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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

O caso da faxineira



  Assim aconteceu com Dona Maria a faxineira da repartição. Mulher trabalhadeira, uma disposição invejável. Raramente ficava  parada.   Varria uma sala, varria outra, pegava o lixo,  passava pano, tirava o pó, limpava as portas e  janelas, encerava  o chão. A mulher tinha uma energia invejável. Para ela não tinha tempo ruim. O que não poderia ser diferente.  A empresa que a contratara esperava que ela fizesse o trabalho que caberia a três facilmente. Tempos difíceis. Economia  de mão de obra era o lema da empresa.  D. Maria era o   diabo. Sim, era humanamente impossível  acreditar que ela limpava  tudo sozinha.   Só  banheiros era pra mais de 12. Os corredores  eram infinitos.  Tão grandes que se  poderia praticar cooper  neles. Naqueles corredores imensos que se notava o trabalho bem feito. Dava pra se ver  no chão tão brilhantes eram.   Tudo ia muito bem até o dia em que ela sem querer  topou a  vassoura no  pé de um  funcionário. Não sei se houve um mal entendido ou se ela no afã de limpar não pediu desculpas. Só sei que o camarada não gostou. Certo é que depois daquilo ficou um clima  hostil  entres ambos.  Talvez por isto,  parou de   limpar frequentemente a sala do homem.  Ele por sua vez  que não via sua ausência com bons olhos, começou a reclamar dos seus serviços.  Qualquer sujeirinha   era  motivos para falatório. Assim, entraram numa guerra velada, ela não limpava porque se sentira ofendida e  ele falava porque ela não limpava. A coisa ficou tão ruim que já rolava ideias de substitui-la. O que naturalmente foi descartado. Seria impossível achar alguém como D. Maria.  Para piorar as coisas um dia apareceu uma aranha morta na sala do homem. E como ela não limpava, ali a aranha ficou por vários dias. O homem então para botar mais lenha na fogueira simulou um enterro para aranha,  com convidados e tudo para o velório simbólico. Um funcionário que gostava muito dela,  vendo aquela encenação toda, foi lhe contar o que acontecia.     A noticia caiu indigesta nos seus ouvidos. A mulher ficou derrubada. Ela que sempre fora alegre,  ficou arruinada.   Já não não tinha disposição, já não brincava como fazia antes.   Aquele encontro acidental  vassoura e pé, tirou a paz da mulher.  O tempo, porém passou e tudo voltou ao normal.  Mas o  ela não conseguiu  perdoar foi  o  funcionário enxerido que lhe contara sobre a estória da aranha e seu velório. Bem feito.

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