Você sai de um relacionamento aí se vê as margens de um
abismo, desamparada, angustiada e com a autoestima lá embaixo. Você para de
comer e passa a alimentar o sofrimento
com sua autopiedade. Nestas circunstâncias não tem força para nada. O sentimento de inutilidade te enlaça e
amarra todo seu bom senso. A sua dor é inexprimível e mexe com todos os
aspectos da sua vida. Racionalmente você sabe que deve reagir que não deve se
prostrar diante a dor, mas por mais que se esforce nada parece trazer consolo. Ouve dizer por conselheiros, que a ausência de um amor se cura com outro. Mas,
seu organismo não entende assim. Simplesmente não dá para colocar outra
pessoa na sua vida neste momento inglório. É como te oferecessem um sorvete
quando você já esta empanturrada de guloseimas. Seu organismo rejeita E você vai se dilacerando, chorando pelos
cantos enquanto a dor se alastra
angustiante. Quisera fosse fácil substituir
amores assim. Como a fome... Só quando voltar a senti-la que irá pensar em
comida novamente. Você precisa de tempo para esquecer alguém e neste espaço de
tempo a dor faz seu trabalho... Ah, o tempo e suas exigências! Você almeja dormir por meses e só acordar
quando curado desta rejeição. Todo rejeitado fica pior do que quem
rejeita. Se sente traído... Dizem que
seu sofrimento é vão. Enquanto você se esparrama em dores o outro nem sequer
lembra que causou dor. Está curtindo sua nova relação sem ao menos pensar no
dano que causou. Esta informação não parece dar-lhe a força necessária
para reagir pelo contrário ela
dimensiona sua dor. Ser trocada, ser abandonada e contrariando a razão que diz
que você deve superar que não merece sofrer por quem não te valoriza, seu corpo
conspira contra. Sua mente te castiga incessantemente com memórias do tempo de
felicidades vividos e logo depois muda
tudo, vem com uma enxurrada de
pensamentos adversos sobre sua inocência: como pode se deixar enganar assim? Como
não percebeu que algo estava errado? Associa pensamentos que nada tem a ver com
o caso com a trama, se punindo, arrumando argumentos para deixá-la lá embaixo, no fundo do poço.
Sim,
para sua enfermidade há cura. Mas, o tempo de cura depende de como está seu
sistema imunológico emocional. Se for do
tipo que se inferioriza, se a sua autoestima
está baixa, se prefere se isolar, se nutre esperanças de um retorno apesar de
toda humilhação, se recusa aceitar a realidade, se tem poucos ou nenhum amigo
confidente , se não tem a quem recorrer a cura será mais demorada e os danos
causados pelo rompimento mais agravados. Tem pessoas que passam anos e anos
dando murro em ponta de facas esperando a reconciliação, esperam que o ex
companheiro enxergue que você é sua
melhor opção. Culpam a atual companheira pela perca. E esperam que ela morra
para retomar seu lugar. O problema não é ela, o problema é ele. Ele deveria
morrer mas, por enquanto isto você não quer. Por enquanto.
Alerta, se você é do tipo que não reage entrará em coma emocional. E pode ser que dele nunca saia. Não queremos
isso, queremos?
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