someone lyke you

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Réu Confesso.



Sim, sou um réu  confesso. Matei meu orgulho quando achei que era necessário. Depois matei minha vontade própria porque esta dificultava fazer  amigos. Depois virei um killer. Matei minha paciência, tolerância, bondade... A sociedade moderna vai virando sua cabeça e  quando menos espera, você é  um exterminador sem causa.  Matei minha inocência porque só me trazia dissabores. Matei  minha disciplina. Brincadeira esta matei não. Esta,  nunca tive. E continuei matando. Matei minha vergonha porque esta precisava morrer mesmo.  Matei minha iniciativa porque fala sério, bati a cara em tantas portas  que já estava até ficando com cara de porta.  Matei alguns valores, eles eram valorosos, mas cá pra nós, tava difícil valorizarem e quando comecei a parecer estranho  eliminei-os. Foram tantos que perdi a conta. Agora SIM, agora estou do jeito que a sociedade gosta, patético. Não tenho mais nada  que  me  distinguia dos demais.  Daquilo que me fazia único.  Sou o típico homem formatado aos moldes da lei e ordem estabelecida. Um típico bom cidadão pagador de impostos. Circundado por projetos arquitetônicos monumentais que visam a maior aglomeração possível no mínimo espaço.  Não  uma ilha porque temos problemas de escassez de água. Amotinado entre seres ardilosos, mas com ardis camuflados para que gerem suspeitas mas nunca venham a tona. Sim, hoje não represento perigo, embora seja  réu confesso. Réu confesso, meio que um zumbi, fazendo o que gostam, comendo o que recomendam, mesmo que o recomendado um dia faça bem e noutro mal.  Arrastado pelas ondas da publicidade e seus interesses. Interesses que como tsunami  arrastam tudo a sua frente. Vivemos na era do  velho e bom poder  maquilado de tantas formas e com tantos pressupostos que de tão desorientados continuamos a matar nosso valores.  As informações que nos chegam são desleais, são desfiguradas com o único propósito de continuarmos cabra  cegas, colhendo migalhas de informações convenientes a quem as publicam. Faça isso porque isso é bom. É bom para meu bolso mas é ruim para sua saúde, seria mais justo. Mas vivemos das migalhas das conveniências e padecendo pelas consequências de acatarmos cegamente o que nos afirmaram ser bom. Um homem perfeito para os governantes. Se,  apitam eu danço e se fazem psiu me calo. Porque se não mato eu morro.

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