Volto afirmar que o
medo de perder geralmente causa uma precipitação comportamental que leva a perda. Semelhante a você tentar evitar um
copo de cair. No afã de evitar o desastre você acaba precipitando a queda e de quebra pode quebrar o que estiver ao redor. Infelizmente o medo desencadeia o processo de perda de quem você
não queria perder. Se bem que ele precipita algo que provavelmente já não
andava bem e cuja sua intuição apenas antecipou. Desconfiança, distância e falta de diálogo unidos, tornam-se uma bomba relógio que detonam
qualquer relacionamento. Teoricamente sabemos
que isso nos subjuga, mas ainda assim é difícil evitar. O coração embotado pela desconfiança toma a
frente da razão e faz você subserviente, impelindo-o a agir impulsivamente mesmo que
saiba que isto porá em risco sua relação afetiva. Somos responsáveis pelo desfecho que nossas
reações e ações causam. E mesmo o pesar e a vontade parecem não superar ações nocivas que nossas motivações disparam. Não conseguimos alterar nem delimitar nossos
anseios para que se mantenham num plano exclusivamente mental
porque nosso coração delibera em manifestar nosso desagrado, e nossa insegurança torna-se expansiva e desconfortável. Então, nossa boca transmite nossos temores. Isso por
si só já desencadearia uma indigesta manifestação de posse, imagina
então o que a reincidência de atitudes e
de nossas inquietações fazem? Revelam
uma insegurança descomedida e desafiadora que permeará a relação, impondo uma
carga emocional negativa e sufocante a quem é direcionada. Fala-se em
hipocrisia quando agimos disforme a nossa vontade. Mas se nossas atitudes geram arrependimentos e fomentam a
instabilidade no relacionamento porque não usá-la a nosso favor?
Se tal situação o compele a agir de forma que magoará tanto a você como
a quem acusa porque não usar de hipocrisia para driblar o dano? Porque em vez
de fazer uma acusação que gerará contrariedade não usar do subterfúgio da hipocrisia que
preservará, se não ambos, pela menos o
acusado inocente? Esta atitude a
principio parece sem nexo, mas ao praticar a hipocrisia beneficamente pode ser
que ao ver os benefícios da sua atitude, que de inicio é forçada, passem
a ser inseridas a sua conduta. Não é uma atitude dissimulada e insana, já que
você reconhece que sua conduta é beligerante e conhece os resultados maléficos que
delas provem. Não é fazer algo que você não acredita é apenas exercitar
a conduta que você sabe ser a correta, mas que seus medos aprisionaram numa masmorra
e o submeteram a um confinamento difuso onde a luz da razão não consegue
brilhar.
Quanta inspiração...
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