Seres humanos são cabulosos. Não,
ninguém famoso disse isso. Eu , sim, eu mesmo estou afirmando.
Estava lendo uma matéria sobre
maus tratos a animais. É difícil digerir
e aceitar o que nós, ditos seres pensantes, racionais, que expressamos qualidades
semelhantes a do criador, submetemo-nos a ações tão empobrecidas... Como pode? Penso
surpreso enquanto meus olhos percorrem o final da matéria. É degradante. Numa
das descrições, “rapazes”, isto! A
matéria descreve como sendo rapazes,
tenho minhas dúvidas, bestas feras, talvez indicasse melhor o que são pessoas que
encontram uma égua abandonada e a estupram várias vezes. Ah, como a encontraram?
Depois de anos de serviços prestados a seu dono, agora incapaz de continuar sendo útil
para esta finalidade é abandonada numa praça qualquer. É, abandonada, faminta,
entregue a sorte. E que sorte!
Estuprada. Estou falando de um animal mesmo, não é uma égua figurativa como se estivesse falando de uma mulher pistoleira
ou qualquer outro termo pejorativo. Pra ser sincero enquanto lia a matéria
passou pela minha cabeça que existem coisas mais importantes que isso... Agora
me recrimino por este pensamento. Animais são indefesos, necessitam de cuidados
e não pediram para ter nós seres
racionais sob cuidados. E, quantas outras calamidades observamos contra seres
que adotamos com o objetivo de prestar-nos
serviços. Serviços? Compramos os bichos,
ganhamos, escolhemos eles. E passam a
fazer parte da família, mais, nos retornam
carinho, afeto, companheirismo, zelo, cuidado... Certa vez li a estória de um
gato que deu sua vida para uma criança ameaçada por uma cobra... E de um
cachorro que se pois entre seu dono e
um pitbull enraivecido. Uma pessoa querida me contou a história de uma criança
que se dirigiu a um pet shop porque queria comprar um cachorro. Por conta de
sua pouca idade, o homem que lhe atendeu queria saber por que ele queria um animal?
Sanada a curiosidade ele mostrou alguns cachorros... O guri percorria os olhos
encantado quando; mais longe ele viu um cachorro que mancava e vinha mais
lentamente em sua direção... Ali, estava
o que ele precisava. O dono da loja, surpreso com a escolha queria entender ressaltando que aquela não era uma boa
escolha, o cachorro era manco, não parecia
tão esperto quanto os outros. Então o
guri levantou a calça revelando sua deficiência ( não tinha uma das pernas) e
acrescentou: Este será a companhia perfeita para mim. Pois assim seja. Quando escolhemos animais
assumimos que seremos responsáveis como somos com nossas crianças (ai,ai,
somos?) Se não os alimentamos eles passam fome, se não os
protegemos eles padecem. A mulher que perdeu o marido e adotou uma gatinha sabe
a importância dela... O vizinho que odeia gatos e numa ocasião que a gatinha
invadiu seu quintal e a espancou perto da morte não. Mas, poxa, se me
apercebesse da importância que um animal doméstico tem para outro ser humano, não
deveria ser mais humano? Quando lia a matéria pensei em tantas crianças mau tratadas, quantas mulheres vítimas e vilãs
de tantas desventuras, tantos homens e crianças cuja a vida reflete maus tratos
à rodo. Pensei na empregada que vai
fazer faxina na casa daquela mulher bilionária
e que recebe, depois de um dia fatigante como paga, pão com queijo e presunto. Brincadeira. Certa
vez um homem disse que se não somos capazes de ver as necessidades alheias não
somos capazes de enxergar embora possamos ver. Caramba, não é que faz sentido!.
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