A boca vai de encontro ao
Fruto maduro e doce
E este encontro guloso
Tem seqüelas ..
em gotas
O liquido jaz na pinguela.
Vermelho como sangue cai
Confundindo seu espectador
E o som do gotejar visto a olhos nu
Traz lembranças de algo incomum.
Sangue é vida, da vida dada
pelo fruto doce alimentada.
Vida doce num doce apetecer
Ao que aos olhos pode transparecer
Tantos gotejares em tantos
momentos
Que faz qualquer momento um reencontro
De momentos que vivemos e imaginamos
Que um simples momento é o momento que estamos.
Tão pueril como um gotejar
De uma fruta com os dentes encontrar
Poderia ser um momento trágico
Transformando um doce num amargo.
E quantas bocas desmistificam
O Canto no momento da mordida.
E quão harmônico pode ser
O gotejar no mesmo momento
Do som a retaliar o pensamento.
O vermelho visto aos olhos
Pulsando marcando como relógio
A tessitura destilada da vida
Marcado num compasso o viés da ferida.