Diga, me diga
Tão desapega, tão desapega
Teus olhos veem além das antenas?
E não é pra Deus tuas novenas?
Ao pecado um prelúdio.
Ele nasce no coração.
Se expande na ambição.
E termina com vc no fundo.
Um dia conheci sua alma
Que agora tão liquefeita.
Pode parecer salva
Prostrada diante a fogueira.
Deprecio o seu despertar
Lamento o seu deslumbre
O seu desabrochar
Não há bem que cure
O que a vida ensina
Vem para ficar.
Amor de fantasia
Vai florir ou vai murchar.
Tua boca não dirá mentiras
Diz que mentiras são ditas por outros
As tuas verdades estabelecidas.
Eram mentiras à rodo
Que corpão, que pão, que salamão
Que desventura ouvir explicação
do inexplicável, do condenável
Do céu vem a condenação.
Condenava o que hoje aceita.
Quer viver o que já condenou.
O amor é causa pequena
Se atropela outro amor.
Ela existe, ela persiste
Em ver no outro
O que é louco.
E para ver cegas está
E continuarás
Até acordar.
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