someone lyke you

terça-feira, 26 de novembro de 2013

O POMO



Seu pomo  me deixa  louco
E louco não quero estar
Você não sabe da missa um ponto
É loucura mas, não é vulgar

O seu   jeitinho dengoso
Teimosa  a me   embriagar
Não  me contendo com pouco
E pouco não quero provar

Seus olhos brilhantes
Dilatados  e exultantes
Expectativa  deslumbrante
Deixa-me ofegante

Encantada  e sensual.
... E minha mente leviana
Ainda por cima intelectual!
Intrínseca  questão espartana

Não que seja indulgente
O que passa entrementes
Jamais poderia  falar
Esta paixão veemente
Loucura impenitente
Chega até machucar

Se é que entende o que falo
Impudência do falo
Espontâneo no querer
Este impulso:  ato falho
Cria no mente um atalho
Clique aqui para me  ver


O desejo é proibido
Logo penso comigo
Não, eu não posso olhar.
Mas o pomo  é  saliente
Mexe com o coração da gente
Fazendo a mente  voar

É profano e proibido
Isto que acontece comigo
Mas o que posso fazer?
Este desejo inconspícuo
Irrefletido   e intrínseco
Invade todo meu ser

Por mais que não queira pensar
Não, não consigo evitar.
Tamanha constelação
Tento até desviar
Mas é difícil abrandar
Luxúrias do coração
 
Procuro sua presença
Nesta loucura intensa
Mal  consigo disfarçar
Insensata inconsequência
Fato, caso, incoerência.
O peito dilacerar,
 
Esta idiossincrasia
E loucura, é melodia.
Faz-me viajar
Ai, quem me dera um dia.
Esta fantasia
Pudesse... Da cabeça,   tirar!


quarta-feira, 20 de novembro de 2013

A ferida


Eis a amada contrita?
Deliberou em outros átrios do amor.
Fiquei à deriva,
Meu barco afundou

Olhe, a  ferida!
Que não há remédio para sarar
Purgaste toda La vita
Eu desejando te  expurgar

Em meandros insólitos deparei
Com toda sua intrepidez
Atirou-me ao mar
Velastes o moribundo
Que desejou matar?

Não há soberania, se não há rei
Fui deposto em traição
Ranheta desilusão
Entre alfas e numéricos, dancei!

Paupérrima e sofrida lida
Vislumbro  festis licenciosos
Onde a nobre e estarrecida
Deixa o plebeu roendo o osso
Desposa seu amado príncipe
Seus  pecados reincidem
Mesma  cena e o mesmo calabouço

E a alma contrita
Eis, a chaga, a ferida
Cujos pensamentos intermináveis
Vagam em outros mares,
Procurando definitiva solução.
Mas o pensamento é tinhoso,
Obscuro e frio o calabouço
Não quer me  libertar
Clama a justiça, ela submissa
Recusa  ajudar.

Ate quando o clamor soará
Entre ecos retumbará
E não haverá salvação
A dor cansa, causa destemperança
E transforma o sonhador
O coração só sangra
O difamador difama
Definha a esperança
Quem  agüenta tanta dor?

Então cálida instiga
Tão farta e poderosa
Depois de suprida
Deseja indecorosa
De quem deixou na lama
Apague a resenha
Regozije a dama

Palavras que afetam


O dia estava ensolarado, sabia pelas frestas de luz que inundavam meu quarto. Eram 10 horas da manhã e eu tentava dormir mais um pouco.  Tinha dormido tarde e agora o sono me fugia. Tentava pensar em outra coisa além das palavras dela que não saiam de minha cabeça: “ Confesso que estou meio decepcionada com seu passado...” A idiossincrasia reverbera em certos momentos cruciais,  as vezes dolorosamente. Por um instante me arrependi  das ações do passado que agora diante da sabatina inesperada me colocava em xeque mate. Quis naquele instante, ter tido um vida mais regrada com atitudes mais corretas, sim, aquelas  que  me foram ensinadas desde a tenra idade  e que deveriam ter guiado minha vida.. Vi-me numa situação angular onde certo e errado chamam sua atenção para o lado certo das coisas e você pode ver claramente seu passado desnudo , em cenas,  a passar pela  sua mente dando o veredicto final: “Confesso que fiquei meio decepcionado com seu passado”. Era a deixa pra que minha sentença fosse decretada como reprovado.Como se o pisca alerta das minhas convicçoes reluzisse como mil sois.  A vida é como tomada de preço, todos dão seus valores, mas só aquele que conseguir estabelecer  o menor valor ganha. Diante daquela situação era óbvio que  meu não era o escolhido,  não estava em pauta a qualidade, ali, não tinha a menor importância.  Uma mulher que precisa de segurança, carinho e intimidade não  se sente muito  atraída a um homem cujo raio x perfila tantas variações de má saúde emocional.  Fiquei na cama prolongando os pensamentos, reprisando  os acontecimentos ... Pensei  nas palavras das pessoas que tantas vezes  tentaram me mostrar que minhas atitudes refletiam mal. Agora diante daquele espelho, cara a cara comigo mesmo, eu me rendia  aos fatos. A leviandade tem um preço e mesmo que o dito pelo não dito sejam apenas  suposições, repercutem. Ouço dizer que o passado deve ficar no passado, mas nele está a referência, o livro da vida,  onde buscamos os dados para sabermos  a quantas andam a conduta do indivíduo. Lembrei-me como de praxe,  de um texto bíblico muito conhecido: Pelo fruto se conhece a árvore. Engraçado que agora ao pensar nisso, se fosse uma  fruta e estivesse numa banca de feira  ou  numa prateleira de mercado, seria uma fruta admirável?  Seria uma fruta desejada onde  uma dona de casa estenderia a mão e investigaria cuidadosamente para ver se não há  machucados e se a textura é  firme? Talvez aos critérios de uma moça religiosa cujos princípios de sabedoria são elevados eu continuaria  ali, até que alguém menos periciado me levasse pra casa.  Aos moldes do mundo qualquer forma serve e as pessoas vão se moldando indiscriminadamente ao que é ofertado. Mas aos moldes de Deus a coisas mudam. Sim, muda. O reconhecimento é um grande passo para tal.  É a porta , melhor,  o portal para novos mundos, nova personalidade. Afinal nunca é tarde para consertar aquilo que ao crivo dos  olhos possa ser aferido como errado. 

