Se pudesse voltar ao passado gostaria
de fazer algumas perguntas que não tive coragem de fazê-las ou realmente
não tive oportunidade de formulá-las. O passado sempre traz questões que ficaram abertas,
que demandavam respostas, com alguma chance de no momento acontecido não serem
plausíveis de serem formuladas. Porque
no momento vivido eram apenas sentimentos impossíveis de reflexão. Não sei se pode parecer banal, mas perguntas sobre o passado surgem como se o próprio subconsciente quisesse se libertar
destes incômodos. Elas, nem precisam ser
complexas, aliás, são questionamentos tão simplórios que parecem
infantis, e o são, porque aconteceram na infância, mas que contribuíram para a formação do adulto que
nos tornamos. Engraçado como que durante nossa jornada acumulamos tantas
entrelinhas abertas, não compreendidas, como que aos poucos, em nossas reflexões, nos afrontássemos com nossos porquês. E eles
são tantos.
Fazendo esta reflexão, volto ao passado como um expectador imparcial , como se fosse
um inspetor de mim mesmo e revejo tantas coisas que me fazem questionar e diante dos fatos, posso vislumbrar quantas pessoas que se fizeram adultas nas
agruras de um passado hostil. Estas pessoas são vítimas dos acontecimentos da vida,
acontecimentos que fogem da nossa compreensão e capacidade de mudá-las. Lógico,
que somos em muitas ações do passado
responsáveis pelo desfecho dos acontecimentos, colhemos o amargo fruto de
nossas impensadas ações. Ações que forçaram nosso aprendizado e que marcaram nossa conduta por tempo, tempos senão dizer
pra sempre. Todavia nossas ações mais íntimas são influenciadas pelo ambiente
em que vivemos e pela forma que somos tratados nesta jornada. E isto talvez
seja importante agora para avaliarmos como tratamos as pessoas.
Volte ao seu passado por uns instantes.
Tente lembrar-se... Você ainda
mirradinho em uma situação que foi
acolhido com ternura por sua mãe. Agora tente lembrar –se de uma situação oposta
onde você precisou ser
disciplinado. Pense no seu primeiro dia na escola, pense em algum acontecimento desagradável lá
vivido. Talvez isto denote algum esforço. Mas vamos lá, tente lembrar agora de algo agradável
que viveu, fazendo assim um contrapeso entre situações amargas e
agradáveis. Tente recapitular alguma
situação que sentiu muito medo e seus pais lhe acolheram fazendo você se sentir
protegido ou uma outra em que se sentiu
sozinho e desprotegido. Se conseguistes fazer esta reflexão verá que é muito provável que encontrou
lacunas abertas e que gostaria de respostas. Logo descobrirá também que nos
casos em que você foi plenamente suprido de suas necessidades de aceitação não
há perguntas, mas que no seu oposto há muitas. Eu, gostaria de perguntar a minha mãe se mamei no peito, talvez porque até hoje necessito de um
aconchego carinhoso que nunca tive.
Perguntaria francamente há algumas pessoas onde foi que errei com elas. Tenho
convivido com duas questões sobre respeito e sensibilidade. Sei que preciso
rever onde estou errando.
E bom fazer questionamentos... Pena que nem
sempre as perguntas são formuladas a tempo de resolver questões. Infelizmente, às
vezes, o diálogo tão imprescindível é inadvertidamente ignorado.
Feito esta reflexão, responda você mesmo as perguntas que
formulou.como se a solução coubesse a você,faça isso como se resolvesse uma conta de matemática complicada. Pode até
parecer um subterfúgio da realidade, mas não, não temos controle sobre coisas
do passado, mas agora podemos resgatar as rédeas do cavalo imaginário que não
tínhamos controle, mas agora temos ou podemos ter mesmo que isso seja um faz de
conta.. Volte ao presente e pense onde
talvez esteja deixando lacunas semelhantes as do passado . Às vezes muitos dos nossos problemas atuais são frutos de questionamentos
mal resolvidos. Uma mãe que se preocupava excessivamente com seu filho , era
extremamente protetora, este menino quando se tornou um homem só conseguia
enxergar o amor desta forma. Este é um
pequeno exemplo de como nossas atitudes podem influenciar as pessoas que nos
cercam.
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