someone lyke you

terça-feira, 9 de outubro de 2018

entre outras coisas



O sentimento não encontra palavras
Fica procurando e nada fala.
Quero  expressar o que sinto
Mas, entre coração e boca não há consenso.
Sinto-me  num labirinto
Matutando uma forma de senso.
O que o coração não consegue expressar
Só faz tudo piorar 

Não é só desabafar é se libertar
Daquilo que não encontro explicação
Que machuca, que desnorteia sem  restrição
Invade e se  projeta na imaginação
Ocupando a mente em toda extensão
Em  uma divagação  sem sentido
Que não o céu, nem inferno: o limbo .

Já não somos nem amigos
Perdemo-nos como se perdeu o compromisso
Ex  amantes estranhos, quase inimigos
Que se perderam na ponte do orgulho
Cada qual criando seu submundo.
Bem parecido com  um labirinto
E abandonamos a razão em prol do instinto.

Volto ao mesmo recanto dos desenganos
Onde lamenta  quem entrou pelos canos
Que sonhou apesar das inverdades.
Que trocou definição por  ambiguidade.

Que se sustenta com  as sobras
Se reinventando numa diáspora
Nas suas imagináveis possibilidades
Tão  cruéis quanto a iniquidade. 

Mesmo que te associe a tudo
Um rosto, um conto, um pensamento, um título...
Tudo se resumo ao que sinto.
Ora doce como mel ora, absinto.

E vivo atolado neste  contraste.
Como Uma flor se apoiando em outra  haste
Um sonhador buscando o seu remanso
Um paliativo uma quimera, um  descanso.



E o coração teima apesar de tão contrito.
Pões-se as mãos do inimigo.
Atravessou os sete mares da ilusão.
Que viajou ao céu e se esborrachou no chão.

Pois  seus males tem raízes profundas
Quanto mais contumazes mais abundam
Que aos olhos são  um jardim colorido
Mas por dentro um sepulcro enrustido. 


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