Uma das maiores artes do ser humano é
a dissimulação. Não estou dizendo que devemos
perder nossa essência. Esta deve ser preservada a todo custo. Portanto nada
impede que desenvolvamos métodos que nos habilite a sermos aceitos em qualquer
meio sem deixar transparecer nossas emoções queixosas e cheias de querer. Tendemos
a ficar magoados quando ações de terceiros parecem incompreensíveis e
demonstram grassa divergência comportamental. No trabalho questionamos se a pessoa se faz de amiga, mas fala mal de você
pelas suas costas ou se a encontra na rua ela finge não te ver. Puxa seu tapete
quando deveriam trabalhar em
equipe.. Vê você numa situação difícil e não faz nada para te
ajudar ou dizer uma palavra de conforto. Pelo contrário opina pela omissão. Qual
sua reação? Você fica com vontade de pegá-la pelo pescoço, de dar uns sopapos
no dito cujo. Descabela-se e passa tempo demais gastando suas energias pensando
nas presepadas deste. Por que? Porque não consegue dissimular. Jogar o jogo. A
vida é feita de um mar de gente de comportamentos variados e se nesta seara
você mostrar o dente para todo mundo que finge ser o que não é você vai criar
muitas inimizades. A dissimulação é a arte de fechar os olhos ao rancor e
assimilar um comportamento razoável ainda que não condizente com o que de fato
sente. Soa como hipocrisia, mas, politicamente falando é pura sabedoria. Saber
lidar com comportamentos diversos ainda quando está claro que elogios são
falsos e sorrisos são vãos é uma arte a ser aprendida. Quantas e quantas
pessoas que você conhece que tem motivos mais que suficientes para trucidarem um desafeto e não demonstram o menor sinal de raiva quando as cumprimentam
afetivamente? Bem poucos. Nosso
sentimentalismo não é salutar no mundo atual em que vivemos. Devemos saber nos
comportar diante de pessoas. Lembram-se quando criança quando você ensaiava
chorar e sua mãe dizia: engole o choro? Dissimulação não e nada mais do que engolir
o choro ou só chorar quando realmente for o caso.
Nossos relacionamentos deveriam estar pautados
na cordialidade racional e não sentimental. Assim como temos o direito a não
gostar de uma pessoa por elas não nos proporcionar nenhuma vantagem temos que
admitir que estamos expostos a mesma posição por parte de outros. A camaradagem deve prevalecer sempre ainda
que prefiramos não ter a pessoa em nosso círculo de amizades. Ainda que se
nosso desejo em tê-la por perto não seja nada nobre. Não nos pode faltar a
frieza de usarmos nossa capacidade racional para determos nossas emoções
desenfreadas.
Somos tão reduzidos quando nos submetemos as nossas
emoções... Qualquer contrariedade e lá estamos nós reclamando da falta de
consideração, da falta de notícia, da falta de atenção. Olhe o camaleão que dissimula tão bem suas
cores para sobreviver. Deveríamos usar a dissimulação para sermos menos
ranzinzas e menos intolerantes. Afinal o
que ganhamos quando queremos valer a outro o que nos desejamos? Se a nós mesmos
damos prioridade as intenções em nós mesmos escondidas. A dissimulação se treinada pode ser usada em
apoio a nossa razão que depois que se dobra as emoções desejaria nunca o ter
feito. Fazemos porque não dominamos a emoção mas desejaríamos dominá-la. Que
seja feita nossa vontade consciente.
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