someone lyke you

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Figuras nas nuvens



Nuvens.  Formadas na troposfera. Sim, uma das muitas definições do infinito acima. Todavia pra mim apenas  parte do céu e como aprendi na escola, quando se condensam se precipitam em forma de chuva. Estava deitado no chão como fazia quando criança, olhando as nuvens e notei que não conseguia formar  imagem alguma.  O que acontecera,  havia crescido, perdido o interesse ou a capacidade de ver como uma criança?  Ou, talvez julgasse que ver imagens nas nuvens fosse  infantil demais. Não sei porque,  mas fiquei incomodado. Era bom ou ruim?
 Quando criança perdia horas criando estórias imaginárias baseadas nas figuras que via. Era um passatempo divertido. Talvez eu ficara sem graça, perdera a pureza, a criatividade que só as crianças possuem.  Fiquei ali tentando entender me questionando porque não conseguia nem sequer  visualizar uma imagem que fosse. E como num esforço pra resgatar algo que nem sabia se fazia sentido, fiquei ali persistindo.  Dizem que o que se aprende jamais esquece. Então se fazia algum sentido eu haveria de recobrar algo que num passado distante eu fazia sem o menor esforço. Nada, só nuvens. Brancas e  cinzas. O céu cheio delas e nada. Irritante, decepcionante. Dias depois enfim aconteceu.  Era final de tarde, chegara da corrida e como sempre olhei para os céus. Estava nublado , as nuvens meio acinzentadas, nenhuma novidade, parecia que nada ia acontecer. De repente  vi. Uma mulher tendo um  bebe. Um carneirinho coberto de lãs branquinhas. Uma  lua minguando com nariz grande, olhos e bocas. Mas não foi tudo,  presenciei uma batalha entre uma  figura esquisita  com asas de triângulo contra   uma tartaruga gigante que quando atacada  se transformou num dragão que  cuspiu  fogo eliminando a coisa horrenda. Quando o fogo  consumiu a coisa  horrenda  ela se dissolveu misturando-se  aquele monte de nuvens que se fundiam  em uma só. Ah, coisa de criança! Pode ser. Mais foi tão prazeroso quanto.   Agradeci  a Deus por ter   recuperado  minha mega, super, power visão infantil.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

O medo de perder

Volto afirmar  que  o medo de perder geralmente causa uma precipitação comportamental que leva  a perda. Semelhante a você tentar evitar um copo de cair. No afã de evitar o desastre você acaba precipitando a queda e de quebra pode quebrar o que estiver ao redor. Infelizmente o medo desencadeia o processo de perda de quem você não queria perder.   Se bem  que ele precipita algo que provavelmente já não andava bem e cuja sua intuição apenas antecipou.   Desconfiança, distância  e falta de diálogo unidos,  tornam-se uma bomba relógio que detonam qualquer relacionamento.  Teoricamente sabemos que isso nos subjuga, mas ainda assim é difícil evitar.  O coração embotado pela desconfiança toma a frente da razão e faz você subserviente,  impelindo-o a agir impulsivamente mesmo que saiba que isto porá em risco sua relação afetiva.  Somos responsáveis pelo desfecho que nossas reações e ações causam. E mesmo o pesar e a vontade parecem não superar ações  nocivas que nossas motivações disparam.  Não conseguimos alterar nem delimitar nossos anseios para que se mantenham num plano exclusivamente  mental  porque nosso coração delibera em manifestar nosso desagrado,  e nossa insegurança  torna-se  expansiva e desconfortável. Então,  nossa boca transmite nossos temores.  Isso por si só já desencadearia uma indigesta manifestação de posse,   imagina então o que  a reincidência de atitudes e de nossas inquietações  fazem? Revelam uma insegurança descomedida e desafiadora que permeará a relação, impondo uma carga emocional negativa e sufocante a quem é direcionada. Fala-se em hipocrisia quando agimos disforme a nossa vontade. Mas se nossas  atitudes geram arrependimentos e fomentam a instabilidade no relacionamento porque não usá-la a nosso  favor?  Se tal situação o compele a agir de forma que magoará tanto a você como a quem acusa porque não usar de hipocrisia para driblar o dano? Porque em vez de fazer uma acusação que gerará contrariedade  não usar do subterfúgio da hipocrisia que preservará, se não ambos,  pela menos o acusado inocente?  Esta atitude a principio parece sem nexo, mas ao praticar a hipocrisia beneficamente pode ser que ao ver os benefícios da sua atitude,  que de inicio é forçada,  passem  a ser inseridas   a sua conduta.  Não é uma atitude dissimulada e insana, já que você reconhece que sua conduta é beligerante e conhece os resultados maléficos que delas provem.  Não é fazer  algo que você não acredita é apenas exercitar a conduta que você sabe ser a correta, mas que seus medos aprisionaram numa masmorra e o submeteram a um confinamento difuso onde a luz da razão não consegue brilhar. 