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Forma de Pensar



Desde bem novinha minha filha tem medo de cachorro. Quando ainda bebezinha,  um cachorro a atacou,  e desde entao ela fica temerosa  toda vez que um cachorro se aproxima. É fácil perceber isto, pois toda vez que ela se encolhe e procura proteção,  procurando minha mão ou se agarrando a mim,  não preciso de outros recursos para saber o motivo. Vivo dizendo a ela que os cachorros  farejam  nosso medo,   e por conta disso, perto de pessoas medrosas,  parecem mais  agressivos.  O que de real tem esta minha observação?  Será que de alguma forma  nosso medo atrai, não um cachorro, mas atrai a situação que evitamos? Será que,  de alguma forma,  sentirmos medo,  de uma situação,  faz com que o   atraímos?  Lembra-se da  estória do pai rico que não admitia a idéia de ver sua filha casada com alguém que só quisesse se aproveitar da sua fortuna? Mediante  o fato, cercou a filha de cuidados. Criou uma redoma para protegê-la do seu medo. Quando morreu o homem que se aproximou dela era exatamente  o tipo que ele mais temia.  Será que o medo nos aproxima exatamente daquilo que tememos? Certo ocasião um casal de  namorados,  que punha fim a sua relação,   discutia acaloradamente. O homem que não queria o término  se atirou aos pés da amada e  implorou para  lhe dar mais uma oportunidade. Ela para afastá-lo daquela posição indigna, começou se desvencilhar dos seus braços batendo nele, esbravejando coisas que ele jamais esqueceria. Depois de recomposto,  as palavras e a situação que ele se submetera ainda lhe incomodavam, o que fez com que ele fizesse uma promessa,  de  jamais se apaixonar novamente. Anos a fio ele se trancou para o amor,  e,  suas atitudes para com o sexo  oposto  demonstravam isso. Ate que conheceu aquela mulher que faria ele passar por situação semelhante a que  sempre fugira.  Vejo  tantas pessoas reprisando esta experiência. Ouço tanto: Tenho medo de sofrer, tenho medo de me envolver e sofrer, tenho medo de me envolver com alguém que não presta.
 O mais engraçado que estas pessoas parecem que só encontram pessoas que fazem exatamente o que elas temem. De alguma forma elas atraem este tipo,  e mais incrível ainda, parece que elas sempre freqüentam ambientes propícios para firmar seu próprio medo. Como se o medo a aproximasse inconscientemente exatamente daquilo que teme, inclusive determinando os lugares que freqüenta. Por falar em inconsciente, será que isso não é exatamente nosso maior problema?  Ao ocuparmos nossa mente  com o   que tememos nosso subconsciente traça os passos para realizar aquilo que nossos intentos tanto solicitam.  Isso talvez torne-se um círculo vicioso:  você teme,  acontece o que teme. Você continua fugindo da reincidência do  que lhe trouxe o que teme,  então,   acontece de novo. Assim,  se fecha ainda mais. E continua pensando insistentemente naquilo que teme, só que agora mais amargurado, mais desacreditado e as coisas ruins  continuam  acontecendo. Então conclui que não nasceu para ser feliz.  O que há de errado comigo? Você diz. Então, o que há de errado com você? Eu pergunto. Fico pensando naquele homem que tinha pena de si mesmo. Ele vivia se lamentando de sua situação. E sentindo pena de si mesmo, vivia infeliz, sem ânimo pra viver, com vergonha de si mesmo, acabrunhado,  tímido, desajustado, fechado no seu mundo solitário.  O dia que  resolveu se livrar daquele estado de pena, se livrou conseqüentemente de  todos os outros sentimentos ruins. Não raro, uma pessoa com qualquer um destes estigmas traz consigo de quebra,  os outros. Um sentimento ruim nunca vem sozinho.  E se ficamos o alimentando,  ele se tornará vigoroso.  Pois não importa se  o que pensamos é bom ou ruim. Se pensamos demais nele,  é como se o  desejássemos . É obvio que você dirá: Epa, não quero  alguém ruim na minha vida e nem tampouco sinto pena de mim conscientemente... Mas se pensa mais nisso do que no que realmente importa, não estará  atraindo para sí? . Se alimentar o bem receberá o bem como resultado . E  como se faz isso? Pensando. Cuide da qualidade daquilo que pensa.  Mas se pensares no mal, terá o mal a sua espreita, pronto pra servi-lo assim como desejas ou mesmo que nao.

