Estava o homem a
proclamar sua lealdade ao seu partido
preferido dentro do hospital.
Para cada um que sentava ao seu lado o homem introduzia uma conversa qualquer
para logo em seguida desferir seu discurso preferido: "Nunca houve governo tão majestoso".
"Neste país nunca houve governador semelhante". "Éramos felizes e não sabíamos”. E
um após outro compartilhava sua adoração ao governo que
segundo ele fora insuperável. Dado momento surge do fundo corredor um homem de feições humildes e cuja enfermidade ressaltava ainda mais suas condições. E como outros
antes dele, sentou-se aturdido pela dor que lhe deformava o rosto ao lado do orador partidário. Parecia que seria apenas
mais um ouvinte formal. Que aceitaria com um sorrisinho o repetitivo discurso do
outro. E quando começou.... Acho que ficou surpreso quando o homem que parecia o menos provável expressou em palavras indignidade a sua apologia. “O que está dizendo?” “O melhor governo?” “ Pois na minha opinião foi o pior governo
que já tivemos, aumentou os impostos, prometeu que ia ajudar os pobres e não cumpriu....” E quando o outro tentava retomar a fala o outro metralhava incessante um porção de questões
o contradizendo. Quando tudo parecia ser dito pintou um silencio incomodo entre os conversantes. Neste momento protegido pelo silencio o falastrão evadiu-se furtivo sumindo
pelos corredores a dentro. Neste momento o médico abriu a porta e chamou o próximo: Sr. Falastrão. Como ele não estava então chamou o próximo. Sr. humilde. E lá foi o homem agora tentar amenizar o que lhe incomodava. Moral da história? Não julgue um livro pela capa.
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