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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

GIRAFAS EM CHAMAS



A primeira vez que  li,  a frase em si,   logo imaginei  girafas pegando fogo.O que é uma coisa muito louca. Depois logo pensei que fosse sacanagem do porta dos fundos. Salvador Dali era um cara muito louco, convenhamos. Aquele bigodinho  insano  e aquela cara  de deboche,   caberiam perfeitamente num programa nerd esquizofrênico. Tudo a ver com sua arte. Pra falar verdade não entendo nada de arte.  Mas, quando a arte é surreal, você pode divagar nas idéias e como de louco todo mundo tem um pouco, você tenta  encontrar alguma lógica até mesmo no que não deveria ter. Se bem que, nosso silogismo sempre nos direciona ao caminho da razão. Então damos lógica segundo nossas experiências? Por aí. Meu, quando olho aquele quadro  imagino o quão variada e criativa  é a mente humana. Não diria genial porque a genialidade é questionável. Podemos ser  ilustres em algumas áreas  e completamente  tapados em outras. Acho que tem a ver com nossa auto-estima estabelecida quando crianças. Assim uma criança se chamada de burro pelos pais, ainda que genial continuará se achando burro. Mas, posso deduzir que como a obra foi feita em tempos de guerras civis,  as girafas em chamas se referem a este período... Aquelas pernas enormes no corpo de uma mulher com aquele monte de gavetas abertas - imagino que sejam fases da vida em que estamos sedentos de conhecimento. A todo conhecimento:  seja ele bom ou ruim. Dentre estas,  a fase do afeto que influencia diretamente  nosso amadurecimento e forma de encarar o mundo.  Temos aquela fase que pulamos de emoção para emoção como quando brincávamos de amarelinha, pulando suas casas marcadas a giz. Fases que construímos nossa personalidade, nossa máscara de enfrentar o mundo. Dali era excêntrico na sua arte. Mas, afinal, quem não é?  Todos, temos  nossos  momentos de delírios psicodélico e viajamos em idéias. Rimos de situações imaginárias criadas pela nossa mente e muitas vezes nos perguntamos se estamos dentro da normalidade. Normalidade. Constatamos que normalidade é andar dentro de um padrão aceitável de comportamento e quando fugimos dele nos imputam a loucura. Mas nossa curva de loucura está intimamente ligada a criatividade que nos permite insanidades puramente racionais. Estas por sua vez quando chegam a nós por meio da arte leva-nos  - força-nos ao pensamento analítico e crítico. Da-nos o choque da realidade e nos obriga  encara-la. Girafas em Chamas não é lá uma obra que ficamos perplexos com a beleza e captação extraordinária de cores, detalhes ou sei lá, estas coisas que os amantes de obras artísticas descrevem tão bem.  Mas, leva você a pensar. Engraçado  que o que poderia ser encarado como a beirada da loucura pode trazer a tona o mais profundo sentimento. Racionalizando uma imagem, em pensamentos,  recheado de sentimentos e critérios.

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