Quando criança passava oras admirando os enormes portões que eram feitos na marcenaria no lugar
onde passei minha infância. Ficava boquiaberto
ao ver toda aquela riquezas de
detalhes talhadas em madeira. Isso fez com que quisesse ser marceneiro. Na
verdade tinha duas aspirações: uma era ser marceneiro a outra, ser tipógrafo.
A tipografia era minha outra paixão. Admirava com igual empolgação cartazes e panfletos ali feitos e tinha muita curiosidade em saber como era montar aquele emaranhado quebra cabeças de letras e depois ver como resultado final aqueles cartazes perfeitos inicialmente retratados num molde tão feio. Enfim, quando chegou a época de escolher minha primeira opção foi a marcenaria.
Meu primeiro dia de trabalho não foi como esperado. Em vez da concretização fantasiosa dos meus sonhos, deram-me uma vassoura. Sim, isto mesmo, uma vassoura. Eu limparia a marcenaria. Senti-me traído. Cadê os portões? Quando começaria mexer com madeira de verdade? Pensava. Fiquei muito decepcionado. Naquele dia o sonho de ser marceneiro morreu. Tirar serragem definitivamente estava fora dos meus planos. Achei que aprenderia mexer na serra elétrica e na lixadeira, que há muito sustentavam meus sonhos, resmungava. Assim, decidi que não voltaria mais ali.
Me restava então a tipografia. Os tipógrafos estavam sempre tão limpinhos com aqueles jalecos azuis que os deixavam com um ar de pesquisadores e, não precisavam remover serragens.
A tipografia era minha outra paixão. Admirava com igual empolgação cartazes e panfletos ali feitos e tinha muita curiosidade em saber como era montar aquele emaranhado quebra cabeças de letras e depois ver como resultado final aqueles cartazes perfeitos inicialmente retratados num molde tão feio. Enfim, quando chegou a época de escolher minha primeira opção foi a marcenaria.
Meu primeiro dia de trabalho não foi como esperado. Em vez da concretização fantasiosa dos meus sonhos, deram-me uma vassoura. Sim, isto mesmo, uma vassoura. Eu limparia a marcenaria. Senti-me traído. Cadê os portões? Quando começaria mexer com madeira de verdade? Pensava. Fiquei muito decepcionado. Naquele dia o sonho de ser marceneiro morreu. Tirar serragem definitivamente estava fora dos meus planos. Achei que aprenderia mexer na serra elétrica e na lixadeira, que há muito sustentavam meus sonhos, resmungava. Assim, decidi que não voltaria mais ali.
Me restava então a tipografia. Os tipógrafos estavam sempre tão limpinhos com aqueles jalecos azuis que os deixavam com um ar de pesquisadores e, não precisavam remover serragens.
Olhando pra trás e relembrando
os fatos concluo que me faltou resiliência. Deveria ter tido mais paciência e ter compreendido que tirar serragem era apenas o primeiro estágio de um aprendizado. Deveria ter vivenciado a experiência. Deveria ter entendido que antes de poder pensar em fazer os grandes portões teria que galgar um longo caminho. Deveria valorizar todas as fases da engrenagem que é uma marcenaria, até que tivesse apto para seguir adiante.
Me arrependo muito de desconsiderar esta importante etapa da minha vida. Não se deve pular etapas da vida. Quando eu fugi por estar decepcionado eu fugi de aprender cada um destes passos
importantes para qualquer bom profissional.
Se eu pudesse voltar ao passado eu voltaria exatamente ao meu primeiro dia naquela marcenaria e curtiria encarar aquela serragem com muito gosto. Assim como fazíamos logo após o expediente. Trocávamos de roupa e corríamos empolgados para virar cambalhotas naquela montanha de serragem macia, que certamente antes de mim, alguém colocou lá.
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