O dia estava ensolarado, sabia pelas frestas de luz que inundavam meu quarto. Eram 10
horas da manhã e eu tentava dormir mais um pouco. Tinha dormido tarde e agora o sono me fugia.
Tentava pensar em outra coisa além das palavras dela que não saiam de minha
cabeça: “ Confesso que estou meio decepcionada com seu passado...” A
idiossincrasia reverbera em certos momentos cruciais, as vezes dolorosamente. Por um instante me
arrependi das ações do passado que agora
diante da sabatina inesperada me colocava em xeque mate. Quis naquele instante,
ter tido um vida mais regrada com atitudes mais corretas, sim, aquelas que me
foram ensinadas desde a tenra idade e que deveriam ter guiado minha vida.. Vi-me numa
situação angular onde certo e errado chamam sua atenção para o lado certo das
coisas e você pode ver claramente seu passado desnudo , em cenas, a passar pela sua mente dando o veredicto final: “Confesso
que fiquei meio decepcionado com seu passado”. Era a deixa pra que minha
sentença fosse decretada como reprovado.Como se o pisca alerta das minhas convicçoes reluzisse como mil sois. A vida é como tomada de preço, todos
dão seus valores, mas só aquele que conseguir estabelecer o menor valor ganha. Diante daquela situação
era óbvio que meu não era o escolhido, não estava em pauta a qualidade,
ali, não tinha a menor importância. Uma
mulher que precisa de segurança, carinho e intimidade não se sente muito atraída a um homem cujo raio x perfila tantas
variações de má saúde emocional. Fiquei
na cama prolongando os pensamentos, reprisando
os acontecimentos ... Pensei nas palavras
das pessoas que tantas vezes tentaram me
mostrar que minhas atitudes refletiam mal. Agora diante
daquele espelho, cara a cara comigo mesmo, eu me rendia aos fatos. A leviandade tem um preço e mesmo
que o dito pelo não dito sejam apenas suposições,
repercutem. Ouço dizer que o passado deve ficar no passado, mas nele está a referência,
o livro da vida, onde buscamos os dados
para sabermos a quantas andam a
conduta do indivíduo. Lembrei-me como de praxe, de um texto bíblico muito conhecido: Pelo
fruto se conhece a árvore. Engraçado que agora ao pensar nisso, se fosse uma fruta e estivesse numa banca de feira ou
numa prateleira de mercado, seria uma fruta admirável? Seria uma fruta desejada onde uma dona de casa estenderia a mão e
investigaria cuidadosamente para ver se não há machucados e se a textura é firme? Talvez aos critérios de uma moça
religiosa cujos princípios de sabedoria são elevados eu continuaria ali, até que alguém menos periciado me levasse
pra casa. Aos moldes do mundo qualquer
forma serve e as pessoas vão se moldando indiscriminadamente ao que é ofertado.
Mas aos moldes de Deus a coisas mudam. Sim, muda. O reconhecimento é um
grande passo para tal. É a porta ,
melhor, o portal para novos mundos, nova
personalidade. Afinal nunca é tarde para consertar aquilo que ao crivo dos olhos
possa ser aferido como errado.
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