DESFECHO PATÉTICO



Ali, estava eu, em casa, mesa farta, com mil pensamentos direcionados a mil tarefas. Reunião as 10h,  encontro com cliente as 11h, pelos cálculos das atividades nem dará para almoçar . Precisava de mais horas para o dia. Não posso deixar de comprar o presente da minha mulher. Talvez na hora do almoço... Acho que não vai dar. Depois vejo isso. Nossa, preciso me inscrever naquele curso de coatching. Quando  tenho que entregar  aquele relatório? Preciso ver na minha agenda. Cadê a empregada que não traz logo este café?  Por falar nisso preciso conversar com o Alfredo, não foi legal aquilo que ele fez. Que dor estranha... O que está acontecendo comigo?^^^~~~~~~-----------.
 uma semana atrás estava num churrasco na empresa, eu quase sempre sou comedido em tudo, mas não resisto a uma picanha com capa de gordura... Pra falar verdade, nem precisa ser picanha. Gosto muito de carne.  Nestes encontros sempre tem alguém que comenta sobre o mal que isto faz... Mas, não pra mim. Tenho uma saúde de ferro, sempre comi muita carne, sempre tomei minha cerveja, e nunca tive  problema nenhum com minha   saúde. Sou forte como um cavalo.  Não, definitivamente, não tenho que me preocupar com isso. Pra falar verdade no que tange a comida faz tempo que não tenho cuidado da dieta. Dieta? Pra que dieta? Tem que aproveitar a vida. Sei que preciso de exercícios, mas como? Vou tirar tempo da onde?  Foi assim, com mil pensamentos, mil atividades. Mas nem precisa ser assim. Às vezes acontece do nada, você é um jovem viril, com testosterona explodindo dentro de você em mil fagulhas que você não consegue se conter. Pensa que é praticamente imortal. Não tem papas na língua. Falou demais quando deveria ficar quieto.  Ou, saiu de casa pra ir trabalhar. Simplesmente isso. Não importa se a causa é um acidente, velhice, doença, fatalidade. A morte é um copo. Tão frágil como. Você pode pega-lo pra tomar água e ele escorregar de sua mão, ou esbarrar em alguma coisa, resvalar nele. Pode ser enquanto o lava, detergente na bucha, bucha no copo. Você pode estar com ele na sala, coloca-lo no chão e chuta-lo sem querer. Pode deixá-lo num local impróprio e do nada derruba-lo no chão. Há  uma interminável variedade de desfechos.. Não importa. O fatídico momento que antecede a morte é tão imprevisível  como  o de um copo se  estatelando  no chão. Realmente a vida é um copo. Tão frágil como.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Que calor!



