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sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

A mentirosa

 

Sexta feira. Intencionava tomar uma cerveja com os amigos. Nada mais que isso. Não eram bem seus amigos eram apenas colegas que sexta feira  aproxima  quando em voga  o mesmo propósito. Também não eram totalmente desconhecidos. Eram por assim dizer colegas do  colega de trabalho de outra empresa mas que se   enturmavam nas sextas.    Olhou o relógio estava na hora. Arrumou tudo direitinho. E foi.  Fervoroso que era na fé levava a bíblia na bolsa para que quando as horas vagueassem ele pudesse alimentar a alma. Considerando que o ambiente não era apropriado, desconsiderou que poderia estar fazendo alguma coisa errada e nem imaginou que poderia depois de algumas cervejas, considerar que o caminho poderia ser desvirtuado. A hora que deu conta ônibus não tinha mais. Táxi a estas alturas seria difícil de encontrar e se encontrado difícil de pagar.  Sobrara do grupo inicial apenas quatro. Os outros conforme o horário avançava foram partindo para seus devidos lares. Até ficarem os quatros . Desavisados talvez ou talvez premeditavam  em algum lugar no coração a pretensão dormente de uma esticada em noite suburbana.  A motivação poderia cair bem como desculpa para si mesmo. Obvio era que ainda que não planejado, o projeto arquitetado prenunciava a desvairada motivação.  Rua aurora nas noites de São Paulo, parece dia. Dizia aquele que   que desde a bebedeira mostrara leve empolgação pela aventura noturna. Vocês precisam ver. É tanta mulher gostosa com os peitinhos de fora.

 

 Aquela que todo gato a noite é pardo. Ali, naquele horário,  não se confunde.  Casas noturnas para todo gosto. Com o único diferencial as garotas que nela habitam revelada pelo valor da entrada termômetro preciso do que lá encontrar. E algo pra se pensar  se por acaso acontecer uma continuidade após termino do expediente da eleita. O preço do hotel e o valor do divertimento para ambos.   

De  jeito nenhum que foi me dar ao desplante! Pensou. De repente a fé representada pelo que levava na bolsa falou alto. Não posso fazer isso: a bíblia! Qual o tamanho do castigo por alguém que participa da mesa de pecadores? E quanto mais pensava, quanto mais lutava contra a fraqueza que se apossava de sua carne facilitada pela bebida mais severa era as repreensões morais que não se  calavam. Homem recatado que era. Com lutas freqüentes entre a carne e o espírito. Sempre pendera para o lado certo. Embora o esforço em si fosse tamanho. Agora ali, o ambiente não o favorecia... Os olhos distraídos por corpos nus, ou seminus levava a mente junto. Que embora falante a cada instante foram ficando mais sussurrados no decorrer do tempo. Quando começaram os incentivos dos amigos para que fosse com aquela que lhe aconchegava os seios na face e, cujas mãos enlaçavam inicialmente a cintura para logo mais acochar  o que só a intimidade permitia... Protestou:  Não posso!  Um dos três disse: como assim, não pode. Ela está esfregando na sua cara! Você é bicha por acaso?   Que bicha da onde?  Disse. E qual seu problema?  Falou outro. É que estou com a bíblia. Olharam-se os três e a cargalhada foi inevitável.  Voce é louco. Quem é que trás a bíblia para ... Reinou o silêncio até que alguém sugeriu... Dá ela aqui! Eu guardo pra você. De certa forma o problema estava resolvido. Abaixou desconcertado para que não notassem o que transferiria para o amigo. O livro da fé. Mais tarde rebatizado de  a mentirosa.  Notadamente fazendo menção não ao livro mas, ao seu proprietário.

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