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sábado, 12 de outubro de 2013

Páginas em branco são tão bonitinhas



Páginas em branco são tão bonitinhas, elas não contem rasuras, não contem históricos nem fatos históricos mal resolvidos. Elas estão ali branquinhas pra começarmos a fazer história... Durante a vida trocamos de caderno muitas vezes e vamos  os preenchendo com nossos contos,  dramas, comédias... Mas o interessante que quando tudo está branquinho é tão certinho, é como carro novo, cheiro de novo!! E convenhamos,  é gostoso recomeçar ...Como é fácil começar algo do zero, sem mácula, sem vícios de costumes, sem passado. Assim, novinho, uma simples palavra pode dar início a um grande romance, amizade, parceria.
 O que nos leva ao suprassumo de uma boa relação é um gesto, uma palavra, a frase acertada que vai de encontro ao que o outro precisa ouvir, ou quando o   surpreendemos  beneficamente.  Temos a capacidade de desencadear bons sentimentos com um simples: “ Eu gosto de você.” “Você é tão bacana”!  “ Não conversamos muito, mas você me faz tão bem.”  Por outro lado podemos também causar ojeriza, mal estar dependendo de como nossas palavras ou trejeitos são proferidos. Uma  pessoa que gostava muito,  disse que não me via mais com bons olhos. E num piscar de olhos eu deixara de ser  um coisa boa... Digeri mal suas palavras, pois elas vieram ao encontro daquilo que  esperava.  Não pude prever aquela situação. Então fiquei com raiva.  Tendemos em circunstâncias semelhantes  cultivar o desgosto por esta pessoa, como se a palavra dela fosse  um veneno  que tomamos  para abrir o apetite do  deixar de  gostar... É como se vivêssemos à base de comprimidos que as ações alheias nos imputam determinando se haverá cura ou doença de nossos sentimentos... Mas, pense. Uma palavra adversa  desencadeando todo um ciclo de rejeição, contrariedade?  Como? Se  horas atrás eram  tão amigos?   Se assim,  onde baseamos o  alicerce da amizade, do amor, das boas relações? Será que na frágil acepção de uma única palavra mal dita, num gesto irrefletido que atrevidos desferimos sem pretensão?
  Quando em nosso caderno já temos escritos demais, talvez as palavras não façam tanto sucesso porque atitudes valem mais do que palavras, é como se num jogo de carta dispuséssemos daquelas de maior valor:  atitudes ganham de palavras, mas perdem para fuxicos,  que perdem para violência... e se for mais adiante verá que a frente viram coisas que demarcarão   a vitória ou  o fracasso... É a vida com seus escritos. Uma série incerta de acertos e erros.
Depois de tantos escritos em um caderno bem usado a palavra: vou mudar, não resolve quase nada, porque o escrito  no caderno já denuncia. Então a incredulidade  tem peso exuberante,  acima de qualquer  carta do baralho.  E se neste ínterim aparecer “o  Romeu”  das páginas branquinhas sem nenhum histórico negativo ou quem sabe um   Apolo, Aquiles... Nossa relação estará ameaçada. Convenhamos humanos comuns,  Zé Manés,  não são competitivos para se igualar  a hoste de deidade magnânimas e poderosas,  projetadas pela nossa imaginação. Engraçado que Isso  será  irônico quando  começar  a escrever o conto da deidade no seu  caderno humano de falhas e imperfeições... Verá que são   Manés também. (diz o ditado:  de perto todo mundo é comum)  
Talvez em nosso caderno novinho devêssemos ter uma página de advertências e precauções. Algo como:  Esperar sempre o inesperado. O deus de  hoje será o homem imperfeito de amanhã.
Não endeusarmos pessoas comuns  supervalorizando suas qualidades iniciais seria uma forma bem sensata de começarmos um relacionamento ou,  nos mantermos no velho.( Ações hollywoodianas  podem causar insatisfações permanentes.)   Seria mais justo com as pessoas que preencherão as páginas que farão parte de nossos cadernos quando já contiverem  uma boa quantidade de escritos.  Toda relação tem altos e baixos. Pensando nisso,  deveríamos almejar  viver uma  relação integralmente sem as impurezas dos produtos industrializados... É, seria um bom começo. E,  as páginas de nosso caderno novo,  mesmo que já não tão bonitinho,  teriam maior valor. Seria de um valor inestimável e quem sabe como num conto de fadas pudéssemos encarar o :  E  foram felizes para  sempre.

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