Desde bem novinha minha filha tem
medo de cachorro. Quando ainda bebezinha, um cachorro a atacou, e desde entao ela fica temerosa
toda vez que um cachorro se aproxima. É fácil perceber isto, pois toda vez que
ela se encolhe e procura proteção, procurando minha mão ou se agarrando a mim, não preciso de outros recursos para saber o motivo. Vivo dizendo a ela que os cachorros farejam nosso medo, e por conta disso, perto de pessoas medrosas, parecem mais
agressivos. O que de real tem esta minha
observação? Será que de alguma
forma nosso medo atrai, não um cachorro,
mas atrai a situação que evitamos? Será que, de alguma forma, sentirmos medo, de uma situação, faz com
que o atraímos? Lembra-se da estória do pai rico que não admitia a idéia de
ver sua filha casada com alguém que só quisesse se aproveitar da sua fortuna?
Mediante o fato, cercou a filha de
cuidados. Criou uma redoma para protegê-la do seu medo. Quando morreu o homem
que se aproximou dela era exatamente o tipo que ele mais temia. Será que o medo nos aproxima exatamente
daquilo que tememos? Certo ocasião um casal de
namorados, que punha fim a sua relação, discutia acaloradamente. O homem que não
queria o término se atirou aos pés da amada e implorou para lhe dar mais uma oportunidade. Ela para afastá-lo
daquela posição indigna, começou se desvencilhar dos seus braços batendo nele,
esbravejando coisas que ele jamais esqueceria. Depois de recomposto, as palavras e a situação que ele se submetera
ainda lhe incomodavam, o que fez com que ele fizesse uma promessa, de jamais se apaixonar novamente. Anos a fio ele
se trancou para o amor, e, suas atitudes para com o sexo oposto demonstravam isso. Ate que conheceu aquela
mulher que faria ele passar por situação semelhante a que sempre fugira.
Vejo tantas pessoas reprisando
esta experiência. Ouço tanto: Tenho medo de sofrer, tenho medo de me envolver e
sofrer, tenho medo de me envolver com alguém que não presta.
O mais engraçado que estas pessoas parecem que
só encontram pessoas que fazem exatamente o que elas temem. De alguma forma
elas atraem este tipo, e mais incrível ainda, parece que elas sempre freqüentam
ambientes propícios para firmar seu próprio medo. Como se o medo a
aproximasse inconscientemente exatamente daquilo que teme, inclusive
determinando os lugares que freqüenta. Por falar em inconsciente, será que isso
não é exatamente nosso maior problema? Ao ocuparmos nossa mente com o que tememos nosso subconsciente traça os
passos para realizar aquilo que nossos intentos tanto solicitam. Isso talvez torne-se um círculo vicioso: você teme, acontece o que teme. Você continua fugindo da
reincidência do que lhe trouxe o que teme, então, acontece de novo. Assim, se fecha ainda mais.
E continua pensando insistentemente naquilo que teme, só que agora mais
amargurado, mais desacreditado e as coisas ruins continuam acontecendo. Então conclui que não nasceu
para ser feliz. O que há de errado
comigo? Você diz. Então, o que há de errado com você? Eu pergunto. Fico
pensando naquele homem que tinha pena de si mesmo. Ele vivia se lamentando de
sua situação. E sentindo pena de si mesmo, vivia infeliz, sem ânimo pra viver,
com vergonha de si mesmo, acabrunhado,
tímido, desajustado, fechado no seu mundo solitário. O dia que resolveu se livrar daquele
estado de pena, se livrou conseqüentemente de todos os outros sentimentos ruins. Não raro,
uma pessoa com qualquer um destes estigmas traz consigo de quebra, os outros. Um sentimento ruim nunca vem
sozinho. E se ficamos o alimentando, ele
se tornará vigoroso. Pois não importa se o que pensamos é bom ou ruim. Se pensamos
demais nele, é como se o desejássemos . É obvio que você dirá: Epa, não quero alguém ruim na minha vida e nem tampouco
sinto pena de mim conscientemente... Mas se pensa mais nisso do que no que
realmente importa, não estará atraindo para sí? . Se alimentar o bem receberá o bem como
resultado . E como se faz isso?
Pensando. Cuide da qualidade daquilo que pensa.
Mas se pensares no mal, terá o mal a sua espreita, pronto pra servi-lo
assim como desejas ou mesmo que nao.
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