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terça-feira, 9 de junho de 2015

O falastrão.



 Estava o homem a proclamar sua lealdade ao seu  partido preferido dentro do hospital.
 Para   cada um que sentava ao seu lado  o homem  introduzia uma conversa qualquer para  logo em seguida desferir  seu discurso preferido: "Nunca houve governo tão majestoso". "Neste país nunca houve governador semelhante". "Éramos felizes e não sabíamos”. E um após outro   compartilhava sua adoração  ao governo que segundo ele fora insuperável.  Dado momento surge do fundo corredor  um  homem de feições humildes e cuja enfermidade  ressaltava  ainda mais suas condições.  E como  outros antes dele, sentou-se aturdido pela dor que lhe deformava o rosto ao lado do orador partidário.  Parecia que seria apenas mais um ouvinte formal. Que aceitaria  com um sorrisinho o repetitivo  discurso do outro. E  quando começou.... Acho que ficou surpreso quando o homem que parecia o menos provável   expressou em palavras indignidade a sua apologia.  “O que está dizendo?” “O  melhor governo?”  “ Pois na minha opinião foi o pior governo que já tivemos, aumentou os impostos, prometeu  que ia ajudar os pobres e não cumpriu....”  E quando o outro tentava retomar a  fala o outro metralhava incessante um porção de questões o contradizendo. Quando tudo parecia ser dito pintou um silencio incomodo entre os conversantes. Neste momento  protegido pelo silencio    o falastrão  evadiu-se furtivo sumindo pelos corredores a dentro.  Neste momento o médico abriu a porta e chamou o próximo: Sr. Falastrão. Como ele não estava então chamou o próximo. Sr. humilde. E lá foi o homem agora tentar amenizar o que lhe incomodava. Moral da história? Não julgue um livro pela capa.



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