someone lyke you

terça-feira, 31 de março de 2015

Dando a volta no ressentimento





Mãe e filha revelavam um clima pesado entre elas. Era tão visível o clima de hostilidade que até um desconhecido notaria. Nenhuma palavra era proferida. Os olhos abaixados da mais jovem diziam sem palavras que estava fula da vida. Dado momento a mãe desconfortável pela situação levantou-se  e foi  sentar-se   noutro lugar. Procurando um alívio para o estressante desconforto do momento. Ninguém gosta de uma situação desconfortável. E este relato demonstra que mesmo numa relação tão próxima, tendemos fugir daquilo que nos aflige.  O motivo do ressentimento não era descritível, mas ele estava ali no ar, visível, marcante... (quando se está a mercê do rancor há uma predisposição para violência como se sob o ar existisse os ingredientes certos  faltando apenas uma faísca  para botar fogo no ambiente)  nocivo. Sentimentos ruins nunca vêm sozinhos. Nele se sustenta outros que se alojam como parte dele e outros que  virão pelo clima que nele perpetua.  
Quando se está bem com alguém se passa tudo por alto, mas quando existe alguma coisa gerando indigestão, tudo parece incomodar e beira    um desentendimento gratuito.
Que importância tem isto se é a coisa mais comum do mundo? Desentendemos-nos depois perdoamos... É  assim.  Ao menos deveria. Eu conheço irmãos  que por conta de um desentendimento não se falam há anos. Mas, isso vai além: pais e filhos que não se falam mais. Motivados  por um ressentimento que, as vezes,  nem faz mais sentido. Sabemos que o ressentimento é prejudicial, mas nem sempre sabemos lhe dar com ele.  É como se fosse um mal imposto por nossa personalidade e nossa reação fosse apenas um gatilho disparado por conta daquilo que nos ofendeu. E se é assim entre relações consanguíneas tão fortes imagina quando não. O problema da amargura é que  se torna um mal comportamental. Isso quer dizer  que o que antes era com alguém da família agora passar ser com todos com quem ficamos ressentidos.  Resultado? Problemas cardíacos, doenças crônicas inexplicáveis.  O constante impacto do ressentimento ao seu corpo não passa incólume. O acúmulo de pequenas magoas, anos a fio,  cria uma massa sedimentada resultando numa reação  no  seu corpo. Isto explica porque muitas pessoas que cuidam tão bem da sua alimentação nos surpreendam quando vítimas de alguma doença inexplicável. Ingerem boa alimentação, mas não cuidam de alimentar bem o coração.  É como seus corações estivessem cheio de buraquinhos da mesma forma coma as brocas fazem com algumas leguminosas. Deixando uma marca perene registrada  como quando se  tem uma doença no sangue. A cura para todos os males do coração está em você se conscientizar que há certas atitudes que minam sua saúde e,  não se acomodar com o: eu sou assim.  Somos mutáveis.  E porque não lutarmos contra nossas tendências pecaminosas que nos subjugam impondo-nos um fardo adicional de males que podem ser extirpados pela mudança de postura?

sexta-feira, 27 de março de 2015

A altivez do homem dobra-se



A altivez do homem dobra-se diante da morte
 Pois diante da morte não há ilustres ou nobres
Todos iguais:   ricos ou pobres
Diante da morte o homem dobra-se


Diante da morte até os imortais
São gente
Vão-se  os anais
Morre a semente

O homem e seus sonhos parecem grandiosos
Mas na cidade dos ossos
Nada se realiza
E tudo termina em pizza.

A altivez do homem dobra-se diante da morte
Porque pra ela o nobre
É como o roto
Onde cabe um, cabe o outro.

domingo, 22 de março de 2015

Porque eu sou da noite



Para você eu sou da noite.
Quando não há mais nada a fazer
Sou seu vício que na calada da noite quer ter
E me remete em teus lençóis esbaforida de desejos
E na calada da noite te vejo
Dissipando as trevas que o dia me cercou
Amenizando  desconfianças que sua ausência me causou
Dissolvendo  indagações
Fugindo do submundo de escuridão
Rechaçando teorias que a luz ressaltou
Nos seus braços há combustão
E qualquer palavra é um laço
Para as rédeas que  me submete capacho
Porque eu sou da noite
Alimentando esperanças indefinidas
Curando dolorosas feridas
Que o dia me causou
E as redomas e diretrizes caem por terra
E renascem proliferando o que deu origem as trevas

