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terça-feira, 8 de agosto de 2017

Peras e perdas




Peras e perdas - texto de Lia Luft, lembrou-me uma história da minha juventude.  Uma letra muda tudo. No texto escrito pela autora perdas virou peras. Legal. Se pensar que perdas são coisas ruins e peras?  Minha estória é diferente. Uma situação constrangedora.  Quando jovem trabalhava num banco e era responsável pelo envio das cartas ao correio. Isso na época que ainda se datilografa cartas aos clientes. 
 Com letras formamos palavras, óbvio, mas se por acaso você esquecer uma letra e se esta for a letra errada, nossa, você pode ficar em maus lençóis. Foi o que aconteceu. Sei que nada mais gratificante que    palavras temperadas com sal, aquelas ditas na hora certa no momento certo na dosagem adequada,  caem bem em toda e quaisquer situação. Quem nunca foi agraciado com palavras de um amigo. Ops! Estou enchendo linguiça. O caso aqui é que agora acho  engraçado o que na ocasião não teve graça nenhuma. Não pra mim.  Quando poderia imaginar que uma escritora cometeria  o mesmo erro, lógico guardando as devidas proporções. Erros, acertos,  mal e bem... Acabei recordando outra estória.   
 Sobre uma criança órfã de mãe cuja madrasta dispensava todo carinho para sua filha legítima  e toda sua ira sobre a enteada, sobrecarregando-a com afazeres domésticos e todo tipo de serviço enquanto sua presunçosa filha ficava a mercê do ócio. Logo cedo a menina se via atordoada e atormentada por tantas  tarefas. Acordava cedo para ir buscar água para os afazeres do dia e...  Neste dia, entretanto, apareceu uma velha senhora que lhe solicitou um pouco de água. Ela com toda gentileza atendeu a senhora baixando seu balde e tirando a agua necessária para lhe oferecer um copo de água. Dando toda atenção as necessidades daquela senhora.  A estória conta que quando chegou em casa  de sua boca saiam borboletas, passarinhos coloridos, coisas bonitas a cada palavra que falava. A madrasta invejosa queria o mesmo para sua filha amada e no dia seguinte apesar dos protestos da filha legítima,  ela a fez caminhar para o poço da cidade para apanhar água e receber o mesmo benefício. Lá estava a velha senhora querendo matar sua sede. Quando a velha senhora lhe pediu água ela a tratou com desdém e grosseria. Quando chegou em casa sua mãe afoita em saber se a filha ganhara o beneficio de falar e  de sua boca sair coisas bonitas dirigiu-lhe a palavra para ver o retorno  esperado. Sua surpresa virou terror  quando a filha começou  falar e  da sua boca emergira  cobras, sapos, escorpiões e coisas nada agradáveis de se ver. Ao ver aquilo a mulher caiu sem sentidos desolada pelo mal agouro lançado sobre a filha amada. Mal sabia ela que todo mal trato preparara a filha adotiva para ser uma verdadeira dama enquanto para sua filha que achava estar dando o conforto só prejudicava.   
  Sim, voltando a estória. A carta enviada ao destinatário  Eduardo Costa de Carvalho ficou  Carvalho sem o v.  

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