domingo, 10 de novembro de 2013

Linhas Cruzadas



A vida do casal ia de vento em polpa. Depois de 5 anos de casados ainda podiam dizer que tinham um casamento completo.  Mentiras. Tinham sido felizes sim, mas, até   pouco tempo atrás. Ultimamente, porém,  o marido andava desconfiado.  Pensamentos inquietantes, o incomodavam. Não se sabe por que, mas,  cismava da fidelidade da mulher. Os pensamentos lhe afligiam, ficava imaginando coisas e isto estava minando sua confiança e determinando seu comportamento.  A noite enquanto ela tomava banho ele passava repetidas  vezes pela porta do banheiro no intuito de  escutar  uma possível conversa  da mulher com o  amante. Quando no trabalho ligava várias vezes,  para sua  casa, a fim de  certificar- se  de não serem estes os horários que seu chifre imaginário germinava.  Seus pensamentos ganhavam proporções alarmantes. Já  não procurava  a mulher para o romance porque se ela estivesse com outro,   estaria fazendo papel de bobo.
A esposa, todavia,  continuava tão apaixonada como quando se casaram, cuidava da roupa do marido com um prazer indescritível, fazia sua comida com um amor e zelo que nunca imaginara ter, limpava a casa com denodo porque quando ele chegava ela adorava ouvir ele  dizer como a casa estava limpinha. Próximo da hora de sua  chegada, tomava um banho demorado.  Se perfumava toda para receber seu amado esposo.
 O  marido parecia de poucos amigos. Chegava de cara amarrada, desconfiado. Já não era carinhoso e nem fazia os elogios tão necessários para ela.  Será? Pensou.  Não,  ela não admitiria um pensamento daqueles. Ela estava fazendo tudo como sempre fizera. Será? Será que ele tinha uma amante?
                                                 ------------########----------------

Osvaldo estava de saco cheio da falação da sua mãe na sua cabeça. Você tem que ser mais enérgico, dizia ela.   Você parece um bobo, faz tudo que sua mulher manda. Eu não criei um filho pra ser um babaca, gritava enfurecida.
Em sua casa Cleide, a esposa, questionava  suas atitudes com o marido.  Andava tão nervosa com as opiniões de sua sogra na sua vida familiar. Não admitia aquilo. Mas Osvaldo não era culpado. Era um bom marido, embora  nos últimos tempos estivessem brigando muito. Resolvera  que mudaria sua forma de tratá-lo.  Seria mais submissa, escutaria mais o que ele tinha a dizer. Decidira que quando ele chegasse àquela noite teriam uma longa conversa apaziguadora. Ela realmente tentaria fazer aquilo dar certo.
No caminho de casa, Osvaldo ruminava tudo que sua mãe dissera. Como podia ser tão banana? Como podia aceitar a mulher lhe dando ordens como se ele fosse um bebe?  Não, aquilo não aconteceria mais. Chegando em casa poria os pingos nos ‘is”. Mostraria quem mandava.
                                                    ...............#######........................

A mulher estendia  roupa no quintal e,  seus pensamentos voavam solto.  Estava preocupada com o desempenho do filho na escola. Noite anterior recebera um bilhete, solicitando sua presença na escola. Pensava também na sua irmã, adoentada. Ela precisava arrumar um tempo de  visitá-la.
Neste exato momento seu vizinho que trabalhava a noite, acabara de acordar. Já era tarde.  Ele precisava  passar no banco para pagar suas contas. Abriu a janela e observou sua vizinha estendendo as roupas. De longe acenou pra ela, cumprimentando-a  com um sorriso amistoso,  desejando-lhe boa noite.
No momento que cumprimentava o vizinho, o marido apareceu. Para ele, aquela cena não  pareceu nada  normal. Não gostou  daquilo que descreveu como:   intimidade demais para uma mulher casada. Mesmo quando o vizinho sorridente estendeu a saudação a ele, ainda assim manteve a desconfiança.
Não admitira ser traído em sua própria casa, muito menos com aquele vizinho que não gostava.