Que calor! Inevitável não expressar comentário sobre os efeitos do sol excedente. E pior que excessivas temperaturas parece que vieram pra ficar, por conta de nossa própria estupidez. Ou não seria estupidez quando denominamos  o nome: “efeito estufa”  para um evento causado pelo próprio homem para atender as demandas da sua ambição?  Por falar em ambição vemos uma movimentação favorável em prol do planeta em detrimento da conduta desenfreada em busca de recursos e vantagens econômicas.  O tratado de Kyoto, é um entre muitos,  que hoje é um emblema positivo em declínio já que o maior representante e o principal vilão largou mão dos compromissos que se cumpridos,  abalariam o “ grande pilar do seu crescimento econômico.” Temperaturas alarmantes nunca antes vistas, faz o povo comum expressar o desconforto sentido e a premissa dita num ditado muito conhecido,  dá vozes quase inaudíveis a quem pouco pode fazer para amenizar o que aqueles que podem relutam: A corda sempre quebra do lado mais fraco.  Pode até parecer uma parcialidade injusta, porque o tempo expressa as condições criadas pelo homem e todos acabam sofrendo por isto. Mas, àqueles cujo dinheiro permite maior conforto acabam sentindo menos o desconforto e os efeitos negativos das  altas temperaturas.  Claro que ainda nos da  prazer um dia ensolarado. Isso permite pensarmos em praia, pegar aquele bronzeado tão almejado e sem contar os benefícios que o sol nos faz suprindo nossa necessidade da vitamina D. Entretanto o nosso clamor aparentemente inocente, indica tempos difíceis. Temperaturas elevadas comprometem todo ciclo biológico da terra e muda o parâmetro há  muito estabelecido, com muitas consequências catastróficas. Catastróficas porque este desequilíbrio envolve degelo de grandes áreas, maior vaporização das águas, menos chuvas  e consequentemente maior estiagem o que nos atinge diretamente por intermédio da escassez de água nas torneiras.   Sem a interferência maléfica do homem na terra, teríamos  todo suprimento necessário para manutenção da vida, mas quando nossos governantes começam , como dito popularmente,  tomar medidas para apagar incêndios, certo que iremos  pagar pelo desacerto da nossa própria ambição. Racionamento de água é certamente um sinal negativo de que estamos maltratando nosso planeta e num futuro próximo os prognósticos, caso não mudemos de atitude, serão ainda mais gritantes e cobrarão  um preço bem alto pela nossa falta de sabedoria em preservar os recursos em nome da nossa ambição.
A bíblia diz que haverá a interferência de Deus que destruirá os homens que arruínam a terra. Mostra que a terra tem seus alicerces firmemente estabelecidos. Diferente do homem mortal e sua forma egoísta de agir.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

LEVANTANDO



Que me perco
No espaço
Dos pensamentos
Não me acho mesmo quando há razão

As vezes pareço um menino
Perdido em meus desalinhos
Em guerra com a emoção

Nestes intentos me perco em seus braços
As vezes pareço um palhaço
No palco da desilusão

Que me vejo perdido em pensamentos
São tormentos que me vem sem razão

As vezes eu perco o caminho
Sufocando entre espinhos
Andando na contramão

Neste momento bate o cansaço
As vezes pareço um mágico
Iludindo a própria ilusão



É quando me vêm pensamentos
Rechaço todo ressentimento
Remexo com os meus sentimentos
E neles  me acho...

 Descortinando  este cansaço
Sou forte quando pareço  fraco
E salto fora  deste buraco
Que quer me exilar


quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Arquetipo da dor



E o corpo foi se despedaçando
Cedendo aos seus anseios
Ela, sonhando.
Ele, querendo
A soma  das histórias se unindo num desejo
Ele, blefando
Ela, cedendo.
E quantos contos aquele momento refaz
Quando a felicidade era o cara do momento
Agora que ficou pra trás
Recheada,  de tantos ressentimentos
Por quê? Porque a chama da ilusão
Não se mantém com as intempéries do tempo
Porque maldita conclusão
O que era doce fica amargo e xexelento?
E renasce das cinzas em outro corpo
E nos entregamos a esperança do momento
Reavivando o fogo morto
Que a rotina apagou faz tempo
Sou tolo? Reflete a razão
E o coração detona:
Você viveu,  tantos desenganos
Aborreceu-me com tanto sofrimento
Dona razão não se meta nesta encenação
Tanta dor assim eu não aguento.
A razão, o coração não cala.
E há um vazio inexplicável que dói no peito
A sofreguidão consome a alma
E trás pra ambos,  padecimento.

