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segunda-feira, 18 de abril de 2016

Obito





De .../.../... a 17/04/2016 – Data do óbito.*
Segundo a bíblia: neste dia perecem todos os pensamentos. Não importa o dia do nascimento todos nós chegaremos a  uma data final. Aquela que definirá nossa partida desta terra. Neste dia cessam nossos projetos, todas nossas ansiedades, todos os nossos sonhos. Há um provérbio que diz que o dia da morte  é melhor que o dia que nascemos pois a partir deste  teremos criado nossa história não tendo  mais nada a acrescentar no curriculum da vida.  Irônico porque o dia do nascimento nos dá alegria já o da morte causa-nos imensa dor. A morte para os vivos é sempre dolorosa... Não compreendemos qual seu sentido. Sabemos que a morte esta sempre pronta a ceifar vidas e o faz vorazmente. Mas, por maior que seja nossa sabedoria e compreensão a morte continua causando-nos espanto, temor, indignação...  Quando acontece com alguém que é desconhecido não representa muita coisa, talvez porque se faz tão presente  que tornamo-nos insensíveis a sua reincidência. Mas quando perdemos alguém que está intimamente ligado a nós causa-nos uma ruptura emocional medonha desencadeando um processo de porquês que é comum a todos que perdem alguém na morte. Porque, se era tão bom? Porque,  se era tão jovem? Porque Deus fez isso comigo? Sempre fui justo, sempre fui bom, porque este castigo? Responsabilizamos Deus pela perda, questionamos sua existência, ficamos irados porque se ele podia fazer alguma coisa porque não fez? Porque permitiu? Porque tirou de nós alguém que amávamos tanto, as vezes de uma forma tão cruel. Porque comigo? Sentimos a insignificância  de nossa existência e nos prostramos diante da morte servis, pequenos e impotentes Tornamo-nos inimigos de Deus, o desafiamos.  Discorremos em blasfêmias tão revoltados que ficamos,  procurando uma compreensão daquilo que nos é imposto sem remédio. Pois não há remédio para morte. Não ainda.    Esta dor é partilhada por todos viventes,  porque todos temos alguém que chamamos de amigo, filho, pai, namorada, mulher... Aquele desconhecido que não nos comove com sua partida, comoverá outros desconhecidos que desconhecem a sua dor porque ela é única, e muito provavelmente não darão valor a ela como também não damos a sua. Mas, quando perdemos alguém querido tornamo-nos participes de um mal comum, que aterroriza  muitos, que nos sobrevém como flagelo, selando nosso destino que é tão certo e  tão indesejado.
Como um predador a morte dá prioridade aos idosos e doentes, mas não faz cerimônias. Em algum momento nos depararemos com ela independente de nossa condição. Deveria ser um processo natural, mas há dentro de nós uma rejeição inata a ela. Não a aceitamos e não aceitamos porque não é natural que morramos. Para os  cristãos há  o conforto  na ressurreição e para outros a reencarnação dá continuidade a vida mesmo depois que partimos.  A morte é certa, mas não nos dobramos diante dela mesmo sabendo que contra ela nada podemos fazer. Alias, podemos sim, confiar na promessa imerecida tão proclamada na bíblia. Mas, para isso precisamos fazer nossa parte.  Porque  se salário pago pelo pecado é a morte,  o dom gratuito de Deus é a vida eterna. Rom. 6:23.

OBS. Homenagem a alguém querido.

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