A vida do casal ia de vento em
polpa. Depois de 5 anos de casados ainda podiam dizer que tinham um casamento
completo. Mentiras. Tinham sido felizes sim,
mas, até pouco tempo atrás. Ultimamente, porém, o marido andava desconfiado. Pensamentos inquietantes, o incomodavam. Não
se sabe por que, mas, cismava da
fidelidade da mulher. Os pensamentos lhe afligiam, ficava imaginando coisas e
isto estava minando sua confiança e determinando seu comportamento. A noite enquanto ela tomava banho ele passava
repetidas vezes pela porta do banheiro
no intuito de escutar uma possível conversa da mulher com o amante. Quando no trabalho ligava várias vezes,
para sua casa, a fim de certificar- se de não serem estes os horários que seu chifre
imaginário germinava. Seus pensamentos
ganhavam proporções alarmantes. Já não procurava
a mulher para o romance porque se ela
estivesse com outro, estaria fazendo
papel de bobo.
A esposa, todavia, continuava tão apaixonada como quando se
casaram, cuidava da roupa do marido com um prazer indescritível, fazia sua
comida com um amor e zelo que nunca imaginara ter, limpava a casa com denodo
porque quando ele chegava ela adorava ouvir ele dizer como a casa estava limpinha. Próximo da
hora de sua chegada, tomava um banho
demorado. Se perfumava toda para receber
seu amado esposo.
O marido parecia de poucos amigos. Chegava de
cara amarrada, desconfiado. Já não era carinhoso e nem fazia os elogios tão
necessários para ela. Será? Pensou. Não, ela
não admitiria um pensamento daqueles. Ela estava fazendo tudo como sempre
fizera. Será? Será que ele tinha uma amante?
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Osvaldo estava de saco cheio da
falação da sua mãe na sua cabeça. Você tem que ser mais enérgico, dizia ela. Você parece um bobo, faz tudo que sua mulher
manda. Eu não criei um filho pra ser um babaca, gritava enfurecida.
Em sua casa Cleide, a esposa,
questionava suas atitudes com o
marido. Andava tão nervosa com as
opiniões de sua sogra na sua vida familiar. Não admitia aquilo. Mas Osvaldo não
era culpado. Era um bom marido, embora nos últimos tempos estivessem brigando muito.
Resolvera que mudaria sua forma de tratá-lo. Seria mais submissa, escutaria mais o que ele
tinha a dizer. Decidira que quando ele chegasse àquela noite teriam uma longa
conversa apaziguadora. Ela realmente tentaria fazer aquilo dar certo.
No caminho de casa, Osvaldo
ruminava tudo que sua mãe dissera. Como podia ser tão banana? Como podia
aceitar a mulher lhe dando ordens como se ele fosse um bebe? Não, aquilo não aconteceria mais. Chegando em
casa poria os pingos nos ‘is”. Mostraria quem mandava.
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A mulher estendia roupa no quintal e, seus pensamentos voavam solto. Estava preocupada com o desempenho do filho
na escola. Noite anterior recebera um bilhete, solicitando sua presença na
escola. Pensava também na sua irmã, adoentada. Ela precisava arrumar um tempo
de visitá-la.
Neste exato momento seu vizinho
que trabalhava a noite, acabara de acordar. Já era tarde. Ele precisava passar no banco para pagar suas contas. Abriu
a janela e observou sua vizinha estendendo as roupas. De longe acenou pra ela, cumprimentando-a
com um sorriso amistoso, desejando-lhe boa noite.
No momento que cumprimentava o
vizinho, o marido apareceu. Para ele, aquela cena não pareceu nada normal. Não gostou daquilo que descreveu como: intimidade demais para uma mulher casada.
Mesmo quando o vizinho sorridente estendeu a saudação a ele, ainda assim
manteve a desconfiança.
Não admitira ser traído em sua
própria casa, muito menos com aquele vizinho que não gostava.
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