Nós estamos ficando intolerantes! Ouço tanta gente afirmar
isso. Como assim? Nós somos intolerantes, nascemos intolerantes. Basta olhar o
comportamento de uma criança: birra, manha, choro. A intolerância é um defeito.
A tolerância é uma virtude e convenhamos não nascemos virtuosos. Aprendemos a
ser. Assim, se não temos não estamos ficando estamos exercendo o que sabemos. Arriscaria dizer que não estamos ensinando
nossos filhos a serem tolerantes. Via de regra, nosso próprio comportamento pesa contra nós. Não
aceitamos que filho retruque conosco. Impomos ordens e, se vem uma resposta atravessada enfiamos logo
a mão na lata. Um belo dia, refletimos que temos que dialogar. Entendemos
que o diálogo é não bater é falar aquilo que queremos. Apresentamos uma lista
imensa do que desejamos que seja feito e, se há alguma divergência entre o que queremos
e o que nosso filho não concorda perdemos a linha. Isso não é diálogo. O
diálogo é escutarmos o que a pessoa tem a dizer quer gostemos ou não e não
perdermos a linha, faz parte deste
processo, não tentarmos impor aquilo que achamos certo também faz parte do
processo. Mas, eu não estou ensinando meu filho ser intolerante, você pode
dizer. Claro que não. Você não esta o ensinando a ser tolerante. Quando você xinga
um motorista de taxi que julgou fazer uma barbeiragem, quando seu filho vem
falar e você o recebe aos gritos, quando você briga com seu companheiro porque
não concorda com sua opinião, está contribuindo para formação do seu quebra cabeça emocional. Se você for bom
observador já teve ter notado como as pessoas se comportam quando discordam de suas opiniões. Não nos contentamos em apenas estarmos certos queremos
deixar claro que o outro está errado. Queremos que ele pense como nós, queremos
impor aquilo que pensamos e se isso não acontece ficamos transtornados, ficamos
ressentidos. Que graça tem não convencermos que o outro
está errado? Não é pra ter graça.
O mundo está como está porque não aceitamos opiniões contrárias a nossa, ponto
de vistas diferentes que acreditamos estar errados. Só que o outro pensa o
mesmo sobre o nosso ponto de vista. Duas
pessoas com opiniões divergentes são como lenha e fogo se ambas não aprenderam
ser tolerantes. Não paramos para pensar
que o que reforça nosso ponto de vista é ele ser questionado. Sem
questionamento não temos nem argumentos para consolidarmos nossa opinião.
Imagina como seria andar numa ponte sem que houvesse destes de resistência que
comprovam sua segurança. Então, da próxima vez que alguém dizer que
estamos ficando intolerantes, você já sabe.
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