Sempre me dói saber que ...
Saber que já não posso mais...
Saber que entre pensamentos eventuais
Sou seu
passado e no presente, não estou mais...
Dói saber que agora outro tem você
Nos pensamentos, nos intentos e nas
delícias
Dói saber que não fiz por merecer
Que na arte do amor faltou-me perícia.
E cada vez que penso na distância
imposta pelo tempo
E que fui aos poucos te perdendo pela
distância.
Vendo palavras dissolvidas pelo vento
No indeterminado vão do tempo e sua beligerância.
Alguém estranho fez-se mais presente
E o tempo foi fazendo-me indiferente
Outro cujo tempo agraciou
E que sob seu feitiço por ti se enamorou.
Embora continua imperiosa no meu
coração
Hoje está tão longe, e tão distante esperada união
Dos corpos, dos verbos e de sonhos etéreos
Do som da sua voz e da junção dos mistérios.
E este vazio que se tritura com a solidão
Que se estende pela cabeça e toma o
coração
Em qualquer parte do dia faz-me lembrar
Do amor, da dor e da multiplicidade impar
E
entre rodopios referencio o que me abala
E quase um cio a força que se declara
Sob o tempo oco que não tem mais espaço
Num dia de odeio noutro quero seu
abraço.
Vai-te disse: vai ser feliz
Se o coração se abala endureço a cerviz
Pra que lutar contra um novo amor
Que por conluio do coração se apropriou
Mas, não abdico luto contra a maré
Quando impossível é preciso ter mais fé.
Que a maré pode pelo acaso mudar
E o coração desalentado acordar.
E nutro a esperança em solo improdutivo
Quem sabe a chuva brote um fruto
recessivo
E nele reavive a vida que secou.
Num novo viço que o coração desatentou.
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