someone lyke you

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Dia no PS.

Parecia ser um dia comum como qualquer outro, mas daí uma desordem emocional  ou física popularmente chamada de doença, te leva a um PS. Ah, PS!  Pronto Socorro. Bem, o nome não condiz  com seu significado. O Atendimento,  será tudo,  menos pronto.    E se um dia precisar, e você irá, entenderá perfeitamente o que digo. Chegando, o primeiro impacto é ver gente com rostos deprimentes. E põe gente nisso.  Procurando alívio para sua dor. Mas,  diante da PRECARIEDADE no atendimento, você descobrirá  que a palavra tem várias nuances que dão a ela dependendo da situação, mais que um sentido, você se sentirá um pouco menos humano.  E sua saúde precária que depende  de um sistema precário  dentro de um contexto desesperador de  dor, angustia, sofrimento, desespero e descaso pode levar você a um estado precário de paciência. Fico imaginando e recomendaria  aos monges tibetanos que como prova final do seu elevado nível espiritual encarassem um PS.  Sim, ficar 5, 6, 8 horas vendo outros seres humanos que  denominamos profissionais da saúde e que deveriam auxiliar outros no alivio de sua dor, batendo cabeça  ( como quando alguém grita incêndio num lugar abarrotado de gente) e procedimentos que deveriam ter sei lá... Ordem? Chego a duvidar que um monge seria  bem sucedido diante daquela   algazarra, balburdia. Chame como quiser mas, nunca de PS. Mas, suponhamos que  consiga  passar no que já ouvi chamarem de teste pra cardíaco?  Solte rojões, o cara é um monge.  Ali, as horas vão passando, passando e pessoas em estados diferentes de dor, chegando, chegando e chegando. E num lugar que só  chega e ninguém sai, já viu. E o ambiente? Chega  um   capengando, chega outro fungando,  logo chega outro que parece bem pior.  Alguns em estado bem crítico e,  quando parece que acalmou começa tudo de novo. Gente se apinhando, numa ilha de enfermos interminável. Agora inventaram uma nova maneira de mascarar o mal atendimento.  Colocam uma  enfermeira tarimbada, e não é graça, mas como a palavra precário, a palavra tarimbada também pode ter outros significados. Se já passou por um PS... Entendeu, né?   E aí que está o engodo. Em menos de meia hora é atendido. Lógico, fica surpreso com a eficiência. Por pouco tempo. É apenas uma triagem que definirá seu tempo de espera. Existe uma tabela de prioridades e a tarimbada incumbida pelas cores determina a urgência no atendimento. Se  está quase morto pega a ficha  vermelha. Isso quer dizer que você está Fu. Mas, deixa isso pra lá.  A ficha amarela também significa que está Fu, mas pode esperar mais 3 ou 4 horas. A verde, significa   que há esperanças para você. E que não  morrerá pela sua doença e sim de raiva. Agora  entendo  porque ninguém tem o verde como cor predileta e se tiver é porque nunca esteve num PS. O verde representa esperança, mas não ali.  Ali a cor é denegrida, maculada, pisoteada. Ela só é pior que o azul, a cor que vem depois e que indica que se pegá-la é  melhor   ir embora. Ou você vai encarar ficar naquele ambiente 8, 9, 10 horas?  O que você faz ? Vai, né? Ou...,  você quer ser monge?

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