AMEIXA SECA SEM CAROÇO



Me,  vê duzentos grama. Esperei que a moça do mercado atendesse meu pedido. Porque sem caroço? Dá menos trabalho. Você evita o processo  de separar a polpa do caroço.  Pode parecer bobagem, mas se você  come ameixas, sabe do que estou falando. Há um problema nisso. Imagine você enfiar uma ameixa despreocupadamente na boca  e quando mastigar, crack, um caroço.  Um dente quebrado ou talvez um maxilar fraturado. Nada agradável. Não da para simplesmente confiar que um produto que deveria vir sem caroço estará sem,  e isso pode custar-lhe o preço da comodidade da ameixa sem caroço.   Se já aconteceu comigo? Já.. Felizmente não quebrei o dente.  Não da pra confiar. Você tem que ter  cautela.  Porque compraste sem caroço não vai enchendo a mão e enfiando goela abaixo. Mesmo porque entre uma coisa e outra tem seus dentes. Imagina o impacto quando não se espera? Pois, é.
 Não é assim na vida? A confiança não pode estar balizada por si só. Tipo:  garantia sou EU.  Tem muitas razões para cautela, confiar desconfiando, ter um plano B, não se atirar de cabeça. Uma vez estávamos num lago muito conhecido nosso, vivíamos a sua margem, pescando, nadando, se divertindo.  Nele havia um beiral típico de saídas de rio que  era por onde comumente entrávamos na água... Mas, garotos gostam de aventuras então porque não subir na ponte e saltar dali?  O primeiro a se aventurar deu um mergulho  de peixinho,  um mergulho raso de   inspeção, quando subiu avisou que não era possível  pulos arrojados, havia muita lama no fundo, mas o segundo rapaz,  afoito, pulou não levando em consideração o que o primeiro tinha dito.. Por sorte ele pulou em pé.   Logo depois em meio a lama levantada pelo impacto com o solo, deu pra ver  um rosto aterrorizado,  só visto porque a água demorou a se fechar onde estava seu corpo. Seu rosto de horror sumiu por uns instantes e logo retornou quando conseguiu soltar seu pé do lamaçal. Mas sua cara de  horror assombra  minhas memórias até hoje.
 Minha mãe costuma dizer que cautela e canja de galinha não fazem mal pra ninguém.. Quanto a canja não sei , mas cautela não faz mesmo.  Claro que não vou falar aqui dos benefícios da ameixa, mas cautela, acredite, é bem legal.  Agradeci a moça pelo  bom atendimento e segui meu destino.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Zona de conforto 2



