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terça-feira, 20 de agosto de 2019

Lembrança afetiva.





Passava numa rua que me fez lembrar a infância. No canteiro central de umas das ruas que dava acesso as casas... vi o despertar do  passado no presente  em forma de flores:  um canteiro simplesinho dispunha  as mesmas flores no mesmo formato  do meu jardim do passado.   Remetido há pelo 20 anos atrás quando ainda era criança,  vislumbrei tão nitidamente o ambiente dos tempos ido. Foi um despertar tão real que as lembranças que estavam no recôndito da memória abriram-se como se um portal me convidasse a entrar.      É forte a forma como este despertar se aloja baseado numa cena presente que pela semelhança retrocede o tempo além do imaginável. E a restauração de momentos tão insípidos porque rotineiros que eram passaram sem a menor expressão,  mas que agora à tona,  faz com que tornem-se tão valiosos. 

Aproveitando o gancho expandi voluntariamente a viagem para resgatar outros momentos como quando enfiava um pedaço de caule de capim num buraco de formiga para alçar uma colada pelo  ferrão  na ponta da haste. Perdia horas esperando que alguma caísse na minha armadilha infantil.

 Hoje atribulado pelos afazeres quase não se dá importância aos legados do passado. Só quando surpreendentemente se depara com uma cena que de tão semelhante ao já vivido causa esta ruptura no tempo espaço.

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