De .../.../... a 17/04/2016 – Data do óbito.*
Segundo
a bíblia: neste dia perecem todos os pensamentos. Não importa o dia do
nascimento todos nós chegaremos a uma
data final. Aquela que definirá nossa partida desta terra. Neste dia cessam nossos
projetos, todas nossas ansiedades, todos os nossos sonhos. Há um provérbio que
diz que o dia da morte é melhor que o
dia que nascemos pois a partir deste teremos criado nossa história não tendo mais nada a acrescentar no curriculum da vida.
Irônico porque o dia do nascimento nos dá
alegria já o da morte causa-nos imensa dor. A morte para os vivos é sempre
dolorosa... Não compreendemos qual seu sentido. Sabemos que a morte esta sempre
pronta a ceifar vidas e o faz vorazmente. Mas, por maior que seja nossa
sabedoria e compreensão a morte continua causando-nos espanto, temor, indignação...
Quando acontece com alguém que é
desconhecido não representa muita coisa, talvez porque se faz tão presente que tornamo-nos insensíveis a sua reincidência.
Mas quando perdemos alguém que está intimamente ligado a nós causa-nos uma
ruptura emocional medonha desencadeando um processo de porquês que é comum a
todos que perdem alguém na morte. Porque, se era tão bom? Porque, se era tão
jovem? Porque Deus fez isso comigo? Sempre fui justo, sempre fui bom, porque
este castigo? Responsabilizamos Deus pela perda, questionamos sua existência, ficamos
irados porque se ele podia fazer alguma coisa porque não fez? Porque permitiu?
Porque tirou de nós alguém que amávamos tanto, as vezes de uma forma tão cruel.
Porque comigo? Sentimos a insignificância de nossa existência e nos prostramos diante da
morte servis, pequenos e impotentes Tornamo-nos inimigos de Deus, o desafiamos.
Discorremos em blasfêmias tão revoltados
que ficamos, procurando uma compreensão
daquilo que nos é imposto sem remédio. Pois não há remédio para morte. Não
ainda. Esta
dor é partilhada por todos viventes, porque
todos temos alguém que chamamos de amigo, filho, pai, namorada, mulher... Aquele
desconhecido que não nos comove com sua partida, comoverá outros desconhecidos
que desconhecem a sua dor porque ela é única, e muito provavelmente não darão
valor a ela como também não damos a sua. Mas, quando perdemos alguém querido
tornamo-nos participes de um mal comum, que aterroriza muitos, que nos sobrevém
como flagelo, selando nosso destino que é tão certo e tão indesejado.
Como um predador a morte dá
prioridade aos idosos e doentes, mas não faz cerimônias. Em algum momento nos
depararemos com ela independente de nossa condição. Deveria ser um processo
natural, mas há dentro de nós uma rejeição inata a ela. Não a aceitamos e não
aceitamos porque não é natural que morramos. Para os cristãos há
o conforto na ressurreição e para
outros a reencarnação dá continuidade a vida mesmo depois que partimos. A morte é certa, mas não nos dobramos diante
dela mesmo sabendo que contra ela nada podemos fazer. Alias, podemos sim,
confiar na promessa imerecida tão proclamada na bíblia. Mas, para isso
precisamos fazer nossa parte. Porque se salário pago pelo pecado é a morte, o dom gratuito de Deus é a vida eterna.
Rom. 6:23.
OBS. Homenagem a alguém querido.
Obrigada more....esse momento e triste, mas inevitável.
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