O consultório tinha a decoração perfeita, toda branca com molduras sob o teto discretas e um
conjunto de lâmpadas leads que iluminavam perfeitamente a sala. Era muito
aconchegante. Um ambiente que parecia revelar o status quo da médica. Porem, a ótima profissional tinha na vida pessoal uma
fraqueza: era predadora sexual. Seus
hábitos fora do local de trabalho era algo imperceptível para quem a visse ali. Naquela sala que era sinônimo de pureza.
Para quem é largado no altar no dia do casamento começa dias
de aflições que vão além do fatídico dia. Insegurança, rejeição, vergonha,
descrença. Um turbilhão de emoções e temores que lhe assombrarão por longos
anos com direito a terapias e muitas lágrimas.
Quem abandona também
tem seus dramas. Estes talvez até mais contundentes do que a abandonada.
A policial federal dedicada ao trabalho, a mulher
independente e morigerada. Solteira sem envolvimento aparente Oculta nas suas entranhas um comportamento
que denegriria sua imagem construída as duras penas. Nas noites protegida pelo
computador entrega-se a homens que sem identificação procuram satisfação fácil
e sem compromisso.
A ótima professora que sente-se atraída por alunos mais
jovens que ela. Alguma coisa que ela não tem domínio a coloca a mercê da
volúpia de um corpo cujos hormônios não fazem acessão. Repreendida e expulsa de uma famosa escola.
Mudando-se de cidade e recomeçando sua jornada para novamente se deparar com o mesmo dilema
do passado.
Claro que nem todo mundo tem um desvio de personalidade tão
grave assim, mas todos temos nossos dramas e como eles começam? Como se
estabelecem? E como acabam refletindo em nossas vidas por intermédio de atos
obscuros e quase sempre indomáveis?
Você conhece a estória do escorpião que desejava muito
atravessar o rio nas costas do pato. Não
é? Nossos desvios de comportamentos quase sempre não medem consequências porque
estes se revelam como satisfação de uma natureza desenfreada que domina seus
portadores. Não é algo que os desabone profissionalmente e que por vezes causa
um dano pessoal que só vem a tona quando envolve outra pessoa.
A origem destes comportamentos não raro se formam em acontecimentos na infância: abuso por alguém muito próximo que ocupava
um lugar de muita influência na vida da pessoa, falta de atenção e constante
menosprezo, um lar desprovido de alimentação apropriada, um revés marcante que
causa uma ruptura emocional que é bloqueada para não causar danos irreparáveis.
Conduta desenfreada dos genitores, abuso sexual crasso e constante, medo
proveniente de assaltos, desestrutura familiar,
entre outros. (reticências)
Fato é que um desvio comportamental quando gera um
comportamento pervertido precisa ser consertado. Antes porém precisa ser
identificado e reconhecido como tal. O próximo
passo é buscar ajuda profissional que deveria ter sido providenciada mais cedo
para que seus danos fossem menores. Sem tratamento, sem acompanhamento adequado
estas ações continuaram desestruturando sua vida pessoal ou pior encontrando
subterfúgios que viabilizam uma vida dupla
que pode minimizar seus danos pessoais mas prejudicar a vida de quem
compartilha a vida com você.
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