É, onde estão? Nos dias de hoje deploramos tudo que não seja perfeição. Não estamos com
paciência para aquilo que discordamos, também não toleramos exibidos que ficam
se vangloriando dos seus feitos.
Não estamos nem aí se gostam de nossos comentários
ordinários e se disseminamos nosso ponto
de vista não medindo conseqüências, afinal se estamos garantido
pelo anonimato porque não falar? Temos uma visão privilegiada do mundo
através da tela do computador, e se nesta vitrine sou incomodado pelo quer que
seja contrário a minha opinião vou
malhar mesmo.
E o que dizer de nossa
necessidade de exposição? Vai além do que podemos imaginar e dando asas aos nossos
devaneios nos expomos cada vez mais com cada vez menos. E este eficaz modo
exposição por sua vez nos escraviza.
Aos moldes daquilo
que o mundo exige temos que ser
perfeitos em tudo: bem
maquiados, photoshopados, nada de
gordurinhas sobressalentes, ou algo que aponte nossos defeitos; Não, isso jamais. Passamos horas e
horas escolhendo a melhor foto porque precisamos da aprovação daqueles que nos vêem.
Precisamos de seguidores fieis enaltecendo nossa forjada perfeição.
Em contrapartida rejeitamos raças, rejeitamos pobres,
rejeitamos feiúra... Rejeitamos homossexuais. Na onda de rejeição rejeitamos até o que somos. Já
não nos aceitamos como somos: gordo,
magro, alto, baixo parece que não nos
enquadramos naquilo que satisfaça aos outros e por isto estamos cada vez mais
infelizes.
Nessa grande tela que é a internet estamos sempre
insatisfeitos tentando espelhar o que os outros querem e não o que de fato
condiga com a realidade, passando a
imagem de temos a vida perfeita, aliás realidade é um status que cada vez
queremos menos exposição. Dá trabalho e
preferimos a lei do menor esforço.
Claro que isso não pode não pode acabar bem, se somos
imperfeitos procurando perfeição no
comportamento dos outros, no corpo alheio que admiramos e estamos prontos a
ressaltar seus defeitos quando esta perfeição se vai, imagina se sobreviveremos por muito tempo assim.
Tornamos-nos cruéis em nossos comentários sórdidos e
levianos. Sim, temos sido levianos em quase tudo e, por conseguinte
insensíveis, intolerantes, perfeccionistas e raivosos.
O lado bom é que o fato de nos darmos conta que temos
exagerado mostra que precisamos de ajustes para que possamos utilizar estas
novas tecnologias para o bem e nunca para o mal.
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