someone lyke you

domingo, 10 de novembro de 2013

Linhas Cruzadas



A vida do casal ia de vento em polpa. Depois de 5 anos de casados ainda podiam dizer que tinham um casamento completo.  Mentiras. Tinham sido felizes sim, mas, até   pouco tempo atrás. Ultimamente, porém,  o marido andava desconfiado.  Pensamentos inquietantes, o incomodavam. Não se sabe por que, mas,  cismava da fidelidade da mulher. Os pensamentos lhe afligiam, ficava imaginando coisas e isto estava minando sua confiança e determinando seu comportamento.  A noite enquanto ela tomava banho ele passava repetidas  vezes pela porta do banheiro no intuito de  escutar  uma possível conversa  da mulher com o  amante. Quando no trabalho ligava várias vezes,  para sua  casa, a fim de  certificar- se  de não serem estes os horários que seu chifre imaginário germinava.  Seus pensamentos ganhavam proporções alarmantes. Já  não procurava  a mulher para o romance porque se ela estivesse com outro,   estaria fazendo papel de bobo.
A esposa, todavia,  continuava tão apaixonada como quando se casaram, cuidava da roupa do marido com um prazer indescritível, fazia sua comida com um amor e zelo que nunca imaginara ter, limpava a casa com denodo porque quando ele chegava ela adorava ouvir ele  dizer como a casa estava limpinha. Próximo da hora de sua  chegada, tomava um banho demorado.  Se perfumava toda para receber seu amado esposo.
 O  marido parecia de poucos amigos. Chegava de cara amarrada, desconfiado. Já não era carinhoso e nem fazia os elogios tão necessários para ela.  Será? Pensou.  Não,  ela não admitiria um pensamento daqueles. Ela estava fazendo tudo como sempre fizera. Será? Será que ele tinha uma amante?
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Osvaldo estava de saco cheio da falação da sua mãe na sua cabeça. Você tem que ser mais enérgico, dizia ela.   Você parece um bobo, faz tudo que sua mulher manda. Eu não criei um filho pra ser um babaca, gritava enfurecida.
Em sua casa Cleide, a esposa, questionava  suas atitudes com o marido.  Andava tão nervosa com as opiniões de sua sogra na sua vida familiar. Não admitia aquilo. Mas Osvaldo não era culpado. Era um bom marido, embora  nos últimos tempos estivessem brigando muito. Resolvera  que mudaria sua forma de tratá-lo.  Seria mais submissa, escutaria mais o que ele tinha a dizer. Decidira que quando ele chegasse àquela noite teriam uma longa conversa apaziguadora. Ela realmente tentaria fazer aquilo dar certo.
No caminho de casa, Osvaldo ruminava tudo que sua mãe dissera. Como podia ser tão banana? Como podia aceitar a mulher lhe dando ordens como se ele fosse um bebe?  Não, aquilo não aconteceria mais. Chegando em casa poria os pingos nos ‘is”. Mostraria quem mandava.
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A mulher estendia  roupa no quintal e,  seus pensamentos voavam solto.  Estava preocupada com o desempenho do filho na escola. Noite anterior recebera um bilhete, solicitando sua presença na escola. Pensava também na sua irmã, adoentada. Ela precisava arrumar um tempo de  visitá-la.
Neste exato momento seu vizinho que trabalhava a noite, acabara de acordar. Já era tarde.  Ele precisava  passar no banco para pagar suas contas. Abriu a janela e observou sua vizinha estendendo as roupas. De longe acenou pra ela, cumprimentando-a  com um sorriso amistoso,  desejando-lhe boa noite.
No momento que cumprimentava o vizinho, o marido apareceu. Para ele, aquela cena não  pareceu nada  normal. Não gostou  daquilo que descreveu como:   intimidade demais para uma mulher casada. Mesmo quando o vizinho sorridente estendeu a saudação a ele, ainda assim manteve a desconfiança.
Não admitira ser traído em sua própria casa, muito menos com aquele vizinho que não gostava.

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