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segunda-feira, 30 de maio de 2016

Ansiedade



Era apenas um encontro, sim, mas sua cabeça estava a milhão com milhões de perguntas e situações: Será que vai gostar de mim?  Aonde iremos? Será que desejará me ver outra vez? E se não for bom? E se ele não for o que espero? E se não gostar do cheiro do meu perfume? Sobre o que conversaremos? E se não tiver o que falar? E se rolar beijo? Pior,  e se rolar sexo? Minha calcinha é sexy o suficiente? E esta barriga? Estou parecendo uma baleia, - Deus, vou ligar e desmarcar tudo. -  Sou uma ridícula, feia! - Estou horrorosa...Sou horrorosa ... E quanto mais próximo a data do encontro mais irrequieta se tornava. As perguntas pipocavam incessantes e para cada pergunta logo surgia outra que abria um leque para outra e outras. Tantas questões que lhe sobre-vinha que minavam   suas forças que ao chegar no dia do encontro estava totalmente fatigada. Até as frases ensaiadas e a roupa que escolhera cuidadosamente pareciam não ser boas o bastante. Brigou com sua mãe que já não aguentava aquela inquietação, brigou com seu irmão que entrava no seu quarto a todo instante para rir da sua descompostura e irritabilidade.

Afinal não era para ser bom? Sim, era, mas nem sempre sabemos lidar  com a ansiedade. Para ser bem preciso quase nunca  sabemos. Quando a situação é parecida com a descrita o resultado da nossa indisposição traz ainda a insegurança, o esquecimento, o nervosismo, além do cansaço. Cansaço? Esgotamento físico e psíquico mesmo. Outras vezes aparece na forma de angustia, ficamos deprimidos e antevemos situações ainda não vividas o que chamamos   sofrer por antecipação.  E sofremos, nossa! Nossa imaginação tira-nos a paz. Se ele ficou de ligar e não ligou, já imaginamos que está com outra(o). E criamos uma personagem que dá de dez a zero em nós e que nos torna totalmente incompetentes com nossas qualidades pífias e nossos modos grosseiros. Pintamos a pessoa amada como um Don Juan, ou uma messalina; execramos tudo que há de bom em nós e enaltecemos,  a deus,  a personagem que criamos. A desconfiança nos impulsiona a desacreditar em tudo que  ele(a)  diz e nos descabelamos com projeções criadas meticulosamente como se fossem reais sem nunca terem sido. Tentamos o que sabemos para amenizar a ansiedade, aquilo que aprendemos com  outras pessoas que parecem  bem e dizem tê-la superado. Respira fundo e pausadamente... Assim, encha seu peito de ar e solte lentamente...Tentamos, mas para nós não funciona tão bem.

Imagine ainda que esta angustia o torne muito infeliz e  esta infelicidade te faz se sentir a pessoa mais triste do mundo. Você  tentando  afastá-la come, come e come. Em poucos meses em procura da satisfação para sua ansiedade você está com alguns quilos a mais... Resultado? Mais ansiedade e na procura do alívio você parte para ignorância e engorda ainda mais, mete os pés pelas mãos ainda mais... *. Ainda mais. É,  notou que ansiedade não é boa companheira ainda que digam que tem sua utilidade caso soubesse mantê-la no seu devido lugar.  Então, qual a solução? Respirar ajuda mas,  conhecer seu inimigo é a melhor resposta. As vezes seus inimigo é você mesmo, questões criadas por você mesma e brotadas dos seus próprios receios.

Vá a fundo na introspecção para descobrir porque cargas d’água o que deveria estar sobre controle está te controlando.

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