Mãe e filha revelavam um clima
pesado entre elas. Era tão visível o clima de hostilidade que até um
desconhecido notaria. Nenhuma palavra era proferida. Os olhos abaixados da mais
jovem diziam sem palavras que estava fula da vida. Dado momento a mãe
desconfortável pela situação levantou-se
e foi sentar-se noutro lugar. Procurando um alívio para o
estressante desconforto do momento. Ninguém gosta de uma situação desconfortável.
E este relato demonstra que mesmo numa relação tão próxima, tendemos fugir
daquilo que nos aflige. O motivo do
ressentimento não era descritível, mas ele estava ali no ar, visível, marcante...
(quando se está a mercê do rancor há uma predisposição para violência como se
sob o ar existisse os ingredientes certos
faltando apenas uma faísca para
botar fogo no ambiente) nocivo. Sentimentos
ruins nunca vêm sozinhos. Nele se sustenta outros que se alojam como parte dele
e outros que virão pelo clima que nele
perpetua.
Quando se está bem com alguém se
passa tudo por alto, mas quando existe alguma coisa gerando indigestão, tudo
parece incomodar e beira um
desentendimento gratuito.
Que importância tem isto se é a
coisa mais comum do mundo? Desentendemos-nos depois perdoamos... É assim. Ao menos deveria. Eu conheço irmãos que por conta de um desentendimento não se
falam há anos. Mas, isso vai além: pais e filhos que não se falam mais. Motivados
por um ressentimento que, as vezes, nem faz mais sentido. Sabemos que o
ressentimento é prejudicial, mas nem sempre sabemos lhe dar com ele. É como se fosse um mal imposto por nossa
personalidade e nossa reação fosse apenas um gatilho disparado por conta daquilo
que nos ofendeu. E se é assim entre relações consanguíneas tão fortes imagina
quando não. O problema da amargura é que se torna um mal comportamental. Isso quer
dizer que o que antes era com alguém da
família agora passar ser com todos com quem ficamos ressentidos. Resultado? Problemas cardíacos, doenças crônicas
inexplicáveis. O constante impacto do
ressentimento ao seu corpo não passa incólume. O acúmulo de pequenas magoas,
anos a fio, cria uma massa sedimentada resultando
numa reação no seu corpo. Isto explica porque muitas pessoas
que cuidam tão bem da sua alimentação nos surpreendam quando vítimas de alguma
doença inexplicável. Ingerem boa alimentação, mas não cuidam de alimentar bem o
coração. É como seus corações estivessem
cheio de buraquinhos da mesma forma coma as brocas fazem com algumas
leguminosas. Deixando uma marca perene registrada como quando se
tem uma doença no sangue. A cura para todos os males do coração está em
você se conscientizar que há certas atitudes que minam sua saúde e, não se acomodar com o: eu sou assim. Somos mutáveis. E porque não lutarmos contra nossas tendências
pecaminosas que nos subjugam impondo-nos um fardo adicional de males que podem
ser extirpados pela mudança de postura?