Era apenas um encontro, sim, mas
sua cabeça estava a milhão com milhões de perguntas e situações: Será que vai
gostar de mim? Aonde iremos? Será que
desejará me ver outra vez? E se não for bom? E se ele não for o que espero? E
se não gostar do cheiro do meu perfume? Sobre o que conversaremos? E se não tiver
o que falar? E se rolar beijo? Pior, e
se rolar sexo? Minha calcinha é sexy o suficiente? E esta barriga? Estou
parecendo uma baleia, - Deus, vou ligar e desmarcar tudo. - Sou uma ridícula, feia! - Estou horrorosa...Sou
horrorosa ... E quanto mais próximo a data do encontro mais irrequieta se
tornava. As perguntas pipocavam incessantes e para cada pergunta logo surgia
outra que abria um leque para outra e outras. Tantas questões que lhe sobre-vinha que minavam suas forças que
ao chegar no dia do encontro estava totalmente fatigada. Até as frases
ensaiadas e a roupa que escolhera cuidadosamente pareciam não ser boas o
bastante. Brigou com sua mãe que já não aguentava aquela inquietação, brigou
com seu irmão que entrava no seu quarto a todo instante para rir da sua
descompostura e irritabilidade.
Afinal não era para ser bom? Sim,
era, mas nem sempre sabemos lidar com a ansiedade. Para ser bem preciso quase
nunca sabemos. Quando a situação é
parecida com a descrita o resultado da nossa indisposição traz ainda a
insegurança, o esquecimento, o nervosismo, além do cansaço. Cansaço?
Esgotamento físico e psíquico mesmo. Outras vezes aparece na forma de angustia,
ficamos deprimidos e antevemos situações ainda não vividas o que chamamos sofrer
por antecipação. E sofremos, nossa!
Nossa imaginação tira-nos a paz. Se ele ficou de ligar e não ligou, já
imaginamos que está com outra(o). E criamos uma personagem que dá de dez a zero em
nós e que nos torna totalmente incompetentes com nossas qualidades pífias e
nossos modos grosseiros. Pintamos a pessoa amada como um Don Juan, ou uma
messalina; execramos tudo que há de bom em nós e enaltecemos, a deus, a personagem que criamos. A desconfiança nos
impulsiona a desacreditar em tudo que ele(a) diz
e nos descabelamos com projeções criadas meticulosamente como se fossem reais
sem nunca terem sido. Tentamos o que sabemos para amenizar a ansiedade, aquilo
que aprendemos com outras pessoas que
parecem bem e dizem tê-la superado. Respira
fundo e pausadamente... Assim, encha seu peito de ar e solte lentamente...Tentamos,
mas para nós não funciona tão bem.
Imagine ainda que esta angustia o
torne muito infeliz e esta infelicidade
te faz se sentir a pessoa mais triste do mundo. Você tentando afastá-la come, come e come. Em poucos meses
em procura da satisfação para sua ansiedade você está com alguns quilos a
mais... Resultado? Mais ansiedade e na procura do alívio você parte para ignorância
e engorda ainda mais, mete os pés pelas mãos ainda mais... *. Ainda mais. É, notou que ansiedade não é boa companheira ainda
que digam que tem sua utilidade caso soubesse mantê-la no seu devido lugar. Então, qual a solução? Respirar ajuda mas, conhecer seu inimigo é a melhor resposta. As
vezes seus inimigo é você mesmo, questões criadas por você mesma e brotadas dos
seus próprios receios.
Vá a fundo na introspecção para
descobrir porque cargas d’água o que deveria estar sobre controle está te
controlando.
Nenhum comentário:
Postar um comentário