someone lyke you

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Mais uma faceta da paixão



Se você ama sabe que a paixão é pura contravenção. E embora acredite piamente no amor, o desejo da carne, sim, uma espécie de comichão que conduz-nos ao precipício,  quando persistente, desafia toda nossa crença sobre o assunto.  Quer ver?  Uma pessoa que tem princípios morais firmemente estabelecidos dificilmente admitiria ser envolvida numa situação amorosa extraconjugal, ainda,  se suas diretrizes indicam que o sexo antes do casamento é proibido  não admitiria  supor um enlace amoroso que ultrapassasse esta barreira.  Todavia, um homem experiente e conhecedor da natureza humana, claro,  sobretudo,  inflamado de paixão,  infringiria golpes precisos que romperiam ainda que a duras penas toda sua inquestionável posição. De forma alguma isso indicaria leviandade ou imoralidade, muito menos que seus princípios não eram condizentes, apenas que temos uma disposição sexual ferrenha além daquilo que podemos dar conta. E a inadmissão de não acreditar na possibilidade deixa-nos sem defesa. Basta notar a quantidade de gravidezes indesejadas, doenças sexualmente transmissíveis e traições que estremecem casamentos sólidos ou relações que iam bem até esbarrarem numa imprevista paixão por um amigo, um desconhecido, um colega de trabalho. Não seria exagerado consentir que estes ladrões de corações motivados pelo desejo da carne ou por suas próprias ambições, minam eficazmente aquilo que achava impossível de acontecer... Isso se dá porque nossa atenção para o perigo está adormecida... Afinal porque estar em alerta se a pessoa é agradável, é linda, é charmosa, é atraente e demonstra desejo por você coisa que seu marido, namorado,  pretendente não demonstra... Pelo menos  não da forma que este o faz.   E quem não gosta do que é bom? E quando foi dito que o que é bom representa perigo? Aquilo que faz seu coração bombar mais forte, aquilo que o deixa sem ar, que lhe dá um êxtase inebriante? Somos seres dependentes do amor e quando encontramos uma fonte que nos dê aquilo que necessitamos, asseguro dizer que  nem Deus, conseguiria  impor guarida para devolver-lhe  o juízo. Vai por terra sua própria vontade. Quando sob o efeito da paixão você está submetido ao que ele lhe impõe sem indicativo que o faça recuperar sua postura ilibada. A não ser que fuja. Talvez desejasse fugir antes de todo envolvimento, porque fugir depois é apenas para muita dor. O ditado prevenir para remediar é um santo remédio e deveria ser encarado para situações em que notamos uma disposição para o erro que sobrevém a todos que estão cônscios de nossa frágil postura diante dos prazeres impostos pela carne.  Por isto não deveríamos julgar as pessoas que são levadas como peixe numa rede. Porque tanto aquele que lança a rede como aquele que cai são movidos pela mesma força: a inebriante e imperativa força da paixão.

OBS. Claro que há muito mais envolvido e que merece consideração. Julgo que o fará.


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