segunda-feira, 16 de março de 2015

Aprendizado



 Quando criança passava oras admirando os enormes  portões  que eram feitos na marcenaria  no lugar onde passei minha infância. Ficava boquiaberto  ao ver toda  aquela riquezas de detalhes talhadas em  madeira. Isso fez com que quisesse  ser marceneiro. Na verdade tinha duas aspirações: uma  era  ser marceneiro  a outra,  ser tipógrafo.
tipografia era minha outra paixão.  Admirava com igual empolgação cartazes e panfletos ali feitos  e tinha muita curiosidade em saber como era montar aquele emaranhado  quebra cabeças de letras e  depois ver como resultado final aqueles cartazes perfeitos  inicialmente retratados num molde tão feio.  Enfim,  quando chegou a época de escolher minha primeira opção foi a  marcenaria. 
 Meu primeiro dia de  trabalho não foi como esperado. Em vez da concretização  fantasiosa dos meus sonhos,  deram-me  uma vassoura.  Sim, isto mesmo, uma vassoura.  Eu limparia a marcenaria.  Senti-me traído. Cadê os portões? Quando começaria mexer com madeira de verdade? Pensava.   Fiquei  muito decepcionado.  Naquele dia o sonho de  ser marceneiro morreu.  Tirar serragem definitivamente estava fora dos meus planos.  Achei que aprenderia mexer na serra elétrica e na  lixadeira,  que há muito sustentavam meus sonhos, resmungava.  Assim, decidi   que não voltaria mais ali.
 Me restava então a tipografia. Os tipógrafos estavam sempre tão limpinhos com aqueles jalecos azuis que  os deixavam com um ar de  pesquisadores e,  não precisavam  remover serragens. 
Olhando pra trás e relembrando os fatos concluo que me  faltou resiliência.  Deveria ter tido mais  paciência e ter compreendido que tirar serragem era apenas o primeiro estágio de um aprendizado. Deveria  ter vivenciado a experiência.  Deveria ter entendido que antes de poder pensar em fazer os grandes   portões  teria que galgar um longo caminho. Deveria  valorizar  todas as fases da engrenagem que é uma marcenaria,  até que tivesse apto para seguir adiante.  
 Me arrependo muito de desconsiderar esta  importante etapa da minha vida.  Não se deve pular etapas da vida. Quando eu fugi por estar decepcionado eu fugi de aprender cada um destes passos importantes para qualquer bom profissional.  Se eu pudesse voltar ao passado eu voltaria exatamente ao  meu primeiro dia naquela marcenaria e curtiria encarar aquela serragem com muito gosto. Assim como fazíamos  logo após o expediente. Trocávamos de roupa e corríamos empolgados   para virar cambalhotas naquela montanha de serragem macia, que certamente antes de mim, alguém colocou lá. 

domingo, 8 de março de 2015

Você está certo disso?



