É estranho como às vezes o
passado se impõe no seu presente de forma tão abrupta e tão violenta que muda toda sua vida...
Deveríamos deixar o passado na sua condição de passado. Mas quem somos afinal
pra tentarmos estabelecer regras ou
mesmo imaginarmos que podemos controlar os corações ou a bem dizer , melhor , mal dizer nos é imposto deixando-nos sem opções?
Dois corações se encontram assim, e para
isso precisam violar um monte de regras de moral e mesmo as próprias regras que
achavam que tinham sob controle perpetuadas pela nossa moral ou ainda pelas
nossas próprias crenças a qual acháva-mos imunes a tal desvio de comportamento.. A paixão
nos toma por completo e as palavras macias,
gestos de carinho nos leva a acreditar que tudo será diferente, não haverá
mais brigas, falta de compreensão,pessimismo, lágrimas. Pensamos que deveríamos ter embarcado nesta a mais
tempo e que deveríamos ter cultivado este prospectivo amor quando ele apareceu
e não ter mantido um relacionamento que parecia fadado ao fracasso. Mesmo
agindo contra nossos princípios morais abraçamos com força este novo conceito
de amor e aqueles princípios que pareciam o leme de nossa vida, caem por água abaixo. Ficamos num êxtase sentimental tão
arrebatador que pouco importa o que
outros pensarão. Estamos no auge da paixão e toda razão vira um estereótipo sem valor algum. Talvez a outra pessoa, a abandonada, pense com
a razão e questione, critique , diga que as atitudes não condizem com a
verdadeira personalidade da pessoa, mas ela agora inebriada não da à menor
importância pra questionamentos sobre seus sentimentos, sobre seu estado de
felicidade. Não, não há como impedir o
início deste ciclo desastroso para os corações envolvidos, seja ela uma
retomada de algo começado lá atrás ou algo iniciado no presente.. A estranha
leveza do ser muda seus abstratos, conceitos, crenças em nome de um sentimento
malogrado a terminar. Em alguns anos acordaremos do avalanche que se
apossou de nós e veremos o resultado
catastróficos das vidas envolvidas.. Os
conceitos sobre como vemos o passado nem sempre
é a balança de peso exato pra mostrar nossa conduta futura, mas
certamente nos vemos a mercê de uma imposição sentimental aleatório e contundente que distorce a realidade das coisas,
deixando-nos vulneráveis ao que de fato importa. Neste estado emotivo vivemos intensamente sem
reflexão, levianamente.. Esta estranha
leveza do ser fecha nossos olhos para os defeitos e questionamentos alheios e
nos torna vítima de nossa própria concupiscência.
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