Lá vem eu de novo com este assunto. Quero  motivar as pessoas que se acomodam dentro de uma situação que precisa de andamento, que adiam questões que precisam de ação pra ontem. Não me refiro a lazer, momentos de descontração,  afinal um sofá confortável em frente a televisão vendo um filme  com uma pipoquinha a disposição é tudo de bom. Falo de questões que nos obrigam a perguntar :  Porque sou assim?
 Final de expediente. O  pessoal todo se preparando para  tomar uma cerveja no bar da esquina. Convidam-te,  e você recusa. Sempre foi assim, você não vê graça, acha banal. e não vai.   Intrinsecamente você se questiona. Você não gosta de ser assim. E as pessoas acabam te achando metida? Ou coisa parecida. 
Esta zona de conforto de você não ter provado, não saber como  é,  e,  dizer que não gosta tornou-se um problema. Um bate papo  pós expediente,  pode ser bem legal. Não precisa virar um hábito, mas pelo menos indo, uma única vez, tirará  esta impressão  de antissocial. E, quem sabe até goste. 
 Tem uma festa na sua casa. Está bombando. E  você, onde está? Trancado no seu quarto assistindo televisão, jogando vídeo grame. Epa, não acha  isso estranho? Tem uma festa acontecendo, halo!  Você está  incomodado com o barulho, repudiando as pessoas que vieram?  Você já pensou em ir lá? Mesmo contra sua vontade pelo menos pra saber como é? Dane-se sua mente dizendo o contrário, Vai lá! Prove. Pelo menos vai saber como é  ainda que  sinta-se  deslocado  você contrariou sua zona de conforto agora é possuidor do conhecimento pra dizer:  Eu não gosto! E terá os motivos para isso. Você esteve lá. Não foi legal? Mas provou, sabe como é. 
 Seus amigos  foram numa balada. Dançaram até de madrugada. Convidaram-te,  Mas você, lógico,  não foi. Você não gosta de barulho, som alto. E tem uma série de outros  pretextos que sua mente criou só pra te sabotar. E, você, Zé mané, atende submisso  as ordens da sua mente preguiçosa. Nunca foi, nunca irá, você não gosta.  Se Você nunca foi como não gosta? Vá! Sim, contrarie sua falta de vontade, enfie o pé na jaca. Prove! Depois fale que não gosta. Mas você esteve lá, se indispôs com sua zona de conforto.
 A sala está cheia de gente na festa de Natal,  e você trancafiado no seu quarto. Todo mundo perguntando: Cadê fulano? Sua mãe, seu pai, sua irmã.sem saber o que dizer: " Ele está no, no quarto"."Gosta de ficar na dele" Ah, fala sério! Você não gosta de gente.  Tenho uma péssima notícia pra te dar. Lá na sala estão as pessoas normais. Escutou! Você está do outro lado. Você é o diferente. Algum problema existe, ou você se sente feia, gorda, ou é tímido, inteligente demais, introspectivo demais, viciado demais. Algum problema você tem. Mas, te garanto seja lá o que for você tem que provar para  dizer que não gosta. Nem que  seja  para falar para sua mente sacana: Eu estive, lá.
Não importa qual a situação. Se você sente-se desconfortável diante dela, experimente, vivencie, esculache a sua visão reverente do conforto. Não precisa ser questões extremas. Você está na praia e não  se sente confortável para  entrar na agua. Prefere ler seu livro. Mas, quais questões estão te amarrando na sua formalidade? Será que um simples não querer? Pode até parecer banal, talvez simplesmente   não queira. Então ótimo. Mas se o problema for estar no que lhe é confortável para não se expor... Chute o balde, contrarie sua mente, dane-se os outros. 

sábado, 3 de janeiro de 2015

OBLITERAR



Há uma loucura que supera nossas VERDADES
Que se dobrara diante de nossos medos
E  desprezaremos  toda moralidade
Enquanto vivermos os nossos segredos

E como ficará a pobre da verdade
Sob um canto com os rabos entre as penas
Que sobre o manto da invisibilidade
Faz a mentira  pomposa e bela

E no recinto que desnudamos das vergonhas
Libertando  todos os nossos anseios
Extravasamos todas as nossas tramas
Entregamo-nos a indescritíveis sentimentos

E quanto ao  gosto do fruto proibido?
Arrebatando virando o mundo do avesso
Em solavancos o tempo medido
Fragmentado em curto espaço do tempo

E a distância que a ciência desafia
Nossos desejos,  desfaz sem explicação
Quando a lógica enfim se faz vencida
Faz-se remida também a razão

É a maçã sua  boca suculenta
Num mecanismo   que luz e  treva  traz
O que a luz sua boca alimenta
A treva entrementes a desfaz

E sua boca que é o meu delírio
Em delírios pronunciam a paixão
Misturando todos nossos desígnios
Num sobejo de se insanidade e excitação.

Mas o descrito não pode descrever
Todas as minúcias que o tempo ocultou
Leras certamente o que escrevi
Interpretarás o que meramente lhe sobrevir
Mas nunca saberás o que  passou.

Porque isso cabe a meros poucos
Que conseguem enxergar exatidões
Onde a cena no  presente é singela
O passado revela uma janela
De desventuras, de amores e paixões.