Aquilo que não entendemos será sempre uma lacuna incomoda e difícil de aceitar. Afinal somos seres pensantes. Tudo tem que ter lógica, sentido. Lacunas abertas são sinônimo  de incompetência. Conseguimos explicação lógica para cada diagrama,  mistério e  enigmas que o tempo colocou a nossa frente: descobrimos que a terra tem 4,5 bilhões de anos,  qual a velocidade da luz e  suas diversas formas e uma infinidade indescritível de coisas. Damos sentido,   a origem da vida, desmistificamos o que nossos antepassados atribuíam a  forças divinas superiores.  Parece que nossa mente está desafiadoramente quebrando espectros sem apoio científico. Isso tem elevado o homem a descobertas cada vez mais significantes dando respaldo satisfatório para sua lógica.  Pra tudo precisamos de lógica, assim como na ciência, lacunas não são permitidas no nosso cotidiano e no trato com outros.  Se,  tropeçamos numa cômoda em nossas casas, logo damos um jeito de mudá-la de lugar porque como para você,  ela será um obstáculo para outros que ali frequentam. Pensando nisso, óbvio que adotamos posições simétricas e seguras para nossa comodidade. No  trato com outros não é diferente. Nossa mente racional está ali para dar sentido as coisas.. Assim, se a pessoa nos olha feio, entendemos que estamos desagradando, se um desconhecido nos dá um sorriso, entendemos que é amistoso, Se a pessoa é sempre grossa quando se dirige a nós, entendemos que ela é assim com todos. E a cada situação que nos é familiar damos um sentido segundo aquilo que vivenciamos. Claro que isto nos resguarda e nos orienta dando sinal verde a situações favoráveis, amarelo aos que desconhecemos e vermelho para aqueles que não aceitamos. Natural que torçamos o nariz para o desconhecido. Diante do desconhecido ficamos retraídos, seja um ambiente, seja uma pessoa, seja um alimento. Aprendemos ao longo do tempo que precisamos de cautela ao lhe dar com o desconhecido. Cautela que nos assegura de  não nos darmos mal. Mas, nem tudo é um mar de rosas quando nossas teorias avançam indiscriminadamente dando lógica a tudo. Sim, podemos errar. É difícil, por exemplo, não julgarmos uma situação inusitada com suspeita  como uma transgressão.  Logo se pensamos numa mulher cercada por um monte de homens,  pensaremos se dentre eles não    quem não queira  mais que uma relação de trabalho, e por conseguinte duvidaremos da índole dela. E quanto mais lacunas abertas houver mais teremos certeza que aquele nosso  pensamento estava correto.  Então, nestes termos o que era uma suspeita passa ser fato, um fato incomodo. Porque certeza, certeza mesmo  não temos mas as evidências estão ali para nos assegurar apesar de uma pequena margem de dúvidas. Isso porque conhecemos a natureza humana, sabemos que homens flertam com mulheres e sabemos que mulheres cedem quando encantadas, e,  que embora talvez tenham compromissos com outras pessoas,  termos presenciado e constado, ao longo da vida,  tantos  casos que acontecem,  terminando eles em tragédias ou não, que simplesmente não dá para não pensarmos na viabilidade dos fatos. Então o que fazemos? Entregamos esta pequena margem de erros à intuição. De fato, nossa natureza desvendadora acaba nos seios da intuição que muitos nem acreditam que  tenha  alguma lógica. Assim como no passado fenômenos  inexplicáveis eram atribuídos a deuses, ainda que em pequena margem  serve-nos de base para nossas certezas. Claro que não somos  tolos e no final das contas  juntar um mais dois  é tão lógico, como se fôssemos testemunhas ocular, mas nem sempre e nem em todas circunstâncias é assim. Em contrapartida parecemos tolos quando desconsideramos os fatos das evidências. Acho que porque a ciência é um pouco intuitiva também.  Certo é que quando encontramo-nos numa lacuna ficamos incomodado, e mesmo sem a luz de ciência alguma precisamos saná-la porque a incerteza mina nossa lógica até daquilo que acreditamos.

quinta-feira, 5 de março de 2015

Sapato apertado


Pense em sentimentos pequenos. Só por um instante. Pense naqueles que vira e mexe esbarram com você. Eles  na verdade não esbarram em você. São parte de você. Isso significa  que você se encaixa  perfeitamente num molde pequeno e por conseguinte desconfortável. Dizem que as pessoas mais sensíveis sentem mais dramaticamente   as mudanças no ambiente a sua volta. Isso quer dizer que seja  um grito ou  uma palavra de carinho, coisas boas ou   ruins vibram mais estridentes do que para aquelas que não são. E isto tende a faze-las se comprimirem num molde pequeno demais. Mas eu não quero comprimir alguém que gosto num molde apertado e  desconfortável. E aposto que você também não.   É  antagônico amar alguém e  colocar um cabresto nela inibindo sua individualidade.  Sentimentos pequenos, moldes pequenos, infelicidade, inquietações, angustia  e toda sorte  de coisas ruins.  Resultado? Solidão. Como mudar o que te comprime?  O que fazer quando um sapato  é apertado demais?
 Aquilo que não serve joga-se fora. Mas porque é tão difícil  livrar-se de coisas ruins intimamente arraigadas a  conduta? Porque  livrar-se de coisas ruins é um processo de conscientização  e trabalho árduo. Imagine uma cirurgia  delicada. O processo de recuperação é exigente. Requer  abandono de  regalias, exige repouso, cuidados zelosos com medicação, higiene  dentre outras  coisas. Restrições que possibilitam boa recuperação.  Cuidados idênticos são necessários  após você descobrir  que esta sofrendo  de um comportamento ruim. É como fazer  uma cirurgia para extirpar um mal. Isso quer dizer processo lento e que demanda cuidados. Só que os remédios não são compostos químicos e sim emocionais,  como a empatia por exemplo, que é um ótimo remédio para quando nosso comportamento causa dor em alguém. Nossas atitudes reprovadoras sempre tem um que de alerta. Uma advertência que diz que   precisamos mudar.  Eu não quero  sentimentos  pequenos impulsionando minha vida. Me fazendo pequeno e privando as pessoas que amo de sua liberdade  que ao meu ver é a coisa mais almejada por todos aqueles que procuram a paz.

