Páginas em branco são tão
bonitinhas, elas não contem rasuras, não contem históricos nem fatos históricos
mal resolvidos. Elas estão ali branquinhas pra começarmos a fazer história...
Durante a vida trocamos de caderno muitas vezes e vamos os preenchendo com nossos contos, dramas, comédias... Mas o interessante que
quando tudo está branquinho é tão certinho, é como carro novo, cheiro de novo!!
E convenhamos, é gostoso recomeçar ...Como
é fácil começar algo do zero, sem mácula, sem vícios de costumes, sem passado.
Assim, novinho, uma simples palavra pode dar início a um grande romance, amizade,
parceria.
O que nos leva ao suprassumo de uma boa
relação é um gesto, uma palavra, a frase acertada que vai de encontro ao que o
outro precisa ouvir, ou quando o surpreendemos beneficamente.
Temos a capacidade de desencadear bons sentimentos com um simples: “ Eu
gosto de você.” “Você é tão bacana”! “
Não conversamos muito, mas você me faz tão bem.” Por outro lado podemos também causar ojeriza,
mal estar dependendo de como nossas palavras ou trejeitos são proferidos. Uma pessoa que gostava muito, disse que não me via mais com bons olhos. E
num piscar de olhos eu deixara de ser um
coisa boa... Digeri mal suas palavras, pois elas vieram ao encontro daquilo que
esperava. Não pude prever aquela situação. Então fiquei
com raiva. Tendemos em circunstâncias
semelhantes cultivar o desgosto por esta
pessoa, como se a palavra dela fosse um veneno
que tomamos para abrir o apetite do deixar de gostar... É como se vivêssemos à base de
comprimidos que as ações alheias nos imputam determinando se haverá cura ou
doença de nossos sentimentos... Mas, pense. Uma palavra adversa desencadeando todo um ciclo de rejeição,
contrariedade? Como? Se horas atrás eram tão amigos? Se
assim, onde baseamos o alicerce da amizade, do amor, das boas
relações? Será que na frágil acepção de uma única palavra mal dita, num gesto
irrefletido que atrevidos desferimos sem pretensão?
Quando
em nosso caderno já temos escritos demais, talvez as palavras não façam tanto
sucesso porque atitudes valem mais do que palavras, é como se num jogo de carta
dispuséssemos daquelas de maior valor:
atitudes ganham de palavras, mas perdem para fuxicos, que perdem para violência... e se for mais
adiante verá que a frente viram coisas que demarcarão a
vitória ou o fracasso... É a vida com
seus escritos. Uma série incerta de acertos e erros.
Depois de tantos escritos em um
caderno bem usado a palavra: vou mudar, não resolve quase nada, porque o
escrito no caderno já denuncia. Então a
incredulidade tem peso exuberante, acima de qualquer carta do baralho. E se neste ínterim aparecer “o Romeu” das páginas branquinhas sem nenhum histórico
negativo ou quem sabe um Apolo, Aquiles... Nossa relação estará
ameaçada. Convenhamos humanos comuns, Zé
Manés, não são competitivos para se
igualar a hoste de deidade magnânimas e
poderosas, projetadas pela nossa
imaginação. Engraçado que Isso será irônico quando começar a escrever o conto da deidade no seu caderno humano de falhas e imperfeições... Verá
que são Zé Manés também. (diz o ditado: de perto todo mundo é comum)
Talvez em nosso caderno novinho devêssemos
ter uma página de advertências e precauções. Algo como: Esperar sempre o inesperado. O deus de hoje será o homem imperfeito de amanhã.
Não endeusarmos pessoas comuns supervalorizando suas qualidades iniciais
seria uma forma bem sensata de começarmos um relacionamento ou, nos mantermos no velho.( Ações hollywoodianas podem causar insatisfações permanentes.) Seria
mais justo com as pessoas que preencherão as páginas que farão parte de nossos
cadernos quando já contiverem uma boa
quantidade de escritos. Toda relação tem
altos e baixos. Pensando nisso, deveríamos almejar viver uma relação integralmente sem as impurezas dos
produtos industrializados... É, seria um bom começo. E, as páginas de nosso caderno novo, mesmo que já não tão bonitinho, teriam maior valor. Seria de um valor
inestimável e quem sabe como num conto de fadas pudéssemos encarar o : E foram felizes para sempre.
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