Dom
Juan é uma referência na arte de amar. Qualquer pessoa que sonha em ser um
amante excepcional em algum momento ansiou
ser como ele. Quantas mulheres? Difícil não ficar espantado e admirado
com a quantidade de mulheres que passaram pela sua cama. Daí, quem não gostaria
de atender seus apelos eróticos tendo tamanho talento. Talvez as mulheres que
passaram pelo seu caminho não se sintam assim tão lisonjeadas. Alguma talvez.
Aquelas que talvez acreditaram na sua lábia sedutora e de que ao seu lado
viveriam um amor inigualável talvez não. A arte de amar conforme ouvia quando criança
era conquistar a mesma mulher todos os dias de maneiras diferentes. Suponho um ótimo
conselho, mas esquecido. Hoje vivemos o eterno enquanto dure. O rótulo do amor
hoje é parecido com a de um passarinho numa gaiola com olhar triste desejando a
liberdade. De certo que com o decorrer
do tempo amor fica com jeito de roupa
suja e o desejo sofre de um estresse crônico. Mas, deveríamos pô-lo na máquina das boas
recordações e não descartá-las por algo mais atrativo. (lei do retorno) Num mundo onde a carne ganha terreno o espírito
passa apertado, diria o espiritualista. E
vivemos no mundo em que a troca por um mais jovem, mais bonito tece atalhos o tempo todo. Assim as relações estão ficando mais curtas,
menos calorosas e menos correspondentes. As promessas de amor não convencem
mais ninguém.. As juras de amor são como luzes de natal piscando. O que é bom, desta forma
ninguém fica esperando que as promessas sejam eternas. Isto exige que mudemos
nossa forma de se relacionar: a do desapego. Quem se apega esperando que o
outro vai amar para sempre sofre mais, sofre a toa. Porque amar hoje é volátil.
Quem não se adapta não sobrevive. Então nos
adaptamos. Estes são resultados de nossa
procura pelo prazer em detrimento do amor.
O sexo hoje dá bandeiradas exaltando a liberdade, a pegação, o oba, oba. E quando as pessoas falam aqui não é assim. Aí,
desconfie.. As pessoas estão do avesso
no que tange aos valores. Quando dizem : Jamais faria isso! A sineta de alerta do não acredite apita forte.
Quer saber a humanidade não vai se redimir e
talvez nossas mudanças sejam por causa de nossos medos. Sim, tememos a traição então
traímos e afirmamos: é como um acerto para o que poderá acontecer. Relacionamo-nos já com um pé na estrada,
assim sem escoriações.. O medo nos impulsiona a fecharmos as portas das ternas
afeições que nos deixam vulneráveis. Mas,
também abre a porta pra racionalização Fui traído, então agora sentirão a mesma dor que sinto. E bota pra quebrar. Tem
a turma do: Não vou gostar de mais ninguém e a turma do um amor se cura com outro. Nem
preciso dizer que são ciladas que em vez de nos fazer flutuar nos afundam ainda
mais. E a cratera do desamor custa a
cicatrizar e trás uma bagagem!
Desconfio
que estas mudanças no comportamento sejam porque tememos ser honestos conosco
mesmos. É mais fácil dizer não gosto mais de você do que admitir que está com
outro. Que negar um erro que vai magoar do que ser honesto. Que posar de bom
moço, ou boa moça quando está sacaneando o outro. Mas, se perguntarem eu nego.
Não estou fazendo nada errado. Que estamos com alguém, mas estamos de olho no
outro só pra garantir que não ficaremos só. Uma apólice de seguro duvidosa. Mas, caso mude de ideia aviso aos navegantes: o barco afundou.
Mas,
deixamos isso pra lá. Conversa a toa.
Chegamos
até aqui não chegamos? Cobiçosos do talento do mestre da pegação. E muitos consideram um progresso. Todo mundo
pega todo mundo, infidelidade, padrões imorais,
descriminação, sexo ao ar livre, no trabalho, blue chips! Nossas ações estão
bombando: Quem dá menos?
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