Passava numa rua que me fez lembrar a infância. No canteiro
central de umas das ruas que dava acesso as casas... vi o despertar do passado no presente em forma de flores: um canteiro simplesinho
dispunha as mesmas flores no mesmo
formato do meu jardim do passado. Remetido há pelo 20 anos atrás quando ainda
era criança, vislumbrei tão nitidamente
o ambiente dos tempos ido. Foi um despertar tão real que as lembranças que
estavam no recôndito da memória abriram-se como se um portal me convidasse a
entrar. É forte a forma como
este despertar se aloja baseado numa cena presente que pela semelhança
retrocede o tempo além do imaginável. E a restauração de momentos tão insípidos
porque rotineiros que eram passaram sem a menor expressão, mas que agora à tona, faz com que tornem-se tão
valiosos.
Aproveitando o gancho expandi voluntariamente a viagem para resgatar
outros momentos como quando enfiava um pedaço de caule de capim num buraco de
formiga para alçar uma colada pelo ferrão na ponta da haste. Perdia horas esperando que alguma caísse na minha armadilha infantil.
Hoje atribulado pelos afazeres quase não se
dá importância aos legados do passado. Só quando surpreendentemente se depara
com uma cena que de tão semelhante ao já vivido causa esta ruptura no tempo
espaço.
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