A flor da pele



A FLOR DA PELE
Aflorada buscando
Satisfação
Coração  procurando coração

A flor da pele
Querendo encontrar
O que?
Lasciva, luxúria, amor?
Seja lá o que for
Motivos para continuar


O coração é incógnita
Vive em órbita
Dando voltas
No própria orbita
Dando voltas.

Coração quando é terra seca
O que plantar nasce ilusão
E a flor desta empreita
Chama-se decepção

A Flor da pele
Aflorada buscando
A solução para meus desenganos?
Inebriando, queimando,  dissecando
Veneno que o coração expele






terça-feira, 3 de março de 2015

O sentido das palavras



Modulação conotação,  jeito, contexto, intimidade, ambiguidade, estado de espírito e etc.
Palavras que mudam totalmente o sentido de uma situação. Você é besta, por exemplo, pode ser encarado de muitas maneiras e estas dependerão da forma aplicada e como falada dentro de um contexto. Se analisarmos a palavra a luz de um dicionário teremos um sentido ofensivo, mas figurativamente  levando-se em consideração o clima em que é dito, por quem é dito e como é dito, trata-se de uma expressão afável.   Para quem fala como para quem ouve não há dolo. Ambos entendem em qual  significado usam. Alias, quando dito entre pessoas que se gostam é encarada como  uma expressão carinhosa. Indica que estão em harmoniosa sincronia.  Ela diz e,   você gosta:  Seu besta! Neste caso é  como um elogio que envaidece.  Claro que se disser para uma criança:  você é um burro! É pura falta de sabedoria. Ele pode realmente achar que é. E isso a influenciará negativamente.  A reincidência na ofensa causará graves transtornos na sua  autoestima.   Não estou dizendo que ela literalmente vai  comer capim,  mas  certamente,  não passará sem causar danos.  Daí, existirem adultos que não suportam a comparação com o animal. 
Você é egoísta. Pode estar revelando uma falha evidente de sua personalidade, mas, se você está brincando com uma pessoa que gosta muito   é diferente.   A frase ganha performance de humor. Nada comparado a uma circunstância que envolva coisas sentimentais mais sutis.  Certo é que o  sentido das palavras nem sempre querem dizer o que realmente são. A palavra bunda mole pode ser constatação de um fato,  uma falha de personalidade  ou,  apenas uma brincadeira. Por isso a necessidade do seu contexto. Claro que se você for uma pessoa melindrosa  pode acabar confundindo tudo. Daí a necessidade de você saber com quem fala e  o que fala pra não gerar um estresse desnecessário. Nossa mente cria lacunas que precisam de coerência para aceitar certas brincadeiras, certas palavras e certos atrevimentos. Importante, nem tudo que pensamos ou gostaríamos de dizer deve ser dito. Principalmente quando na presença de outros.  Não há nada mais constrangedor de que um amigo chamá-lo por um  apelido de criança mostrando sua intimidade num ambiente de trabalho. Principalmente quando  o apelido diz algo sobre seu passado que você faz questão de esquecer.  Você namora  e costuma usar certas  palavra para derivar os atrativos do seu parceiro, você certamente não vai publicar isto no seu face, tampouco vai chamar seu chefe por um apelido   no ambiente de trabalho ainda que tenha intimidade para isso em  outros âmbitos. Isso chama-se bom senso. Sim,  sei que  muita gente não tem. Mas,  certas cosias são tão óbvias que ate quem não tem senso não faria. Ah, existem aquelas situações dúbias que é melhor você engolir o  assanho de proferir. Para uma  mulher que  faz tempo que não vê e que esta ligeiramente acima do peso, você não deve perguntar para quando é o bebe. O sentido das palavras embora  muito variados, revela que  tem certas coisas que é melhor não fugir muito do que realmente é. Obesidade e bebê  certamente é uma conexão  que se enquadraria no que se pode chamar: mega fora,  além de muito vexatória você vai  acabar com seu dia e da pessoa  que você engravidou por não conseguir manter a língua sossegada.