decisão não é defensiva  e sim ofensiva.   A dor gerada pela ofensa   ao outro não é fruto de suas ações, por isso o que é prejudicial nem sempre é fruto  de suas ações. Quando o mal recai sobre um inocente, desperta em nós o senso de justiça.  E o próprio injustiçado pode-se achar no direito  a vingança. Neste caso o mal feito despertou a má intenção,    o que resultará em sofrimento para  ambos e se estenderá a seus familiares e amigos.  A maldade  também não tem ares de insensibilidade embora a própria surja como fator a ser destacado. Quando por assim dizer puxamos o tapete de uma pessoa, com o propósito de nos darmos bem,  que é uma característica dos gananciosos que traçam seus objetivos sem considerar os obstáculos, a insensibilidade fala alto.

Pode-se dizer que a ruindade é uma via de mão dupla. Porque afere a quem é destinado o mal como a quem o impõe.  Porque quem faz fica com a sensação de punição, ainda que divina, enquanto  a vítima amarga as conseqüências das ações do ofensor.  A sua conjuntura está em que aquele que faz o mal o faz em  busca do seu bem estar e não deixará  de fazê-lo para preservar o interesse do outro. Visar o interesse do outro em detrimento do seu próprio seria causar em você mesmo sofrimento.  E neste impasse sempre prevalecerá aquilo que é bom para nós em detrimento do que é bom ao outro.
A maldade vai além da ação, ela está incutida nas nossas motivações mais recônditas e mesmo contra nossa vontade nossos pensamentos são bombardeados com pensamentos sórdidos e questionáveis.

Ainda bem que nem tudo que pensamos  levamos a cabo e muitos destes pensamentos são combatidos pela nossa consciência que nos indica que devemos reavaliar e corrigir podando continuamente as asas da maldade para que ela não cresça.

segunda-feira, 3 de abril de 2017

Amor ido



Roça tua pele sobre a minha
E me deixe a vontade
Faça que sem palavras eu sinta
Sua necessidade
Não intimide a minha sanha
De querer-te profana

Dê-me os sinais do desalinho.
Perca-se para que eu encontro o caminho
Mostre-me sem legendas.
Para que eu ocupe a sua tenda.

Outrora este foi nosso cântico
Em uníssono proclamava o amor romântico
Quem nos vê agora estranha
Dormimos  jocosos, na beirada da cama.

Em pena açoitamos nossos corpos
Aceitamos que renunciamos nossos votos
A esperança parece em sono profundo
Aflitos flertamos com  o submundo

Em  silencio a noite avança vitoriosa
Sacramentando insones, os sonhos e a prosa
Porque tantos dilemas?
Se não planejamos desdentadas cenas.

Nem cogitamos por a dor entre lençóis.
Em repetidas noites sem sois.
Tricotamos com carinho nossa senda.
Mas, violada  foi nossa encomenda.
Trazendo amargura e decepção
Ocupamos a mesma cama
Mas não cabemos no mesmo chão.