Tem certos momentos que entramos num círculo vicioso e exaltamos nossa
vida como se ela fosse indestrutível. Assim como também, relembramos de fatos
vividos, lições aprendidas, questionamentos, erros. Constantemente rebobinamos
nossa fita da vida e voltamos ao passado seja de uma forma que possamos buscar
lembranças alegres, momentos vividos marcantes,
ou até para lembrarmos de uma situação que nos marcou negativamente. O
passado constituiu uma fonte de pesquisas que nos atualiza constantemente a fim
de nos orientarmos no presente. Quanto ao futuro me parece pretensioso afirmarmos
veementemente que faremos isso ou aquilo. Soa ousado pretendermos estabelecer o
futuro baseado naquilo que intencionamos. Falando assim parece que condiciono
nossa vida ao presente sem objetividade. Como se a frente, tudo fosse inacessível. Não é isso. Vou relembrar
uma história bíblica que já mencionei em outra ocasião rebuscando nela alicerce
para o que quero dizer. Certo homem
possuidor de muitas terras procurava tranquilidade para seus pensamentos
inquietantes sobre o futuro. Sentou-se e meditando chegou a conclusão que se
plantasse em todas as suas terras ele teria uma safra abundante e farta, e isto, lhe traria tranquilidade para o futuro. Este projeto lhe deu paz e
tranquilidade, pois segundo ele, fazendo assim,
estaria seguro... Descrevendo o desfecho da história o relato diz: tolo, esta noite reclamarão sua alma e para quem ficarão todos
os seus bens? De fato, tendemos a
confiar na vida e na sua continuidade muitas vezes inadvertidamente. Somos inteiramente aquilo que pensamos e não raro
esperamos que o futuro seja promissor. Não há nada de errado nisso. Fazer
planos, se envolver em alguma atividade em
longo prazo. E não há nada de
contraditório pensar assim. Imagine que você tenha um projeto de começar
estudar agora e tenha como barreira sua
idade já avançada. Então você diz: Se começar estudar agora daqui há 5 anos me formarei mas já
estarei velho. Se isto for um pensamento limitador você não
estudará, mas se for um projeto elaborado, um objetivo vívido você se empenhará
nisso, dia após dia, meses e anos consecutivos. A conclusão da história você só
saberá se estiver vivo ao final dos 5 anos,
mas se chegar no termino destes e você não tiver feito nada, lamentará os anos
desperdiçados por conta de um pensamento
temeroso. Sim, é licito, é imperativo
ter objetivos e se empenhar neles, não é definitivamente esta a questão. A
questão é quando esquecemos que nossa vida
não depende apenas do nosso querer, somos mortais, sim, morremos. Então
da próxima vez que falar, amanhã farei isso ou aquilo, diga: Se Deus, permitir
amanhã farei isso ou farei aquilo. Parece mais condizente com a fragilidade da
vida e ao mesmo tempo dá crédito a quem de fato pode nos dar a proteção para
atingirmos nossos objetivos.
Tudo é provisório, inclusive nós!
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